JPMorgan destaca o impacto das tarifas dos EUA nas relações econômicas e geopolíticas
07 Abril 2025 - 12:51PM
ADVFN News
Em carta aos acionistas, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase
(BOV:JPMC34), destacou que as recentes tarifas impostas pelos
Estados Unidos podem ameaçar a estabilidade econômica, além de
enfraquecer alianças internacionais fundamentais. Dimon
defendeu uma economia baseada em colaboração global, em oposição ao
isolamento.
Sem mencionar diretamente Donald Trump, Dimon sugeriu cautela
diante da postura protecionista adotada. Ele enfatizou que
políticas excessivamente nacionalistas podem acabar prejudicando o
próprio país, especialmente em um cenário global de incertezas
econômicas e políticas crescentes.
Um ponto crítico levantado pelo executivo é o risco da
fragmentação das alianças militares e econômicas tradicionais dos
EUA. Para Dimon, essa situação representaria exatamente o que
países adversários desejam, podendo enfraquecer os Estados Unidos a
longo prazo.
Dimon afirmou ainda que manter uma postura cooperativa com
aliados internacionais é crucial, especialmente em setores como
tecnologia e inteligência artificial, especialmente para
manter a competitividade frente a potências emergentes como a
China.
Sobre a relação comercial com a China, Dimon defendeu um diálogo
constante, equilibrado e respeitoso. Afirmou também a necessidade
urgente de os EUA reduzirem a dependência excessiva de Taiwan na
fabricação de semicondutores, dada a relevância desses componentes
na economia global atual.
Outro aspecto abordado foi o impacto imediato das tarifas sobre
os mercados financeiros. Dimon ressaltou que, apesar da recente
volatilidade e da queda dos preços das ações, os valores ainda
estão acima das médias históricas, indicando a possibilidade de uma
correção maior no futuro próximo.
Os mercados globais reagiram com volatilidade, acendendo alertas
sobre a recessão. O executivo, por sua vez, aumentou a
probabilidade de recessão devido às recentes tarifas, elevando para
60% as chances de recessão econômica nos EUA em decorrência das
políticas tarifárias atuais.
O índice de bancos do S&P 500 acumula perda superior a 15%
em apenas dois dias. O índice Topix Banks do Japão chegou a
cair 17% em um único dia, fechando com perda de 10%. Na Europa, o
Stoxx 600 Banks recuou 5% logo após a abertura, mas reduziu a
queda.
Entre as ações individuais, o
Barclays (LSE:BARC) caía 3,3%, no momento da
escrita, após despencar 9% de manhã, e o
Santander (LSE:BNC) recuava 3,7% após
abertura com queda de 15%.
Morgan Stanley (NYSE:MS),
Citigroup (NYSE:C) e Goldman
Sachs (NYSE:GS) caíam entre 2% a 4%, enquanto o
JPMorgan (NYSE:JPM), Bank of
America (NYSE:BAC) se recuperaram para variações mais
moderadas.
NYSE: Veja o ranking das ações negociadas diariamente
na Bolsa de Valores de Nova Iorque: maiores
altas, maiores
baixas, maiores
volumes negociados e maiores
quantidades de negócios.
Dimon ressaltou a urgência em resolver a questão
tarifária rapidamente para minimizar os danos à economia
norte-americana, ao afirmou que atrasos nas negociações poderiam
causar efeitos negativos acumulativos, difíceis de serem
revertidos, comprometendo a recuperação econômica dos Estados
Unidos.
Outros investidores influentes também demonstraram preocupação e
se posicionaram contra a política tarifária de Trump. Bill Ackman
alertou para um “inverno nuclear econômico autoinduzido” caso as
tarifas não sejam pausadas, enquanto Stan Druckenmiller afirmou que
não apoia tarifas superiores a 10%.
JPMorgan Chase & (BOV:JPMC34)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2025 até Jun 2025
JPMorgan Chase & (BOV:JPMC34)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jun 2025