O Ibovespa fechou em leve queda nesta sexta-feira, pressionado principalmente por ações de blue chips, em sintonia com os índices de Wall Street. O movimento refletiu a cautela dos investidores globais diante do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin.

O índice encerrou o pregão praticamente estável, com recuo de 0,01%, aos 136.340 pontos, em um dia de volume negociado de R$ 17,8 bilhões — acima da média móvel das últimas 50 sessões, de R$ 14,9 bilhões. No balanço semanal, o Ibovespa acumula alta de 0,31%.

No mercado de juros, os vértices da curva registraram queda de até 4 pontos-base, em um cenário de expectativas de que o Banco Central possa reduzir a taxa básica ainda este ano, diante da desaceleração da economia local. O BTG Pactual elevou a recomendação para ações no Brasil para “compra”, destacando que a política monetária “ultra-restritiva” está próxima de um “ponto de inflexão”.

O dólar futuro para setembro caía 0,24%, cotado a R$ 5,422, enquanto o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas, recuava 0,35%, a 97,8 pontos.

Em relatório, estrategistas do BTG destacaram que a curva de juros já precifica cortes de cerca de 270 pontos-base até 2028. “Dados recentes de inflação e outros indicadores sugerem que os juros podem ser reduzidos antes do esperado, e o nível terminal do ciclo deve ficar abaixo do precificado pelo mercado”, afirmaram.

No portfólio local, o BTG adicionou exposição às companhias Auren e Motiva, destacando a forte correlação do setor de utilities com os juros de longo prazo. Juros mais baixos reduzem despesas financeiras e o custo de capital, beneficiando empresas alavancadas como a Auren. Motiva, por sua vez, deve se beneficiar não apenas da perspectiva de juros longos menores, mas também da agenda interna de eficiência e disciplina na alocação de capital.

No setor bancário, a CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, alertou que os resultados do terceiro trimestre devem permanecer “sob estresse”, após desempenho abaixo do esperado no segundo trimestre, devido principalmente à inadimplência no agronegócio. Ela projeta recuperação da rentabilidade a partir de 2026.

O BTG mantém visão “neutra e cautelosa” sobre os papéis do BB, citando baixa visibilidade. Segundo os analistas, mesmo assumindo o nível mais conservador do guidance de lucro líquido, de R$ 21 bilhões, o P/L para 2025 seria de 5,4x, com dividend yield de 5,5%, sem motivos claros para otimismo.

No mercado de alimentos, o chair da Marfrig, Marcos Molina, afirmou que a companhia resultante da fusão com a BRF poderá pagar dividendos maiores aos acionistas, apoiada em ganhos de sinergia e créditos tributários. Molina também destacou que a empresa planeja futura listagem nos Estados Unidos, classificando a iniciativa como um “passo natural”.

A Cosan, por sua vez, anunciou que definirá até o fim do ano quais empresas do grupo serão parcialmente vendidas para reduzir alavancagem. O CEO Marcelo Martins acrescentou que a Cosan não fará novos aportes na Raízen, buscando um sócio estratégico junto à Shell para capitalizar a companhia.

No cenário político, o presidente da Câmara, Hugo Motta, nomeou relator para a CPMI que investigará fraudes no INSS e enviou à Comissão de Ética processo para possível cassação do deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA. Recentemente, Eduardo publicou foto com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o jornalista Paulo Figueiredo, em encontro que ocorre após reunião cancelada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Entre os destaques de ações, as maiores quedas no Ibovespa foram registradas pelas ON da Embraer (-4,21%), Sabesp (-1,10%) e Weg (-1,43%). Já na ponta positiva, Marfrig (+8,75%), GPA (+6,74%) e BRF (+5,62%) lideraram os ganhos.

Nos mercados de commodities, o petróleo Brent operava em baixa de 1,09%, a US$ 66,11 por barril, enquanto investidores aguardavam desdobramentos do encontro entre Trump e Putin, que poderia resultar em um cessar-fogo na Ucrânia. A reunião teve início às 16h30, horário de Brasília, e os líderes foram fotografados entrando juntos em uma limusine presidencial no Alaska.

Segundo a Bloomberg, os EUA estudam sanções contra companhias petrolíferas russas como forma de pressionar Putin a aceitar um cessar-fogo, visando reduzir receitas do país. Já os contratos futuros de minério de ferro recuaram 1,08%, cotados a US$ 108,01 por tonelada na bolsa de Dalian, em meio a indicadores econômicos chineses fracos.

