Vendas do varejo caem em novembro e mostram esgotamento do consumo das famílias, aponta Stone

As vendas no varejo brasileiro voltaram a perder força em novembro, mesmo após o período de descontos da Black Friday. Dados divulgados nesta quinta-feira pela empresa de meios de pagamento Stone mostram que o setor recuou 3,7% em termos deflacionados na comparação com novembro de 2024, além de apresentar queda de 1,6% frente a outubro. O resultado reforça a desaceleração da atividade e o enfraquecimento do ímpeto de consumo das famílias, já pressionadas pelo custo elevado do crédito e pelos níveis de endividamento.

“A leitura de novembro aponta que a força do mercado de trabalho e da massa de renda encontrou um teto”, afirmou o economista e pesquisador da Stone Rômullo Carvalho em comunicado à imprensa. Segundo ele, apesar do emprego seguir aquecido, há limites claros para uma retomada mais robusta das vendas. “Embora o emprego siga aquecido, sustentando o consumo básico, os freios macroeconômicos, especialmente o alto endividamento das famílias e o custo do crédito, pesaram mais na decisão de compra”, acrescentou.

O levantamento chega poucos dias após a rival Cielo reportar queda de 1,7% nas vendas do varejo nacional em novembro, na comparação anual, destacando uma desaceleração ampla em diversos segmentos. Os números da Stone reforçam essa leitura: em relação a novembro do ano passado, nenhum segmento apresentou crescimento. As maiores retrações ocorreram em Combustíveis e Lubrificantes (-6,7%), Móveis e Eletrodomésticos (-5,1%) e Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (-4%).

A pesquisa também analisou o desempenho regional e encontrou apenas seis estados com avanço nas vendas em novembro: Paraíba (5,2%), São Paulo (1,7%), Sergipe (0,8%), Amapá (1%), Distrito Federal e Piauí (0,5%). Para Carvalho, esse comportamento evidencia um “quadro ainda desigual do consumo entre as regiões do país”.

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