As ações da Target (NYSE:TGT) recuavam 3% em verificação feita no início da tarde de quarta-feira (21), depois que revelou números do primeiro trimestre fiscal com um desempenho fraco, registrando queda de 2,8% na receita, para US$ 23,85 bilhões, abaixo dos US$ 24,5 bilhões do mesmo período de 2024.
A Target também é negociada na B3 através da BDR (BOV:TGTB34), que simultaneamente caíam 3,9%, a R$ 534,82 reais.
As vendas comparáveis do último trimestre recuaram 3,8%, com queda de 5,7% nas lojas físicas e avanço de 4,7% no digital.
O lucro ajustado por ação ficou em US$ 1,30, abaixo dos US$ 2,03 do ano anterior e dos US$ 1,61 esperados por analistas. No critério GAAP, o lucro por ação foi de US$ 2,27, favorecido por um ganho não recorrente de US$ 593 milhões relacionado à resolução de litígios de taxas de intercâmbio com cartões de crédito. O lucro líquido subiu para US$ 1,04 bilhão.
A margem operacional ajustada caiu de 5,3% para 3,7%, pressionada por descontos maiores e custos logísticos. A margem bruta foi de 28,2%, ante 28,8% no ano anterior. As despesas SG&A, excluindo ganhos legais, subiram para 21,7% da receita. A empresa distribuiu US$ 510 milhões em dividendos e recomprou US$ 251 milhões em ações.
A Target, porém, destacou pontos positivos como o crescimento de 36% nas entregas no mesmo dia via Target Circle 360 e a parceria com a marca Kate Spade, considerada a colaboração de designers mais bem-sucedida da última década. Datas sazonais como Páscoa e Dia dos Namorados também tiveram bom tráfego.
A empresa reduziu sua projeção anual e agora espera queda de um dígito nas vendas e lucro ajustado por ação entre US$ 7,00 e US$ 9,00, ante faixa anterior de US$ 8,80 a US$ 9,80. A projeção já inclui o impacto com tarifas de importação e pressão nos gastos do consumidor, especialmente em itens discricionários.
Reagindo ao desempenho decepcionante, a Target anunciou uma reestruturação interna. O diretor de operações, Michael Fiddelke, liderará o novo “Escritório de Aceleração Empresarial”, voltado a decisões mais ágeis e foco em crescimento. Ao mesmo tempo, houve mudanças na cúpula executiva, com as saídas das executivas Christina Hennington e Amy Tu.
Executivos reconheceram os desafios persistentes dos boicotes ligados à reversão das políticas de diversidade, aumento das tarifas e queda na confiança dos consumidores.
As ações da Target negociadas em Nova York acumulam queda de 22,1% nos últimos 6 meses, enquanto as BDRs recuaram 26,23%.