A cotação do dólar terminou a quinta-feira (11) em queda de 1,17%, a R$ 5,4044, reagindo à combinação de decisões monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,26%, aos 159.488 pontos.
A divulgação dos juros em ambos os países reorganizou expectativas, com esse conjunto reduzindo tensões recentes e favorecendo o real. Enquanto o Federal Reserve adotou tom menos rígido ao cortar sua taxa básica em 0,25 ponto, para 3,5% a 3,75%, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano.
O Copom reforçou no comunicado que a taxa permanecerá elevada por período prolongado, sem sinalizar cortes imediatos, apesar de projeções de economistas para flexibilização em 2026. A postura conservadora manteve o diferencial de juros favorável ao Brasil, atraindo capital estrangeiro e pressionando o dólar para baixo.
Nos EUA, Jerome Powell evitou indicar o ritmo futuro de cortes, falando em “pausa”, embora não tenha descartado nova redução em janeiro. Foi o terceiro corte consecutivo e o terceiro de 2025, mantendo a taxa no menor nível desde setembro de 2022. A postura dividiu o Fomc, que teve votação de 9 a 3.
Com isso, o dólar caiu globalmente. O DXY recuou 0,42%, aos 98.366 pontos, beneficiando moedas emergentes. No Brasil, o real se destacou entre os pares pela combinação de juros altos e expectativas de inflação mais controlada, após o IPCA de novembro marcar 0,18%, o menor para o mês em sete anos.
A inflação acumulou 3,92% no ano e 4,46% em 12 meses, permanecendo dentro da banda de tolerância do Banco Central, que admite até 4,5%.
O dólar segue com desempenho misto no acumulado: queda de 0,52% na semana, alta de 1,30% no mês e baixa expressiva de 12,55% no ano. O Ibovespa, por sua vez, acumula ganho de 1,08% na semana, estabilidade no mês e valorização estrondosa de 32,25% em 2025.
Sobre o ambiente eleitoral de 2026, a aprovação na Câmara da redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro reacendeu discussões sobre impactos fiscais e previsibilidade institucional. O mercado observa como o tema evoluirá no Senado e quais reflexos trará para o prêmio de risco local.
Nos indicadores, o varejo brasileiro surpreendeu com avanço de 0,5% em outubro, contrariando a projeção de queda de 0,1%. Foi o maior crescimento em sete meses, puxado por altas em sete dos oito grupos pesquisados pelo IBGE. Apesar do crédito restrito, renda mais elevada e emprego sustentam o setor.
No exterior, bolsas operaram de forma divergente. Em Wall Street, Oracle (NYSE:ORCL) pesou após alertar para mais gastos com IA, reduzindo o otimismo pós-Fed. Europa fechou em alta, com o Stoxx 600 subindo 0,52%. A Ásia recuou após os EUA cortarem juros, com Shanghai Composite caindo 0,7% e Nikkei perdendo 0,90%.
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