A Mapa Capital acaba de se tornar controladora da Casas Bahia (BOV:BHIA3), após converter cerca de R$ 1,4 bilhão em debêntures em ações ordinárias da varejista, assumindo 85,5% do capital social da companhia.
A operação, divulgada nesta quinta-feira (07/08), representa um passo decisivo no Plano de Transformação iniciado em agosto de 2023 e reforça a confiança da gestora na recuperação e no futuro da marca.
A mudança de controle representa não apenas uma reestruturação acionária, mas também administrativa. A nova controladora, por meio da Domus VII Participações S.A., pretende expandir o número de membros do Conselho de Administração de cinco para sete, indicando três desses nomes. Além disso, serão propostas alterações nos comitês internos da companhia — uma estratégia típica de gestoras que buscam otimizar governança em empresas em recuperação.
A operação ocorre em um momento de intenso desafio para o setor de varejo, especialmente o segmento de bens duráveis, que sofre com juros elevados e consumo retraído. A Casas Bahia, que acumula forte desvalorização nos últimos 12 meses, tenta reverter esse cenário com corte de despesas, foco em rentabilidade e apoio da Mapa Capital, que tem histórico de reestruturações agressivas e viradas estratégicas.
Segundo a Mapa Capital, a conversão das debêntures é mais um marco no processo de transformação da empresa. “Reflete a nossa confiança no modelo de negócios da Casas Bahia e na sua capacidade de iniciar um novo ciclo de crescimento sustentável”, declarou a gestora.
No pregão desta quinta-feira (07/08), as ações BHIA3 operam em queda, mesmo após o anúncio da operação. Por volta das 11h14, os papéis eram negociados a R$2,93, em baixa de 3,30%, com leve recuperação frente à mínima do dia de R$2,91, mas longe da máxima de R$3,12. A ação abriu o dia cotada a R$3,06.
A Casas Bahia (BOV:BHIA3) é uma das maiores varejistas do Brasil, com foco na venda de eletrodomésticos, móveis e eletrônicos. A empresa concorre com nomes como Magazine Luiza (BOV:MGLU3) e Americanas (BOV:AMER3), mas tem enfrentado dificuldades desde o fim da Via (sua holding anterior), com foco atual em reestruturação operacional e financeira.