Parceria entre Casas Bahia e Mercado Livre pressiona varejo. Fleury, Motiva, Pão de Açúcar e Caixa Seguridade também recuam em pregão volátil.
O pregão da bolsa de valores brasileira nesta quinta-feira (23/10) trouxe um cenário de volatilidade para o Ibovespa (BOV:IBOV), que fechou com alta tímida de 0,59% a 145.720,98 pontos, mas viu algumas ações amargarem perdas expressivas. A maior baixa do dia foi da Magazine Luiza, que sofreu com a notícia de uma parceria estratégica entre sua concorrente Casas Bahia e o Mercado Livre, intensificando a pressão no setor de varejo online. Além disso, fatores macroeconômicos, como juros altos e menor poder de compra do consumidor, continuaram pesando sobre empresas sensíveis ao consumo. Outras ações, como Fleury, Motiva Infraestrutura, Pão de Açúcar e Caixa Seguridade, também figuraram entre as maiores quedas, refletindo desafios setoriais e ajustes técnicos. Para investidores, o dia foi um lembrete de como notícias corporativas e dinâmicas de mercado podem mexer com o portfólio.
A Magazine Luiza (BOV:MGLU3), do setor de varejo, conhecida por marcas como Netshoes e sua forte presença no e-commerce, liderou as perdas com uma queda de 5,40%, fechando a R$7,89. A ação abriu a R$8,48, atingiu máxima de R$8,53 e mínima de R$7,52, em um pregão marcado por alto volume de 48,168 milhões de papéis. A desvalorização veio após o anúncio da parceria entre Casas Bahia (BOV:BHIA3) e Mercado Livre, que eleva a concorrência no e-commerce brasileiro, especialmente em eletroeletrônicos. Relatórios recentes do JPMorgan, Citi e Bank of America, com recomendações de venda e preços-alvo reduzidos (R$7,50, R$7,50 e R$4,50, respectivamente), reforçaram a cautela dos investidores, já preocupados com lucros em queda reportados no 2T25.
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A Fleury (BOV:FLRY3), do setor de saúde, focada em diagnósticos médicos e marcas como Weinmann e Labs a+, recuou 2,15% para R$14,14, com volume de 8,209 milhões de ações. A mínima do dia foi R$14,03, e a máxima, R$14,64. A queda reflete preocupações com margens pressionadas por custos operacionais elevados e menor demanda por serviços eletivos, em um cenário de juros altos que reduz o gasto com saúde suplementar. Apesar de resultados estáveis no 3T25, o mercado penalizou o papel por falta de catalisadores de curto prazo, com analistas apontando desafios na expansão frente à concorrência com grupos como Rede D’Or.
A Motiva Infraestrutura de Data Centers (BOV:MOTV3), do setor de tecnologia e infraestrutura, conhecida por soluções em data centers e conectividade, caiu 1,77% para R$14,98, com volume de 10,385 milhões de papéis. O papel oscilou entre R$14,98 (mínima) e R$15,39 (máxima). A baixa foi impulsionada por um ajuste técnico após recentes altas e por preocupações com a escalada de custos de energia, que impactam diretamente o setor de data centers. Além disso, a ausência de novas parcerias ou contratos relevantes no radar contribuiu para a realização de lucros.
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O Pão de Açúcar (BOV:PCAR3), do setor de varejo alimentar, dono de marcas como Extra e Compre Bem, caiu 1,13% para R$3,50, com volume de 12,789 milhões de ações, oscilando entre R$3,35 (mínima) e R$3,61 (máxima). A pressão veio da concorrência acirrada com Assaí (BOV:ASAI3), que reportou forte geração de caixa de R$3,1 bilhões no 3T25, e da percepção de que o varejo alimentar enfrenta dificuldades com margens apertadas e inflação persistente. A ação já acumula desvalorização significativa em 2025, refletindo desafios na recuperação de market share.
A Caixa Seguridade (BOV:CXSE3), do setor de seguros, focada em produtos como seguros de vida, residencial e previdência, recuou 1,01% para R$14,70, com volume de 4,558 milhões de papéis e variação entre R$14,64 (mínima) e R$14,97 (máxima). A baixa foi influenciada por um movimento de realização de lucros após altas recentes e pela cautela do mercado com o setor financeiro, impactado por incertezas sobre a política monetária do Banco Central e a pressão de juros altos sobre a demanda por seguros.
Entre as gigantes, a Vale (BOV:VALE3), do setor de mineração, conhecida por minério de ferro e níquel, caiu 0,21% para R$61,75, com volume de 11,217 milhões de ações. O recuo ocorreu apesar da alta de 0,39% no minério de ferro em Dalian, sugerindo um ajuste técnico após a euforia com a prévia operacional do 3T25, que mostrou produção recorde. A Petrobras (BOV:PETR3) | (BOV:PETR4) | (NYSE:PBR) | (NYSE:PBR.A), do setor de petróleo, não entrou na lista de baixas, subindo 0,47% (PETR3) e 1,04% (PETR4), impulsionada pela disparada de 5% no petróleo por sanções norte-americanas à Rússia.
No setor financeiro, Banco do Brasil (BOV:BBAS3), que atua em serviços bancários e crédito, caiu 0,24% para R$20,64, com volume de 11,428 milhões de ações, e BB Seguridade (BOV:BBSE3), focada em seguros e previdência, recuou 0,16% para R$32,05, com 3,674 milhões de papéis. A Bradespar (BOV:BRAP4), holding com participação na Vale, caiu 0,51% para R$17,59. As quedas refletem preocupações com a Selic elevada e a perspectiva de margens menores em um cenário de crédito mais restritivo, além de ajustes após o rali de ações financeiras em semanas anteriores.
A análise técnica da Magazine Luiza (MGLU3) aponta um cenário de baixa no curto prazo. O candlestick do dia não formou padrão claro, mas o histórico recente mostra formações como Três Corvos Negros (13/10) e Engolfo de Baixa (06/10), reforçando a pressão vendedora. Indicadores técnicos mostram 46,15% (6 de 13) sinalizando baixa, com Médias Móveis de 5 e 21 períodos, HILO e Parabólico SAR apontando venda, e o IFR neutro entre 30 e 70. O suporte em R$6,88 é crítico: se rompido, o papel pode testar R$6,62 ou até R$6,30. Para uma reversão, seria necessário romper a resistência de R$8,56, mirando R$9,12. A volatilidade reflete a sensibilidade à notícia da parceria Casas Bahia-Mercado Livre.
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