Depois de aprovada na Câmara dos Deputados, a chamada PEC da Blindagem começa a repercutir em Assembleias Legislativas pelo Brasil. A proposta determina que processos criminais contra parlamentares só podem ser abertos com autorização do Legislativo. Deputados estaduais de estados como Rio de Janeiro, Goiás e Bahia já discutem adotar medidas semelhantes.

Para aliados, a mudança é vista como uma forma de equilibrar os poderes e evitar perseguições políticas. Críticos, no entanto, alertam para o risco de se criar uma blindagem excessiva, que poderia enfraquecer o combate à corrupção e ampliar o foro privilegiado.

No Rio, o caso do deputado Marcos Muller, acusado de rachadinha, é citado como exemplo de como a nova regra poderia alterar o destino de processos em andamento. Em São Paulo, o deputado Gil Diniz, investigado no inquérito das milícias digitais, também poderia ser beneficiado.

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Na Bahia, o deputado Doutor Sergio Castro (PL) declarou que a replicação da PEC seria “inevitável”. Em Goiás, a proposta já foi levada a plenário. Em Mato Grosso, parlamentares defenderam ajustes para excluir crimes graves da blindagem.

O debate é alimentado por uma decisão do STF de 2019, que equiparou algumas imunidades parlamentares federais às estaduais. Para juristas, esse precedente pode abrir caminho para a adoção da PEC em diferentes assembleias sem necessidade de nova emenda constitucional.

Mesmo assim, há divergências dentro dos próprios Legislativos estaduais. Em alguns casos, como no Paraná, a proposta não está entre as prioridades imediatas, mas deputados admitem que poderão acompanhá-la caso ganhe força nacional.

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Para analistas, a PEC da Blindagem surge como reflexo direto da pressão exercida pela oposição em Brasília. Ao mesmo tempo, reforça o clima de desconfiança entre políticos e Judiciário, justamente quando se tenta avançar em pautas de pacificação institucional.

Especialistas em Direito Constitucional lembram que a medida pode ampliar ainda mais o distanciamento entre representantes políticos e cidadãos comuns, criando privilégios difíceis de justificar. Para eles, o debate deveria focar em aprimorar mecanismos de responsabilização, e não em blindagens.

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A expansão da PEC para os estados também pode aumentar a tensão com o STF, já que a Corte seria obrigada a reconhecer as novas prerrogativas em casos envolvendo deputados estaduais. Esse cenário pode gerar novos embates entre ministros e parlamentares.

Para investidores, a PEC da Blindagem é vista com preocupação, pois pode sinalizar retrocessos no combate à corrupção e aumentar a percepção de risco institucional. Esse tipo de movimento tende a pressionar o dólar e gerar cautela na B3. Acompanhe em tempo real pelo Monitor ADVFN