WTI e Brent encerram em baixa. Petrobras PN (BOV:PETR4) sobe 0,13% na B3, enquanto ADR PBR (NYSE:PBR) ganha 0,69% na NYSE.

São Paulo, 20 de outubro de 2025 – O mercado de petróleo iniciou a semana com sinal misto, mas fechou em território negativo, refletindo preocupações com excesso de oferta global e uma demanda chinesa ainda fraca, agravadas por tensões comerciais entre EUA e China. O preço do barril do Petróleo WTI (CCOM:OILCRUDE), referência para a América do Norte, abriu o dia em US$ 57,24, oscilou entre máxima de US$ 57,33 e mínima de US$ 56,90, e encerrou em US$ 57,285, com desvalorização de US$ 0,31 ou -0,56% em relação ao fechamento anterior. Esse recuo, embora modesto, sinaliza uma continuação da tendência de queda semanal, com o WTI acumulando perdas de 2,07% na semana passada, e reforça a volatilidade que tem marcado o setor de exploração de petróleo nos últimos meses.

O mesmo padrão foi observado no mercado europeu, onde o Óleo Brent (CCOM:OILBRENT), principal referência para exportações globais, abriu em US$ 61,20, atingiu máxima de US$ 61,29 e mínima de US$ 60,89, fechando em US$ 60,935, com perda de US$ 1,35 ou -2,17%. A commodity, que responde por cerca de 60% do petróleo comercializado mundialmente, enfrenta pressões de estoques elevados nos EUA e uma desaceleração industrial na China, maior importadora do mundo. Analistas da Rystad Energy apontam que esses fatores podem manter os preços em faixa baixa até o fim do ano, com média projetada de US$ 76 por barril para 2025, embora riscos geopolíticos no Oriente Médio possam alterar essa trajetória.

No Brasil, o setor de exploração de petróleo sentiu o impacto moderado dessa desvalorização, mas com sinais de resiliência em algumas companhias. A Petrobras (BOV:PETR4) | (BOV:PETR3) | (NYSE:PBR) | (NYSE:PBR.A), maior produtora nacional e uma das gigantes globais em águas profundas, registrou desempenho positivo na B3, com as ações preferenciais (PETR4) fechando em R$ 29,77, alta de R$ 0,04 ou +0,13%. O papel abriu em R$ 29,75, tocou máxima de R$ 29,77 e mínima de R$ 29,72, em volume de 31,4 milhões de unidades. Apesar da queda do petróleo, o avanço reflete otimismo com a recente autorização do Ibama para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, um projeto que pode adicionar bilhões de barris às reservas da companhia e impulsionar a produção para 3,65 milhões de barris por dia em 2025, conforme projeções da ANP.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) seguiram o mesmo tom, encerrando em R$ 31,52, com ganho de R$ -0,12 ou -0,38%. O volume foi de 8,1 milhões de unidades, com abertura em R$ 31,48, máxima de R$ 31,52 e mínima de R$ 31,46. Esse ligeiro recuo nas ordinárias contrasta com as preferenciais, possivelmente devido a preocupações com governança, mas o conjunto reforça a importância da Petrobras como âncora do setor brasileiro, que representa 40% da produção nacional de óleo.

Nos Estados Unidos, os ADRs da Petrobras mantiveram a tendência positiva, com PBR (NYSE:PBR) fechando em US$ 11,72, alta de US$ 0,08 ou +0,69%, após abertura em US$ 11,70, máxima de US$ 11,72 e mínima de US$ 11,69, em volume de 28,7 milhões. Já PBR.A (NYSE:PBR.A) subiu para US$ 11,09, com avanço de US$ 0,12 ou +1,09%, abrindo em US$ 11,07, máxima de US$ 11,09 e mínima de US$ 11,06, com 9,4 milhões de unidades negociadas. Esses ganhos nos ADRs destacam o apelo da companhia para investidores internacionais, que veem na Petrobras uma aposta em reservas pré-sal com baixo custo de extração.

