Marcopolo registrou lucro líquido de R$ 46,7 milhões no terceiro trimestre de 2022, cifra 56,4% menor do que a reportada na mesma etapa de 2021, informou a companhia fabricante de carrocerias de ônibus.

A empresa explica que o “resultado do 3T21 havia sido beneficiado em função do êxito de ações judiciais referentes a não incidência de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre a atualização monetária de indébitos tributários, bem como por ação judicial que discutia a não incidência do IRPJ e CSLL sobre a atualização monetária atrelada a aplicações financeiras”.

A receita líquida somou R$ 1,516 bilhão, um incremento de 100% ante o terceiro trimestre de 2021, quando registrou R$ 757,6 milhões.

Segundo a companhia, o montante é representa recorde trimestre e é composto por R$ 820,5 milhões provenientes do mercado interno (54,1%), R$ 389,4 milhões das exportações a partir do Brasil (25,7%) e R$ 306,4 milhões originados pelas operações internacionais (20,2%).

O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – da companhia foi de R$ 90,5 milhões entre julho e setembro, recuo de 4,9% ante o mesmo período de 2021. A margem Ebitda retraiu 6,6 pontos percentuais no terceiro trimestre, para 6%.

A produção consolidada da Marcopolo foi de 4.079 unidades no 3T22. No Brasil, a produção atingiu 3.561 unidades, 135,2% superior à do 3T21, enquanto no exterior a produção foi de 518 unidades, 25,6% inferior às unidades produzidas no mesmo período do ano anterior.

A comparação dos volumes de produção é afetada pela fraca base de produção do 3T21 quando a Companhia paralisou temporariamente suas atividades no Brasil em função da falta de determinados componentes, especialmente semicondutores e chassis. A produção do 3T22 foi normalizada, sem impactos representativos em função de afastamentos, fator de que afetou negativamente volumes no 1T22, ou falta de componentes, também com impacto representativo na produção do 1T22 e do 2T22.

As despesas com vendas totalizaram R$ 75,3 milhões no 3T22, ou 5,0% da receita líquida, contra R$ 39,3 milhões no 3T21, 5,2% sobre a receita líquida. A elevação das despesas comerciais em termos absolutos reflete o comissionamento sobre as vendas realizadas pela Companhia.

As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 62,0 milhões no 3T22, ou 4,1% da receita líquida, enquanto no 3T21 essas despesas somaram R$ 51,4 milhões, 6,8% da receita líquida.

O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 232,2 milhões no terceiro trimestre de 2022, um aumento de 222,5% na comparação com igual etapa de 2021. A margem bruta foi de 15,3% no 3T22, alta de 5,8 p.p. frente a margem do 3T21.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 8,1% no terceiro trimestre deste ano, um recuo de 8,7 p.p. na comparação com igual etapa de 2021.

O resultado financeiro líquido do período foi negativo em R$ 20,1 milhões, ante um resultado positivo de R$ 9,1 milhões registrados um ano antes. O resultado financeiro foi impactado negativamente em R$ 21,3 milhões pela variação cambial gerada pela desvalorização do real frente ao dólar norte americano sobre a carteira de pedidos em dólares.

No 3T22, as atividades operacionais consumiram caixa de R$ 53,0 milhões, as atividades de investimentos, líquidas de dividendos e variação cambial, consumiram R$ 27,1 milhões, enquanto as atividades de financiamento consumiram R$ 69,2 milhões.

A participação de mercado da Marcopolo na produção brasileira de carrocerias foi de 53,1% no 3T22 contra 53,5% no 2T22.

O destaque do trimestre foi o crescimento de 3,6 p.p. no market share da Companhia no segmento de ônibus rodoviários, com a recuperação do mercado de rodoviários pesados, após a normalização no fornecimento de chassis no segmento. Rodoviários pesados, associados às atividades de turismo e linhas de longa distância, responderam por 60% da produção de rodoviários da Marcopolo direcionados ao mercado brasileiro (11% no 3T21), enquanto os rodoviários leves, normalmente aplicados na atividade de fretamento, responderam pelos demais 40% (89% no 3T21).

A Marcopolo investiu em seu imobilizado R$ 28 milhões, dos quais R$ 13,5 milhões foram despendidos pela controladora e aplicados da seguinte forma: R$ 8,6 milhões em máquinas e equipamentos, R$ 2,9 milhão em hardware e softwares, R$ 1,4 milhões em benfeitorias, e R$ 0,6 milhão em outras imobilizações. Nas controladas foram investidos R$ 14,5 milhões sendo R$ 8 milhões na Volare Veículos (São Mateus), R$ 1,4 milhão na Ciferal (antiga San Marino), R$ 0,9 milhão na Marcopolo Austrália e R$ 4,2 milhões nas demais unidades.

O endividamento financeiro líquido totalizava R$ 1.367,7 milhões em 30.09.2022 (R$ 1.225,8 milhões em 30.06.2022). Desse total, R$ 454,3 milhões eram provenientes do segmento financeiro (Banco Moneo) e R$ 913,4 milhões do segmento industrial.

Cabe ressaltar que o endividamento do segmento financeiro provém da consolidação das atividades do Banco Moneo e deve ser analisado separadamente, uma vez que possui características distintas daquele proveniente das atividades industriais da Companhia. O passivo financeiro do Banco Moneo tem como contrapartida a conta de “Clientes” no Ativo do Banco. O risco de crédito está devidamente provisionado. Por se tratar de repasses do FINAME, cada desembolso oriundo do BNDES tem exata contrapartida na conta de recebíveis de clientes do Banco Moneo, tanto em prazo como em taxa.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 3,4 vezes em setembro de 2022.

Os resultados da Marcopolo (BOV:POMO3) e (BOV:POMO4) referentes suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 03/11/2022. Confira o Press Release completo!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão