Companhia aérea também reduziu perdas ajustadas e elevou Ebitda; ações encerraram o pregão em alta de 3,39% na B3, com investidores avaliando melhora operacional.
A Azul S.A. (BOV:AZUL4) surpreendeu o mercado na quinta-feira (14/08) ao anunciar lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 3,56 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. O desempenho marca um ponto de virada importante para a companhia aérea, que vem implementando ajustes para otimizar custos e fortalecer sua operação na bolsa de valores.
Apesar do avanço, o resultado ajustado ainda mostrou um prejuízo de R$ 475,8 milhões, mas 29% menor que as perdas de R$ 669,7 milhões do 2T24. O Ebitda ajustado cresceu 8,6%, alcançando R$ 1,14 bilhão. O movimento reflete uma combinação de maior demanda por voos domésticos e estratégias de eficiência operacional, mesmo diante de custos elevados com combustível e câmbio.
A receita operacional atingiu um recorde para um segundo trimestre de R$4,9 bilhões, aumentando 18,4% ano contra ano, impulsionada principalmente por um ambiente contínuo de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e desempenho expressivo de nossas unidades de negócios.
A capacidade consolidada medida em assentos-quilômetro oferecidos (ASK) cresceu 17,5% ano contra ano, principalmente impulsionada por um crescimento de 36,8% nas operações internacionais e um aumento de 12,9% da nossa capacidade doméstica devido à recuperação de nossa operação que foi impactada no 2T24 pelas enchentes no Sul do Brasil.
No trimestre, a Azul transportou cerca de 8,0 milhões de passageiros, um aumento de 7,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O tráfego de passageiros (RPK) durante o trimestre cresceu 19,3%, superando a capacidade e resultando em uma robusta taxa de ocupação de 81,5%, 1,3 ponto percentual maior do que no 2T24.
A receita unitária (RASK) permaneceu forte em R$38,53 centavos no 2T25, mesmo com a capacidade crescendo 17,5% em relação ao ano anterior. Outro fator que contribuiu para nossas receitas e margens foi o crescimento das nossas unidades de negócios, que no 2T25 representaram 22,5% do RASK e 37,5% do EBITDA.
O CASK no 2T25 foi de R$35,57 centavos, 4,1% maior do que o 2T24, principalmente devido à desvalorização média de 8,7% do real, à inflação anual de 5,4%, ao aumento de 71% no número de processos judiciais relacionados a operações irregulares no final de 2024, decorrentes de problemas de desempenho de fornecedores, e ao crescimento da nossa frota, que ocasionou um aumento na depreciação de 24,8% ano contra ano, parcialmente compensados por várias estratégias de redução de custos através do aumento de produtividade, pela redução de 11,3% no preço do querosene de aviação, além do menor consumo de combustível das aeronaves de última geração em nossa frota. Além disso, a despesa do 2T24 foi beneficiada por compensações de fornecedores pela perda de receita causada pelas operações irregulares
A Azul encerrou o segundo trimestre com liquidez total de R$7,8 bilhões, incluindo investimentos e recebíveis de curto e longo prazo, contas a receber, depósitos de garantia e reservas de manutenção. A liquidez imediata em 30 de junho de 2025 foi de R$3,3 bilhões, representando 15,7% da nossa receita dos últimos doze meses. Em abril, captamos aproximadamente US$100 milhões por meio de um financiamento adicional e, em maio, acessamos US$250 milhões do nosso financiamento DIP de US$1,6 bilhão, relacionado ao processo de Chapter 11.
Em 30 de junho de 2025, o vencimento médio da dívida da Azul, excluindo passivos de arrendamento e debêntures conversíveis, era de 3,3 anos, com uma taxa de juros média de 12,9%. A taxa média de juros sobre as obrigações locais e denominadas em dólares eram equivalentes a CDI + 5% e 12,6%, respectivamente. O índice de alavancagem da Azul, medido pela relação entre dívida líquida e EBITDA dos últimos doze meses, foi de 4,9x, principalmente devido à desvalorização do real frente ao dólar neste ano, o que impactou a dívida denominada em dólar, além dos R$2,0 bilhões em dívida captados no trimestre como parte do plano de reestruturação. Essa alavancagem não considera a conversão das notas 1L e 2L em ações, como parte do plano de Chapter 11.
O setor aéreo na B3 segue volátil, impactado por fatores macroeconômicos como preço do petróleo e dólar. A melhora da Azul ocorre em um momento em que concorrentes também ajustam suas malhas e buscam ampliar margens. Esse cenário indica uma retomada gradual, mas ainda dependente de variáveis externas.
A empresa destacou em comunicado que a melhoria de resultados foi impulsionada por “forte controle de despesas, gestão eficiente de frota e aumento de receita por assento”, reforçando o compromisso com a sustentabilidade financeira e crescimento de longo prazo.
As ações AZUL4 encerraram o pregão desta quinta-feira (14/08) cotadas a R$ 0,61, alta de 3,39% em relação ao fechamento anterior. No dia, os papéis abriram a R$ 0,59, oscilaram entre a mínima de R$ 0,57 e a máxima de R$ 0,63, refletindo a leitura positiva dos investidores sobre o balanço.
A Azul é uma das maiores companhias aéreas do Brasil, atuando no transporte de passageiros e cargas, com uma malha que conecta cidades de diferentes portes e foco na integração regional. Entre suas concorrentes diretas na B3 estão Gol (BOV:GOLL4) e Latam, embora esta última não esteja listada no mercado brasileiro.
O resultado sinaliza um avanço importante na recuperação financeira da Azul, reforçando a atenção de investidores que acompanham o setor aéreo. Para monitorar as cotações, gráficos, fórum, fundamentos e notícias sobre a companhia, acesse as ferramentas exclusivas da ADVFN.
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