As bolsas de valores da Europa encerraram em queda nesta terça-feira (26/08), em meio à forte instabilidade política na França e à tensão sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos. O índice CAC 40 (EU:PX1) de Paris registrou a maior baixa entre os principais mercados, enquanto o DAX (DBI:DAX) da Alemanha e o FTSE 100 (LSE:UKX) também recuaram. O destaque do dia ficou para os debates orçamentários na França, que colocaram em risco a estabilidade do governo do primeiro-ministro François Bayrou.

Reino Unido

Em Londres, o FTSE 100 (LSE:UKX) encerrou em baixa de 0,60%. O mercado britânico seguiu o tom negativo da Europa, mas sem indicadores econômicos relevantes no dia. A expectativa dos investidores permanece voltada às próximas decisões do Banco da Inglaterra (BoE), já que sinais de inflação acima da meta podem manter a política monetária restritiva por mais tempo, pressionando juros e libra esterlina.

Zona do Euro

O índice pan-europeu Euronext 100 (EU:N100) também fechou no vermelho, refletindo a combinação de incertezas políticas na França e cautela em relação às disputas entre Estados Unidos e União Europeia sobre regulação tecnológica. A Comissão Europeia reforçou o direito de definir suas próprias regras econômicas, fator que trouxe volatilidade ao mercado.

Alemanha

O DAX (DBI:DAX) encerrou em queda de 0,38%. Não houve divulgação de indicadores econômicos relevantes no país nesta terça-feira (26/08), mas o mercado seguiu pressionado pelo ambiente externo. Normalmente, a bolsa de valores de Frankfurt tende a reagir de forma sensível às perspectivas de exportação e ao câmbio, que hoje foram influenciados pelas tensões comerciais entre norte-americanos e europeus.

França

Paris foi o epicentro da turbulência no mercado europeu. O CAC 40 (EU:PX1) caiu 1,70%, afetado pelo risco de queda do governo de François Bayrou em votação marcada para setembro. O ministro da Economia e das Finanças, Eric Lombard, admitiu a possibilidade de intervenção do FMI caso a crise política se agrave, embora tenha depois negado qualquer plano de resgate. Os bancos franceses lideraram as perdas, com Société Générale (EU:GLE), Crédit Agricole (EU:ACA) e BNP Paribas (EU:BNP) entre as maiores quedas do dia.

Itália

Em Milão, o FTSE MIB (BITI:FTSEMIB) recuou 1,32%. A ausência de indicadores internos não impediu que o mercado acompanhasse a aversão ao risco no continente, reforçada pela fragilidade política francesa.

Portugal

O PSI 20 (EU:PSI20), de Lisboa, perdeu 0,92%, alinhado ao movimento das principais bolsas de valores da Europa. A expectativa permanece sobre a condução da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE), já que o impacto sobre os juros na região tende a influenciar diretamente os ativos portugueses.

Holanda

O AEX (EU:AEX), de Amsterdã, acompanhou o tom negativo geral, pressionado pela percepção de risco político e pelas incertezas no ambiente regulatório da União Europeia.

Reação aos Estados Unidos

O clima político norte-americano também influenciou o mercado europeu. As declarações do ex-presidente Donald Trump, que anunciou a remoção da diretora Lisa Cook do Federal Reserve (Fed), aumentaram a volatilidade global. Além disso, a ameaça de novas tarifas sobre países que restrinjam empresas de tecnologia dos EUA trouxe receios adicionais sobre o comércio internacional.

Mercado Cambial

Nas últimas 24 horas, o euro (FX:EURUSD) oscilou em queda frente ao dólar norte-americano, refletindo a percepção de maior risco político na região. A libra esterlina (FX:GBPUSD) também recuou, acompanhando a expectativa de juros elevados no Reino Unido. Na paridade euro/libra (FX:EURGBP), a moeda única europeia mostrou leve enfraquecimento, reforçando o peso dos fatores internos.

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