As bolsas de valores da Europa encerraram em queda nesta quinta-feira (13/11), com o índice DAX (DBI:DAX) liderando as perdas do continente. O clima de aversão ao risco predominou entre os investidores, refletindo balanços corporativos decepcionantes, indicadores econômicos abaixo das expectativas no Reino Unido, e o aumento da cautela antes da divulgação de novos dados dos Estados Unidos, que podem indicar sinais de desaceleração após o fim do shutdown do governo norte-americano.

Em meio à volatilidade, as principais bolsas de valores da Europa fecharam mistas: o FTSE 100 (LSE:UKX) e o DAX (DBI:DAX) recuaram, enquanto o PSI 20 (EU:PSI20) e o FTSE MIB (BITI:FTSEMIB) conseguiram leves avanços. A zona do euro apresentou indicadores de produção industrial ligeiramente positivos, contrastando com o enfraquecimento do PIB britânico.

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Reino Unido

No Reino Unido, o destaque ficou para o PIB, que cresceu apenas 0,1% no terceiro trimestre, abaixo da projeção de 0,3%, e para a produção industrial, que caiu 2% em setembro, contrariando a projeção de queda de 1,2%. Os números reforçaram preocupações sobre a atividade econômica britânica, especialmente diante do aperto prolongado da política monetária do Banco da Inglaterra (BoE). O FTSE 100 (LSE:UKX) recuou 1,05%, refletindo a pressão sobre os setores industrial e de varejo, apesar de alguns balanços positivos isolados.

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Zona do Euro

Na zona do euro, a produção industrial surpreendeu positivamente, com alta de 0,2%, superando a projeção de estabilidade e revertendo parte da queda anterior de 0,5%. O dado foi recebido com alívio moderado pelos investidores, que ainda monitoram os próximos movimentos do Banco Central Europeu (BCE) diante da desaceleração do crescimento e da inflação persistente. O Euronext 100 (EU:N100) encerrou em queda de 0,33%, refletindo cautela generalizada e a busca por ativos mais seguros.

Alemanha

Na Alemanha, o DAX (DBI:DAX) foi o índice com maior queda na região, recuando 1,39%, pressionado principalmente por resultados corporativos negativos. Siemens (TG:SIE) despencou 9,35% após divulgar uma previsão de lucros abaixo do esperado, enquanto Deutsche Telekom (TG:DTE) cedeu 0,15%, mesmo após elevar sua projeção de lucro para o ano. O sentimento do investidor alemão segue fragilizado pela combinação de custos energéticos elevados e incertezas no setor industrial.

França

O CAC 40 (EU:PX1) caiu 0,11%, refletindo o mau humor generalizado nas bolsas de valores europeias. Apesar de não terem sido divulgados novos indicadores macroeconômicos relevantes na França, o desempenho negativo de empresas ligadas ao setor de luxo e energia manteve a volatilidade elevada. O mercado segue atento aos próximos sinais do BCE sobre os rumos da política monetária na zona do euro.

Itália

Em Milão, o FTSE MIB (BITI:FTSEMIB) teve leve alta de 0,08%, beneficiado pelo desempenho positivo de alguns bancos e pela recuperação de papéis industriais. Mesmo sem novos dados macroeconômicos, o mercado italiano manteve foco nas expectativas de que o BCE adote postura mais branda em sua próxima reunião de política monetária, diante dos sinais de desaquecimento na economia do bloco.

Portugal

O PSI 20 (EU:PSI20) avançou 0,26%, contrariando a tendência negativa do continente, impulsionado por ganhos em empresas do setor financeiro e de energia. A ausência de indicadores locais relevantes fez com que Lisboa seguisse majoritariamente a direção das bolsas vizinhas, com leve movimento técnico de recuperação após quedas recentes.

Holanda

O AEX (EU:AEX) caiu 0,72%, refletindo o movimento de realização de lucros após sessões de valorização. A falta de dados econômicos expressivos e o cenário externo cauteloso contribuíram para o recuo do índice. Investidores aguardam novas informações sobre inflação e comércio internacional nas próximas semanas, que podem influenciar a postura do BCE.

Reação ao cenário norte-americano

Os investidores europeus acompanharam de perto as declarações de Neel Kashkari e Mary Daly, dirigentes do Federal Reserve (Fed). Ambos destacaram a persistência da inflação e o enfraquecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o que reforçou a expectativa de manutenção das taxas de juros por mais tempo. A incerteza sobre o rumo da política monetária norte-americana contribuiu para a pressão nas bolsas de valores da Europa.

Mercado cambial europeu

No câmbio, o euro (FX:EURUSD) subiu 0,53%, cotado a US$ 1,1653, enquanto a libra esterlina (FX:GBPUSD) avançou 0,65%, a US$ 1,3213. A paridade euro/libra (FX:EURGBP) recuou 0,11%, mostrando leve fortalecimento da moeda britânica frente ao euro. Contra o real, o euro (FX:EURBRL) valorizou 0,43%, cotado a R$ 6,16, e a libra (FX:GBPBRL) ganhou 0,56%, cotada a R$ 6,98. O movimento cambial refletiu a cautela global e o avanço das moedas europeias diante da expectativa de estabilidade nos juros dos Estados Unidos.

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