Os principais índices dos Estados Unidos abriram com baixas moderadas nesta segunda-feira, 14 de julho de 2025, influenciados pelas novas ameaças tarifárias feitas pelo presidente norte-americano Donald Trump contra a União Europeia e o México.

Ás 10h33 (horário de Brasília), o Dow Jones (DOWI:DJI) recuava 89,57 pontos, ou 0,20%. O S&P 500 caía 7,51 pontos, ou 0,12%, enquanto o Nasdaq subia 16,72 pontos, ou 0,08%. A taxa de retorno dos títulos do Tesouro de 10 anos recuava para 4,419%.

Trump afirmou que aplicará tarifas de 30% sobre as importações desses parceiros comerciais, a partir do próximo mês.

Apesar do movimento para baixo, os investidores acreditam em negociações futuras que poderiam reduzir essas taxas.

Líderes europeus e mexicanos reagiram às ameaças de Trump com cautela, decidindo estender as conversas para alcançar um possível acordo antes que as tarifas entrem em vigor.

A UE adiou suas contramedidas comerciais até agosto, priorizando uma solução negociada, apesar de continuar preparada para retaliar se necessário.

O mercado também demonstra confiança na temporada de resultados do segundo trimestre, que começa nesta semana com grandes bancos divulgando seus balanços.

Outro fator importante para investidores é o comportamento da inflação nos EUA, com os dados sobre preços ao consumidor e produtor serão divulgados nos próximos dias.

Paralelamente, cresce a preocupação sobre tensões entre Trump e o Federal Reserve. O presidente dos EUA tem criticado repetidamente o presidente do Fed, Jerome Powell, pela política monetária, com ameaças implícitas de demissão que geram incertezas adicionais para o mercado financeiro.

Em verificação feita às 09h55, as ações das mineradoras de Bitcoin Riot Platforms , (NASDAQ:RIOT), CleanSpark (NASDAQ:CLSK) e MARA Holdings (NASDAQ:MARA), subiam mais de 3% após a criptomoeda bater recorde histórico acima de US$ 120 mil.

A MicroStrategy (NASDAQ:MSTR) subia 2,6%, Coinbase Global (NASDAQ:COIN) subia 1,4% e Robinhood Markets (NASDAQ:HOOD) tinha alta de 2,7%.

A fabricante da Neutrogena, Kenvue (NYSE:KVUE), registrava alta de 6,3% após anunciar a saída do CEO Thibaut Mongon. A companhia também comunicou que o conselho iniciou uma avaliação com possíveis simplificações em seu portfólio de produtos.

A Synopsys (NASDAQ:SNPS) subia 2,8% após aprovação regulatória chinesa para adquirir a ANSYS (NASDAQ:ANSS) por US$ 35 bilhões. A ANSYS subia 5,1%.

A Nvidia (NASDAQ:NVDA) tinha leve alta de 0,3% após encerrar a semana passada com alta acumulada de 3,5%, atingindo preço recorde de US$ 164,92 na sexta-feira. O mercado aguarda sinalização favorável sobre vendas de chips de IA na China após visita do CEO Jensen Huang a Pequim na quarta-feira.

A Boeing (NYSE:BA) subia 1,3% após relatório preliminar não focar nas falhas de projeto ou fabricação no acidente do voo 171 da Air India.

A Kraft Heinz (NASDAQ:KHC) ganhava 0,8% após subir 2,53% na sexta-feira, com a notícia de que a empresa avalia separar parte de suas operações de supermercado, em um negócio que pode valer até US$ 20 bilhões.

A cisão deve gerar valor aos acionistas diante da queda contínua nas vendas e da dificuldade da companhia em competir com rivais mais adaptados ao novo perfil do consumidor.

A fabricante de veículos elétricos Rivian Automotive (NASDAQ:RIVN) caía 1,5% após ser rebaixada pelo Guggenheim de “comprar” para “neutra”, prevendo um enfraquecimento nas vendas dos modelos R2 e R3 no longo prazo.

Affirm (NASDAQ:AFRM) ampliou as perdas da sexta-feira, caindo menos 3,2%, após o BTIG reduzir sua recomendação devido a preocupações sobre flexibilização nos critérios de crédito.

Por outro lado, a nCino (NASDAQ:NCNO), especializada em tecnologia financeira, subia 3,8% após o Baird elevar sua recomendação para a ação. A SolarEdge Technologies (NASDAQ:SEDG) avançava 2,5%, após o Barclays elevar a recomendação da ação para “equalweight”.


Commodities

O contrato de minério de ferro mais negociado de setembro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou o pregão diurno com alta de 0,26% a US$ 106,92 a tonelada métrica.

Às 10h21 (de Brasília), o ouro (PM:XAUUSD) recuava 0,13% a US$ 3.359,70.

O petróleo bruto West Texas Intermediate para agosto operava em alta de 0,25%, para US$ 68,62 por barril, enquanto o Brent para setembro avançava 0,31%, para US$ 70,58 por barril.

Os preços do petróleo atingiram o maior nível em três semanas, impulsionados por dados positivos da China que indicaram forte atividade econômica e aumento nas importações de petróleo, e pelas expectativas de novas sanções dos EUA contra a Rússia, com investidores aguardando medidas restritivas de Trump sobre a guerra na Ucrânia.

A percepção de aperto na oferta global foi fortalecida, e exportações russas caíram. No entanto, incertezas sobre tarifas mantém o preço do petróleo cerca de 5% abaixo no ano.

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Balanços trimestrais

Fastenal (NASDAQ:FAST) (BOV:FASL34) divulgou os números antes da abertura do mercado. Após o fechamento, são aguardados os números da Simulations Plus (NASDAQ:SLP), Equity Bancshares (NYSE:EQBK) e FirstBank (NYSE:FBK), entre outras.

Fastenal avançava 4,0% após superar ligeiramente as expectativas no segundo trimestre, com lucro de US$ 330,3 milhões (29 centavos por ação), e receita que cresceu para US$ 2,08 bilhões.

Fechamento dos EUA de sexta-feira

Os índices de Wall Street fecharam a sexta-feira com leves quedas, após uma abertura pressionada e uma recuperação parcial ao longo do dia. O Dow Jones perdeu 279,13 pontos (-0,63%) e fechou aos 44.371,51 pontos. O S&P 500 recuou 20,71 pontos (-0,33%) para 6.259,75, enquanto o Nasdaq caiu 45,14 pontos (-0,22%), fechando em 20.585,53.

A cautela no mercado refletiu o aumento das tensões comerciais após Donald Trump anunciar tarifas de 35% sobre importações do Canadá, com ameaças de mais sanções contra a União Europeia.

A ausência de dados econômicos relevantes e a espera pela temporada de balanços contribuíram para o tom morno. Setorialmente, companhias aéreas e biotecnologia lideraram as perdas, enquanto ações ligadas ao ouro se destacaram positivamente.