O mercado de ações brasileiro encerrou esta segunda-feira (22/12) em leve baixa, com o Ibovespa (BOV:IBOV) recuando 0,19%, aos 158.179,20 pontos. O pregão foi marcado por liquidez reduzida em função da semana encurtada pelo feriado de Natal, o que aumentou a sensibilidade do índice a movimentos pontuais. Ao longo do dia, o Ibovespa oscilou entre a mínima de 157.305,76 pontos e a máxima de 158.633,98 pontos. O volume financeiro somava R$ 20,9 bilhões antes dos ajustes finais, refletindo postura cautelosa dos investidores diante do avanço dos juros futuros.

📊 Descolamento entre Ibovespa à vista e futuro reflete volatilidade dos juros

O desempenho do índice à vista ficou levemente descolado do contrato futuro de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), que apresentou maior volatilidade intradiária. A pressão veio da reprecificação da curva de juros ao longo de toda a sessão, movimento que costuma pesar mais fortemente sobre o mercado acionário em dias de menor liquidez, como observado neste pregão.

🏦 Juros futuros sobem e seguem como principal obstáculo para as ações

A alta praticamente uniforme da curva de juros futuros foi o principal fator doméstico de pressão sobre a Bolsa. O movimento atingiu vértices curtos, médios e longos, refletindo cautela fiscal, ajustes de posição antes do feriado e menor liquidez. Os contratos de DI futuro (BMF:DI1FUT) concentraram o maior volume de negociações do dia, mantendo as taxas em patamares elevados e limitando qualquer tentativa de recuperação mais consistente do Ibovespa.

📈 Indicadores econômicos no Brasil trazem sinais mistos

No campo dos dados, a arrecadação federal cresceu 3,75% em termos reais em novembro, somando R$ 226,753 bilhões — o maior valor já registrado para o mês desde 1995, segundo a Receita Federal. O Boletim Focus indicou leve melhora nas expectativas, com redução da projeção do IPCA de 2025 para 4,33% e dólar esperado em R$ 5,43 no fim do ano. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV subiu 0,4 ponto, para 90,2 pontos, no quarto avanço consecutivo, atingindo o maior nível desde dezembro de 2024.

🏛️ Cenário político tem menor ruído, mas fiscal segue no radar

O recesso do Legislativo e do Judiciário contribuiu para um ambiente político mais calmo, após a aprovação do Orçamento de 2026, que prevê superávit primário de R$ 34,5 bilhões. Ainda assim, o aumento das emendas parlamentares manteve o tema fiscal no radar dos investidores, especialmente em um contexto de juros elevados.

🌎 Exterior positivo não sustenta ganhos locais

No cenário internacional, o viés foi positivo, com Wall Street operando em alta, impulsionada principalmente pelas ações de tecnologia. O S&P 500 (SPI:SP500) avançou 0,43%, mas o bom humor externo não foi suficiente para sustentar ganhos mais expressivos no mercado brasileiro, diante das pressões domésticas.

🚀 Altas do dia: Marcopolo, Raízen e PRIO se destacam

Entre as maiores altas do Ibovespa, a Marcopolo PN (BOV:POMO4) avançou 3,12% após anunciar aumento de capital de R$ 705,75 milhões via bonificação em ações. A Raízen PN (BOV:RAIZ4) subiu 2,47%, repercutindo a venda de seu braço de comercialização de energia no mercado livre. Já a PRIO (BOV:PRIO3) ganhou 2,28% após informar aumento de participação relevante da gestora FMR LLC.

📉 Quedas: Cogna e Marfrig lideram perdas

No campo negativo, a Cogna ON (BOV:COGN3) caiu 4,17%, liderando as perdas após a redução de participação da BlackRock. A Marfrig ON (BOV:MRFG3) recuou 2,71%, mesmo após concluir sua maior emissão de debêntures, refletindo cautela do mercado com o setor.

🏦 Bancos e blue chips têm desempenho misto

Entre os bancos, Itaú Unibanco PN (BOV:ITUB4) caiu 0,14%, Bradesco PN (BOV:BBDC4) recuou 0,54% e Santander Brasil Unit (BOV:SANB11) perdeu 0,15%, enquanto Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3) avançou levemente, com alta de 0,05%. Entre as ações mais negociadas, Petrobras PN (BOV:PETR4) subiu 1,13% e Petrobras ON (BOV:PETR3) avançou 0,89%, impulsionadas pela alta do petróleo e pela retomada da produção da plataforma P-40. Já a Vale ON (BOV:VALE3) ganhou 1,16%, acompanhando a valorização dos futuros do minério de ferro na China.