Os futuros dos EUA subiam ligeiramente ​​na quarta-feira, 19 de novembro de 2025, enquanto os investidores se preparavam para um dia repleto de balanços corporativos, com destaque para a Nvidia (BOV:NVDC34).

A atualização trimestral da fabricante de chips deve ser um importante catalisador para o sentimento em torno do crescente – e cada vez mais volátil – mercado de inteligência artificial. Os investidores também estarão atentos aos resultados da Lowe’s (BOV:LOWC34) e da Target (BOV:TGTB34) em busca de pistas sobre a resiliência do consumidor antes da crucial temporada de festas de fim de ano, enquanto o Federal Reserve deve divulgar a ata de sua reunião de política monetária de outubro.

Futuros levemente positivos

Os futuros das ações americanas apresentaram movimentos mínimos às 7h36 (horário de Brasília), com os contratos vinculados ao Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq 100 subindo 0,14%, 0,32% e 0,39%, respectivamente.

O início tranquilo sucede outra forte queda na terça-feira, que estendeu uma correção de vários dias impulsionada pela ansiedade em relação aos investimentos em inteligência artificial financiados por dívida e pelas altas avaliações das empresas de tecnologia.

Empresas do setor de semicondutores, como Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) , Marvell (NASDAQ:MRVL) e Micron (NASDAQ:MU) , voltaram a registrar quedas, pressionando o índice Nasdaq Composite.

Para agravar a situação, a mais recente pesquisa do Bank of America com gestores de fundos identificou o maior “risco extremo” que os mercados enfrentam como a possibilidade de o boom da IA ​​ser uma “bolha”.

Entre as ações individuais, a Home Depot (NYSE:HD) caiu 6% após reduzir sua previsão para o ano todo, um sinal pessimista antes de uma série de resultados do setor varejista esperados para esta semana.

Novos dados trouxeram sinais contraditórios: a ADP informou que os cortes de empregos no setor privado diminuíram nas quatro semanas até 1º de novembro, enquanto dados federais mostraram um aumento nos pedidos contínuos de seguro-desemprego de meados de setembro a meados de outubro.

Os holofotes se voltam para os resultados da Nvidia

A Nvidia agora ocupa o centro das atenções. Com uma avaliação de mercado de US$ 4,41 trilhões e representando mais de 7% do índice S&P 500, seu desempenho e projeções exercem uma influência desproporcional sobre o mercado em geral — tanto em termos de preços das ações quanto do impulso à economia americana impulsionado pela inteligência artificial, observaram analistas da Capital Economics.

As previsões consensuais compiladas pela Bloomberg apontam para uma receita de US$ 55,19 bilhões e um lucro operacional ajustado de US$ 36,46 bilhões no terceiro trimestre.

Analistas da Stifel comentaram que “esperamos que o debate entre investidores no curto prazo continue centrado na sustentabilidade do investimento em infraestrutura”, apesar dos sinais de gastos contínuos em hiperescala. Eles também alertaram que as preocupações com as extensas negociações relacionadas à IA — muitas delas ligadas à Nvidia — “também aumentaram”, embora ainda vejam a empresa como a “mais bem posicionada” para capitalizar a crescente demanda por computação de IA.

As ações da Nvidia (NASDAQ:NVDA) caíram 2,8% na terça-feira, antes do lançamento do relatório.

Lowe’s e Target se preparam para divulgar seus relatórios.

Antes da abertura dos mercados, a Lowe’s e a Target divulgarão seus resultados mais recentes, juntamente com a varejista de descontos TJX Companies (NYSE:TJX). O Walmart (NYSE:WMT) divulgará seus resultados na quinta-feira.

Os investidores têm prestado atenção redobrada ao setor varejista esta semana, após uma paralisação prolongada do governo ter privado os mercados de dados essenciais sobre o consumo. A atualização pessimista da Home Depot na terça-feira transmitiu um tom cauteloso. A empresa afirmou que as expectativas de que a queda nas taxas de hipoteca reanimaria a demanda não se concretizaram, com os clientes evitando grandes reformas em meio à incerteza persistente causada pelas elevadas tarifas americanas.

Ata do Fed em foco

Na quarta-feira, o Fed divulgará a ata de sua reunião de outubro. Os membros do comitê de política monetária reduziram as taxas de juros em 25 pontos-base, para a faixa de 3,75% a 4%, no mês passado, após uma redução semelhante em setembro.

No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, alertou posteriormente que — apesar das expectativas do mercado — outro corte na taxa de juros em dezembro não está garantido. Alguns membros do comitê defenderam a cautela devido à escassez de novos dados disponíveis durante a paralisação do governo, enquanto o diretor do Fed, Christopher Waller, apoiou um novo corte no início desta semana.

De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, as perspectivas de um corte nas taxas de juros em dezembro são praticamente uma questão de sorte.

Bitcoin se recupera

O Bitcoin (COIN:BTCUSD) subiu na quarta-feira, após uma queda acentuada que apagou todos os seus ganhos de 2025. O apetite por risco foi fortemente afetado por dúvidas renovadas em torno do setor de IA e pela trajetória incerta da política monetária dos EUA.

A Reuters informou que aproximadamente US$ 3,7 bilhões saíram de ETFs ligados ao Bitcoin nos EUA desde 10 de outubro, quando os temores relacionados às tensões comerciais entre EUA e China abalaram os mercados. Dados citados pela CoinGecko mostram que a capitalização total do mercado de criptomoedas caiu cerca de US$ 1,2 trilhão nas últimas seis semanas.

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