Data Variação Pontuação Volume Financeiro
01/08/2025 -0,48% 132.437,39  R$ 45,4 bilhões
02/08/2025 0,40% 132.971,20  R$ 15,2 bilhões
05/08/2025 0,14%  133.151,30 R$ 18,8 bilhões
06/08/2025 1,04% 134.537,62 R$ 21,0 bilhões
07/08/2025 1,48% 136.527,61  R$ 23,9 bilhões
08/08/2025 -0,45% 135.913,25 R$ 25,3 bilhões
11/08/2025 -0,21% 135.623,15 R$ 17,6 bilhões
12/08/2025 1,69% 137.913,68 R$ 23,9 bilhões
13/08/2025 -0,89% 136.687,32  R$ 22,6 bilhões
14/08/2025 -0,24% 136.355,78  R$ 22,6 bilhões
15/08/2025 -0,01%  136.340,77 R$ 24,5 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    Ambipar (AMBP3)

    A Ambipar Participações e Empreendimentos SA anunciou nesta sexta-feira (15/08) seus resultados do segundo trimestre de 2025, mostrando forte crescimento operacional, mas fechando o período com prejuízo líquido de R$ 134,1 milhões. Saiba mais…

    Azevedo & Travassos (AZEV4)

    A Azevedo & Travassos foi declarada vencedora do leilão da concessão rodoviária do Lote CN 2, promovido pela União por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O contrato abrange um trecho de 490 km das rodovias BR-060 e BR-364, nos Estados de Goiás e Mato Grosso, com duração de 30 anos. Saiba mais…

    Azul (AZUL4)

    A Azul S.A. surpreendeu o mercado na quinta-feira (14/08) ao anunciar lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 3,56 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. O desempenho marca um ponto de virada importante para a companhia aérea, que vem implementando ajustes para otimizar custos e fortalecer sua operação na bolsa de valores. Saiba mais…

    Banco do Brasil (BBAS3)

    O Banco do Brasil fechou o segundo trimestre de 2025 (2T25) com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda expressiva de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número ficou bem abaixo da projeção de R$ 4,99 bilhões do consenso LSEG, surpreendendo negativamente analistas e investidores da bolsa de valores. Saiba mais…

    Banco Bmg (BMGB4) 

    O Banco Bmg S.A. anunciou nesta quinta-feira (14/08) um lucro líquido recorrente de R$125 milhões no segundo trimestre de 2025, representando alta de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) atingiu 14,3%, um crescimento relevante frente aos 10,8% registrados em 2024, enquanto a margem financeira após o custo de crédito subiu 19,3%, totalizando R$891 milhões. Saiba mais…

    Bemobi (BMOB3)

    A Bemobi Mobile Tech S.A., listada na bolsa de valores brasileira, anunciou nesta quinta-feira (14/08) a implementação de um programa de recompra de ações ordinárias. O plano prevê a aquisição ou negociação de até 7,9 milhões de ações pelo prazo de 18 meses, visando fortalecer a estrutura de capital da empresa e atender aos planos de incentivo de longo prazo. Saiba mais…

    BRF (BRFS3)

    A BRF S.A., gigante brasileira do setor de alimentos, registrou lucro líquido de R$ 735 milhões no segundo trimestre de 2025, queda de 32,8% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar da retração no resultado final, a companhia atingiu um marco importante: sua menor alavancagem histórica, de apenas 0,43 vez, impulsionada por forte geração de caixa e redução de 47% na dívida líquida, que fechou o período em R$ 4,735 bilhões. Saiba mais…

    Cemig (CMIG4) 

    A Cia Energética de Minas Gerais divulgou nesta quinta-feira (14/08) seu balanço do segundo trimestre de 2025, registrando lucro líquido de R$1,19 bilhão, uma queda de 29,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado reflete desafios no setor elétrico e ajustes em custos operacionais. Saiba mais…

    Cosan (CSAN3)

    A Cosan S.A. divulgou nesta sexta-feira (15/08) os resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), registrando prejuízo líquido de R$ 946 milhões — um salto negativo frente à perda de R$ 227 milhões do mesmo período de 2024. O desempenho foi fortemente pressionado pelo menor resultado de equivalência patrimonial, sem os efeitos positivos extraordinários contabilizados no 2T24. Saiba mais…

    CPFL Energia (CPFE3)

    A CPFL Energia registrou um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão no segundo trimestre de 2025, crescimento de 7,8% na comparação anual e acima da expectativa média do mercado, que girava em torno de R$ 1 bilhão, segundo estimativa do IBES. O Ebitda da companhia também superou projeções, atingindo R$ 3,0 bilhões, alta de 6,7% em relação ao mesmo período de 2024. Saiba mais…

    Cyrela (CYRE3)

