A Ford Motor (NYSE:F) anunciou nesta quinta-feira (30) que o novo acordo trabalhista com o sindicato United Auto Workers (UAW) terá um custo estimado de US$ 8,8 bilhões, o que a levou a reduzir sua previsão de lucro para o ano inteiro. Essa decisão foi motivada pela perda de produção devido a uma extensa greve em suas fábricas nos EUA.
A Ford Motor também é negociada na B3 através do ticker (BOV:FDMO34).
O acordo com o UAW, obtido após semanas de negociações intensas, resultará em aproximadamente US$ 900 em custos trabalhistas adicionais por veículo até 2028. Para compensar esse aumento de custos, a Ford planeja fazer cortes em outras áreas.
A montadora agora projeta um lucro ajustado antes de juros e impostos (EBIT) de US$ 10 bilhões a US$ 10,5 bilhões para o ano de 2023, abaixo da previsão anterior de US$ 11 bilhões a US$ 12 bilhões, que havia sido anunciada em julho.
A previsão revisada inclui uma estimativa de US$ 1,7 bilhão em lucros perdidos devido à greve, que também resultou em cerca de 100 mil unidades a menos nas vendas de veículos no atacado.
Essa mudança na perspectiva da Ford segue a decisão da General Motors (GM, GMCO34) de informar que seus novos acordos trabalhistas com o UAW e o sindicato canadense Unifor custarão US$ 9,3 bilhões até 2028. A GM também anunciou um programa de recompra de ações de US$ 10 bilhões e um aumento de 33% nos dividendos, com o objetivo de impulsionar o preço de suas ações. Saiba mais…
A Ford foi a primeira das Três Grandes montadoras de Detroit a chegar a um acordo provisório com o UAW após quase seis semanas de greve, durante a qual os trabalhadores reivindicaram melhores salários e benefícios.
As negociações com o UAW ganharam destaque nas redes sociais, com o líder sindical Shawn Fain transmitindo ao vivo os desdobramentos das negociações e anunciando greves surpresa. A persistência do sindicato resultou em uma oferta melhorada da Ford, incluindo aumentos salariais, investimentos industriais e outros benefícios para os trabalhadores.
No entanto, essa incerteza em torno da ratificação do acordo levou a Ford a enfrentar custos trabalhistas mais altos, semelhantes aos de seus concorrentes GM e Stellantis, controladora da Chrysler.
Além disso, a Ford enfrenta desafios em seu negócio de veículos elétricos devido à diminuição da demanda dos consumidores e anunciou uma redução de US$ 12 bilhões em seus planos futuros de investimento nessa área. A empresa também revisou para baixo sua previsão de fluxo de caixa livre ajustado para 2023.
O CFO da Ford, John Lawler, abordará essas questões em uma conferência no final do dia.