A Casas Bahia anunciou que os debenturistas aprovaram as mudanças propostas em seu Plano de Transformação da Estrutura de Capital, passo essencial para viabilizar a entrada da gestora Mapa Capital como acionista majoritária da companhia.

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As alterações aprovadas referem-se à 10ª emissão de debêntures e incluem:

  • Antecipação da conversão das debêntures da 2ª série, permitindo sua transformação em ações ordinárias já neste mês;
  • Postergação do primeiro pagamento de juros da 1ª série para novembro de 2027;
  • Reperfilamento do cronograma de amortização da 1ª série, com concentração de 20% do principal em 2027 (antes, 11,11%);
  • Autorização para eventos de liquidez sem amortização antecipada obrigatória por um período de 12 meses.

Essas mudanças fazem parte do acordo firmado entre a Mapa Capital, o Bradesco (BOV:BBDC4) e o Banco do Brasil (BOV:BBAS3) para a aquisição das debêntures da 2ª série, que são conversíveis em ações. Estimada em R$ 1,6 bilhão, essa parte da dívida será integralmente convertida, reduzindo o endividamento da varejista e permitindo que a Mapa Capital assuma o controle da companhia.

A gestora já manifestou intenção de converter os papéis em ações ordinárias tão logo a operação seja concluída. A expectativa da Casas Bahia (BOV:BHIA3) é que o processo de conversão esteja finalizado até o fim de agosto de 2025.

Reestruturação e foco na rentabilidade

Em meio à tentativa de recuperar a rentabilidade, a Casas Bahia vem adotando um plano de reestruturação desde meados de 2024. A estratégia inclui retorno ao modelo de negócios tradicional, com foco em produtos mais rentáveis, corte de despesas e racionalização do portfólio.

Como parte dessa reestruturação, a empresa realizou em julho de 2024 sua 10ª emissão de debêntures, dividida em três séries:

1ª e 3ª séries: debêntures simples com garantia real, sem possibilidade de conversão em ações;

2ª série: debêntures conversíveis, alvo da transação com a Mapa Capital.

Com a aprovação dos debenturistas e a venda dos papéis da 2ª série pelos bancos à gestora, a varejista reduz seu endividamento e caminha para uma nova estrutura de governança. No entanto, a operação ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).