As ações das empresas de mineração de terras raras listadas nos EUA subiram no pré-mercado na segunda-feira (13), depois que o presidente americano Donald Trump ameaçou introduzir novas tarifas pesadas sobre as importações chinesas em resposta às últimas restrições de exportação de minerais de terras raras impostas por Pequim.

Às 7h (horário de Brasília), a Critical Metals Corp (NASDAQ:CRML) subia mais de 20%, enquanto a USA Rare Earth Inc (NASDAQ:USAR) disparava 23,5%. Outros players do setor seguiram o exemplo, com a MP Materials Corp (NYSE:MP) ganhando 11,3%, a NioCorp Developments Ltd (NASDAQ:NB) subindo 12,8% e a Energy Fuels Inc (TSX:EFR) avançando 14,3%.

Na sexta-feira, Trump alertou que imporia tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, em retaliação direta à decisão da China de reforçar os controles sobre as exportações de terras raras — insumos essenciais para muitas tecnologias avançadas, de sistemas de defesa a energia renovável.

Atualmente, a China domina o mercado global de terras raras, respondendo por mais de 90% do fornecimento processado e da produção de ímãs, enquanto os EUA possuem apenas uma mina de terras raras em operação. Paralelamente, o governo Trump está acelerando os planos para fortalecer as cadeias de suprimentos nacionais de minerais e semicondutores essenciais, incluindo a conversão de algumas verbas federais em participações acionárias para reduzir a dependência da China.

Apesar de sua postura dura, Trump ofereceu uma mensagem mais tranquilizadora no fim de semana, dizendo que “tudo ficaria bem” e enfatizando que os EUA não queriam “prejudicar” a China.

Analistas do Danske Bank observaram que os investidores estão agora atentos a uma possível reunião entre Trump e Xi Jinping no final deste mês, o que pode abrir caminho para o alívio das tensões comerciais. O banco estimou que há mais de 50% de chance de uma redução da tensão.

“Embora o aumento de 100% nas tarifas eleve a taxa tarifária média dos EUA pré-substituição para cerca de 28%, ou próximo aos máximos observados em maio passado, o aumento efetivo seria mais modesto devido ao redirecionamento do comércio”, disse o Danske Bank.

A Jefferies sugeriu que é improvável que Pequim recue diante dessas medidas, argumentando que pode estar melhor posicionada para suportar a pressão econômica prolongada. “Em caso de nova escalada, acreditamos que a China está em vantagem, pois pode suportar mais sofrimento por mais tempo do que os EUA, devido ao seu sistema socialista”, afirmou a empresa, acrescentando que qualquer retração do mercado pode apresentar oportunidades para ações chinesas de IA/data center, semicondutores e WFE.


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