    A Cyrela Brazil Realty divulgou nesta quinta-feira (14/08) seus resultados do segundo trimestre de 2025, registrando um lucro líquido de R$ 388 milhões, queda de 6% frente ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, a receita líquida avançou 13%, atingindo R$ 2,107 bilhões, impulsionada pelos novos lançamentos e vendas líquidas expressivas. Saiba mais…

    Gol (GOLL54)

    A Gol Linhas Aéreas Inteligentes divulgou nesta sexta-feira (15/08) seus resultados do segundo trimestre de 2025, revelando um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão. Apesar do valor negativo, o montante representa uma melhora expressiva de 60,8% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado por forte crescimento de receita e aumento da capacidade operacional. Saiba mais…

    IMC (MEAL3)

    A International Meal Company Alimentação S.A., operadora de marcas como Frango Assado, Viena e Batata Inglesa, divulgou nesta sexta-feira (15/08) os resultados do segundo trimestre de 2025, registrando um prejuízo líquido de R$ 32,4 milhões. O desempenho marca uma reversão frente ao lucro de R$ 12,2 milhões obtido no mesmo período do ano anterior e reflete principalmente o impacto de maiores despesas financeiras. Saiba mais…

    IRB (IRBR3) 

    O IRB Re surpreendeu o mercado ao divulgar, na noite de quinta-feira (14/08), um salto de 120% no lucro líquido do segundo trimestre de 2025, totalizando R$ 144 milhões. O desempenho foi impulsionado por um resultado de subscrição positivo de R$ 229 milhões, crescimento expressivo de 579% em relação ao mesmo período de 2024, e pelo resultado financeiro e patrimonial de R$ 163 milhões. Saiba mais…

    Jalles Machado (JALL3)

    A Jalles Machado S.A. registrou um prejuízo líquido de R$ 14 milhões no primeiro trimestre da safra 2025/26, revertendo ligeiramente o resultado negativo de R$ 2,4 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Apesar da queda no lucro, o Ebitda ajustado da companhia se manteve estável em R$ 269,6 milhões, impulsionado pelo aumento nas vendas de ATR, açúcar e etanol. Saiba mais…

    JHSF (JHSF3)

    A JHSF Participações S.A., holding brasileira de negócios de luxo, reportou lucro líquido consolidado de R$ 245,8 milhões no segundo trimestre de 2025, registrando um aumento expressivo de 45,6% frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado reflete o bom desempenho de suas divisões, incluindo incorporação imobiliária, shoppings, aviação executiva e clube e residências. Saiba mais…

    Marfrig (MRFG3) 

    A Marfrig Global Foods S.A. divulgou, na quinta-feira (14/08), após o fechamento do pregão da bolsa de valores, seus resultados do segundo trimestre de 2025. A companhia reportou lucro líquido de R$ 85,2 milhões, crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas o Ebitda ajustado recuou 10,8%, somando R$ 3,012 bilhões, em meio a um ambiente de custos mais elevados e menor disponibilidade de gado nos Estados Unidos. Saiba mais…

    Méliuz (CASH3)

    A Méliuz S.A confirmou que seus recibos de ações (ADRs) começaram a ser negociados no mercado norte-americano OTCQX, segmento de maior nível de governança da OTC Markets Group, sob o ticker MLIZY. Cada ADR corresponde a duas ações ordinárias CASH3, permitindo que investidores convertam seus papéis em dólares. Saiba mais…

    Melnick (MELK3)

    A Melnick Desenvolvimento Imobiliário S.A. apresentou resultados financeiros robustos no segundo trimestre de 2025, com destaque para o lucro líquido de R$ 39 milhões, um crescimento expressivo de 191,7% em relação ao 1T25. O desempenho foi impulsionado por lançamentos significativos em Porto Alegre e São Paulo, além do aumento nas vendas de estoque. Saiba mais…

    Ser Educacional (SEER3)

    A Ser Educacional divulgou nesta sexta-feira (15/08) um salto de 66,4% no lucro líquido do segundo trimestre de 2025, alcançando R$ 81,3 milhões. A receita líquida subiu 10,7%, totalizando R$ 589,2 milhões, impulsionada pela expansão de 13,4% na base de alunos do Ensino Híbrido e pelo aumento no número de vagas em cursos de medicina — um dos segmentos mais rentáveis da companhia. Saiba mais…

    Trisul (TRIS3)

    A Trisul S.A., incorporadora e construtora com atuação no mercado imobiliário, apresentou lucro líquido atribuível aos controladores de R$ 48 milhões no segundo trimestre de 2025, representando um crescimento de 57,6% na comparação anual. O Ebitda da companhia somou R$ 57,6 milhões, com alta de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, demonstrando ganho de eficiência operacional. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)