Os maiores credores da mineradora Samarco, em recuperação judicial desde abril, entraram com nova petição na Justiça alegando que a mineradora tenta blindar o patrimônio de suas acionistas – a Vale (BOV:VALE3) e a australiana BHP Billiton – ao propor um financiamento de R$ 1,2 bilhão bancado por elas.

O documento, obtido pelo Estadão, diz que as projeções financeiras da Samarco apontam fluxo de caixa para a empresa manter suas operações sem necessidade desse crédito, principalmente após o pedido de recuperação judicial. O grupo engloba os fundos estrangeiros das gestoras York, BofA, HSBC, BNY Mellon, CVC, Citi, Canyon, Ashmore, Maple Rock, Solus e BlackRock, que têm R$ 21 bilhões da dívida da Samarco.

“Não é crível que a recuperanda (neste caso, a Samarco), assessorada por um dos maiores bancos de investimento do mundo, o JP Morgan, não conseguiu encontrar um só player disponível a mutuar dinheiro em condições melhores do que as do empréstimo DIP (tipo de financiamento voltado a empresas em recuperação judicial)”, afirma a petição, ajuizada pelos escritórios Padis Mattar, FCDG e Resende Ribeiro Reis.

A Samarco, a Vale e a BHP não comentaram até o fechamento dessa reportagem.

Vale supera estimativa e registra lucro de US$ 5,546 bilhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 2.220%

mineradora Vale registrou lucro líquido de US$ 5,546 bilhões, 2.220% em relação aos US$ 239 milhões do mesmo período de 2020. No trimestre anterior, a mineradora havia registrado ganhos de US$ 739 milhões.

Em reais, o lucro somou R$ 30,564 bilhões no primeiro, ante R$ 984 milhões no mesmo período de 2020.

Segundo a empresa, o lucro ficou acima principalmente devido a (a) despesas de Brumadinho, (b) encargos de impairment nos ativos dos negócios de Níquel e Carvão, ambos no 4T20, e (c) maior resultado financeiro, apesar do impacto da desvalorização cambial do Real em 9,6% na marcação a mercado de nossas posições de derivativos. Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo menor EBITDA ajustado proforma.

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