Após tombo das big techs nos últimos pregões, mercado avalia impacto da inteligência artificial e payroll atrasado nas apostas ao Fed. Hoje também tem ata do FOMC, enquanto Brasil se prepara para o feriado da Consciência Negra.

Os índices futuros dos Estados Unidos iniciam esta quarta-feira (19/11) em leve alta, após um pregão marcado por fortes quedas nas ações de tecnologia na véspera. O movimento reflete a postura cautelosa dos investidores, que aguardam com expectativa o balanço da Nvidia (NASDAQ:NVDA), previsto para o after hours. A divulgação promete ser um divisor de águas para o setor de tecnologia, especialmente diante das dúvidas sobre a sustentabilidade da valorização impulsionada pela inteligência artificial ao longo de 2025.

O mercado tem questionado se a euforia em torno da IA pode se manter diante de avaliações esticadas e sinais de desaceleração. Além disso, cresce a preocupação com a maior depreciação de ativos ligados à inteligência artificial e o aumento da emissão de dívidas pelas big techs, que buscam financiar projetos cada vez mais ambiciosos. Esse cenário reforça a necessidade de cautela, sobretudo em dias de divulgação de resultados corporativos de peso.

O balanço da Nvidia é visto como um teste crucial para medir a força do setor. Caso a empresa sinalize dificuldades em financiar seus projetos de expansão, o impacto pode ser devastador para o mercado de tecnologia, que tem sido o motor das altas em Wall Street neste ano. O guidance da companhia será acompanhado com lupa por analistas e investidores, já que pode redefinir expectativas para o último trimestre de 2025.

No Brasil, o mercado estará fechado amanhã (20/11) devido ao feriado do Dia da Consciência Negra, o que aumenta a relevância dos movimentos desta quarta-feira. Além disso, os investidores locais não terão acesso imediato à repercussão do balanço da Nvidia nem ao relatório de emprego (payroll) de setembro, que será divulgado com atraso de dois meses. Esse hiato pode gerar volatilidade adicional na reabertura da B3.

O payroll, mesmo atrasado, tem potencial para alterar as apostas sobre a política monetária do Federal Reserve em dezembro. Caso os dados indiquem maior resiliência do mercado de trabalho, o Fed pode adotar uma postura mais dura, reduzindo as chances de novos cortes de juros. Por outro lado, sinais de fraqueza poderiam reforçar a necessidade de estímulos adicionais.

Outro ponto de atenção na agenda desta quarta-feira é a divulgação da ata do último Fomc. O documento deve trazer detalhes sobre as preocupações do banco central americano em relação à inflação e ao ritmo da economia. O presidente Jerome Powell já havia alertado que um novo corte de juros não estava garantido, reforçando a mensagem de prudência.

Esse conjunto de fatores cria um ambiente de incerteza que exige atenção redobrada dos investidores. A combinação entre resultados corporativos, dados econômicos e política monetária pode definir os rumos do mercado até o fim do ano.

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Os índices futuros dos Estados Unidos abriram em leve alta nesta quarta-feira, com o Dow Jones Futuro (CCOM:US30) avançando 0,05%, o S&P 500 Futuro (CCOM:US500) subindo 0,12% e o Nasdaq Futuro (CCOM:US100) registrando ganho de 0,14%. Na Ásia-Pacífico, os mercados apresentaram desempenho misto: enquanto Shanghai SE (+0,18%) e Nifty 50 (+0,39%) fecharam em alta, Nikkei 225 (-0,34%), Hang Seng (-0,38%) e ASX 200 (-0,25%) recuaram.

Na Europa, o cenário também é de cautela, com os principais índices operando no vermelho: STOXX 600 (-0,13%), DAX (-0,04%), FTSE 100 (-0,12%), CAC 40 (-0,33%) e FTSE MIB (-0,56%). Entre as commodities, o petróleo segue pressionado, com o WTI (CCOM:OILCRUDE) caindo 0,84% a US$ 60,23 e o Brent (CCOM:OILBRENT) recuando 0,86% a US$ 64,33. Já o minério de ferro negociado em Dalian avançou 0,76%, cotado a 791,50 iuanes (US$ 111,35). O Bitcoin (COIN:BTCUSD), por sua vez, registra queda de 1,21%, sendo negociado a US$ 91.747,00.

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A agenda desta quarta-feira começa com dados de inflação no Reino Unido e na zona do euro, ambos referentes ao mês de outubro. Às 10h30, os Estados Unidos divulgam a balança comercial de agosto, seguida pelos estoques de petróleo da semana até 14/11, às 12h30. No Brasil, o Banco Central apresenta o fluxo cambial semanal às 14h30, enquanto às 16h00 o Federal Reserve publica a ata da última reunião de política monetária, documento aguardado com grande expectativa pelos investidores.

Além dos indicadores, o mercado acompanha eventos relevantes. Às 16h00, John Williams, presidente do Fed de Nova York, participa de um encontro que pode trazer novas sinalizações sobre a política monetária americana. No fim da noite, às 22h15, o Banco Popular da China (PBoC) define as taxas de juros das LPRs de 1 e 5 anos, decisão que pode impactar diretamente os mercados asiáticos.

O destaque corporativo do dia fica por conta da Nvidia, que divulga seu balanço após o fechamento do mercado nos EUA. Os resultados da gigante dos semicondutores são aguardados com grande expectativa, já que podem redefinir o sentimento em relação ao setor de tecnologia e à valorização impulsionada pela inteligência artificial ao longo do ano.

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