Em carta aos acionistas, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase (BOV:JPMC34), destacou que as recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos podem ameaçar a estabilidade econômica, além de enfraquecer alianças internacionais fundamentais. Dimon defendeu uma economia baseada em colaboração global, em oposição ao isolamento.

Sem mencionar diretamente Donald Trump, Dimon sugeriu cautela diante da postura protecionista adotada. Ele enfatizou que políticas excessivamente nacionalistas podem acabar prejudicando o próprio país, especialmente em um cenário global de incertezas econômicas e políticas crescentes.

Um ponto crítico levantado pelo executivo é o risco da fragmentação das alianças militares e econômicas tradicionais dos EUA. Para Dimon, essa situação representaria exatamente o que países adversários desejam, podendo enfraquecer os Estados Unidos a longo prazo.

Dimon afirmou ainda que manter uma postura cooperativa com aliados internacionais é crucial, especialmente em setores como tecnologia e inteligência artificial, especialmente para manter a competitividade frente a potências emergentes como a China.

Sobre a relação comercial com a China, Dimon defendeu um diálogo constante, equilibrado e respeitoso. Afirmou também a necessidade urgente de os EUA reduzirem a dependência excessiva de Taiwan na fabricação de semicondutores, dada a relevância desses componentes na economia global atual.

Outro aspecto abordado foi o impacto imediato das tarifas sobre os mercados financeiros. Dimon ressaltou que, apesar da recente volatilidade e da queda dos preços das ações, os valores ainda estão acima das médias históricas, indicando a possibilidade de uma correção maior no futuro próximo.

Os mercados globais reagiram com volatilidade, acendendo alertas sobre a recessão. O executivo, por sua vez, aumentou a probabilidade de recessão devido às recentes tarifas, elevando para 60% as chances de recessão econômica nos EUA em decorrência das políticas tarifárias atuais.

O índice de bancos do S&P 500 acumula perda superior a 15% em apenas dois dias. O índice Topix Banks do Japão chegou a cair 17% em um único dia, fechando com perda de 10%. Na Europa, o Stoxx 600 Banks recuou 5% logo após a abertura, mas reduziu a queda.

Entre as ações individuais, o Barclays (LSE:BARC) caía 3,3%, no momento da escrita, após despencar 9% de manhã, e o Santander (LSE:BNC) recuava 3,7% após abertura com queda de 15%.

Morgan Stanley (NYSE:MS), Citigroup (NYSE:C) e Goldman Sachs (NYSE:GS) caíam entre 2% a 4%, enquanto o JPMorgan (NYSE:JPM), Bank of America (NYSE:BAC) se recuperaram para variações mais moderadas.

NYSE: Veja o ranking das ações negociadas diariamente na Bolsa de Valores de Nova Iorque: maiores altasmaiores baixasmaiores volumes negociados e maiores quantidades de negócios.

Dimon ressaltou a urgência em resolver a questão tarifária rapidamente para minimizar os danos à economia norte-americana, ao afirmou que atrasos nas negociações poderiam causar efeitos negativos acumulativos, difíceis de serem revertidos, comprometendo a recuperação econômica dos Estados Unidos.

Outros investidores influentes também demonstraram preocupação e se posicionaram contra a política tarifária de Trump. Bill Ackman alertou para um “inverno nuclear econômico autoinduzido” caso as tarifas não sejam pausadas, enquanto Stan Druckenmiller afirmou que não apoia tarifas superiores a 10%.

JPMorgan Chase & (BOV:JPMC34)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2025 até Jun 2025 Click aqui para mais gráficos JPMorgan Chase &.
JPMorgan Chase & (BOV:JPMC34)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jun 2025 Click aqui para mais gráficos JPMorgan Chase &.