Outras empresas brasileiras do setor de exploração de petróleo também oscilaram, mas com menos intensidade. A PetroRio (BOV:PRIO3) fechou em R$ 35,30, queda de R$ 0,82 ou -2,27%, após abertura em R$ 35,28, máxima de US$ 35,38 e mínima de US$ 35,26, em volume de 6,5 milhões. A desvalorização reflete a sensibilidade ao preço do Brent, mas a retomada da produção no campo de Peregrino na semana passada pode sustentar uma recuperação. A Petroreconcavo (BOV:RECV3) encerrou em R$ 12,26, baixa de R$ 0,07 ou -0,57%, com abertura em R$ 12,25, máxima de R$ 12,30 e mínima de R$ 12,25, volume de 1,5 milhões. Apesar da queda, o farm-out de 50% em concessões no Rio Grande do Norte em 13 de outubro fortalece o caixa da companhia. A Brava Energia (BOV:BRAV3) caiu para R$ 11,06, perda de R$ 0,16 ou -1,05%, abrindo em R$ 15,07, máxima de R$ 15,12 e mínima de R$ 15,07, volume de 6,5 milhões, impactada por interdições na Bacia Potiguar. PET MANGUINH (BOV:RPMG3) foi exceção, subindo para R$ 2,33, ganho de R$ 0,23 ou +10,95%, após abertura em R$ 2,12, máxima de R$ 2,33 e mínima de R$ 2,12, volume de 10,2 milhões, impulsionada por resultados operacionais.

No mercado americano, o setor de exploração de petróleo mostrou resiliência mista. A Exxon Mobil (NYSE:XOM) fechou em US$ 112,70, alta de US$ 0,46 ou +0,41%, abrindo em US$ 112,70, máxima de US$ 112,81 e mínima de US$ 112,70, volume de 9,5 milhões. A companhia, maior produtora privada de petróleo do mundo, beneficiou-se de sua diversificação em gás natural liquefeito (GNL). A Chevron (NYSE:CVX) subiu para US$ 154,75, avanço de US$ 1,67 ou +1,09%, com abertura em US$ 154,38, máxima de US$ 154,76 e mínima de US$ 154,48, volume de 5,5 milhões, impulsionada por aquisições recentes na Guiana. A ConocoPhillips (NYSE:COP) ganhou 0,67% a US$ 87,06, abrindo em US$ 86,60, máxima de US$ 87,09 e mínima de US$ 87,06, volume de 4,6 milhões, apesar de atrasos em projetos canadenses. A Equinor (NYSE:EQNR) avançou 0,22% para US$ 23,17, com abertura em US$ 23,10, máxima de US$ 23,20 e mínima de US$ 23,17, volume de 2,8 milhões, sustentada por parcerias na África. A ENI (NYSE:E) permaneceu estável a US$ 34,80, com abertura em US$ 34,20, máxima de US$ 35,46 e mínima de US$ 34,20, volume de 0,17 milhões, em dia de equilíbrio no setor europeu.

No mercado europeu, a Shell (NYSE:SHEL) | (LSE:SHEL) fechou em US$ 72,60, alta de US$ 0,01 ou +0,01%, abrindo em US$ 71,50, máxima de US$ 73,25 e mínima de US$ 71,50, volume de 4,2 milhões, refletindo foco em GNL. A TotalEnergies (NYSE:TTE) | (EU:TTE) caiu para US$ 52,50, perda de US$ 0,21 ou -0,40%, abrindo em US$ 52,48, máxima de US$ 52,55 e mínima de US$ 52,50, volume de 2,7 milhões, impactada por revisões em projetos africanos. A BP (NYSE:BP) | (LSE:BP.) subiu 0,30% a US$ 33,23, abrindo em US$ 33,08, máxima de US$ 33,27 e mínima de US$ 33,22, volume de 5,9 milhões, sustentada por hedges contra volatilidade.

A diversificação no setor de exploração de petróleo, com foco em gás e renováveis, tem sido um contrapeso às quedas do óleo cru. A Petrobras, com sua expertise em pré-sal, continua como âncora para o Brasil, mas o excesso de oferta global, projetado pela OPEP+ com investimentos de R$ 609 bilhões entre 2025 e 2029, pode pressionar margens. No entanto, projetos como a Foz do Amazonas, com potencial de 10 bilhões de barris, oferecem otimismo de longo prazo para a companhia brasileira.

Para os investidores, o desempenho do setor de exploração de petróleo hoje reforça a importância das commodities no mercado financeiro brasileiro, onde o petróleo influencia não só as ações da Petrobras, mas também o câmbio e os indicadores econômicos. A desvalorização do Brent e WTI, embora modesta, reflete um equilíbrio delicado entre oferta crescente e demanda estagnada, com implicações para o Ibovespa e o real. Em um ano marcado por tensões geopolíticas e transições energéticas, o setor permanece como um termômetro sensível das dinâmicas globais.

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