Os principais índices dos Estados Unidos abriram em baixa nesta terça-feira, 02 de setembro de 2025, iniciando setembro com cautela, um mês historicamente desfavorável para as ações. A baixa se deve tanto a realização de lucros após os ganhos recentes quanto as preocupações crescentes com os rendimentos dos títulos do Tesouro.

Às 10h31 (horário de Brasília), o Dow Jones (DOWI:DJI) cedia 519,24 pontos, ou 1,14%. O S&P 500 caía 90,41 pontos, ou 1,40%, enquanto o Nasdaq desvalorizava 387,38 pontos, ou 1,82%. A taxa de retorno dos títulos do Tesouro de 10 anos avançava para 4,283%.

No campo político, a tensão aumentou após o Tribunal de Apelações dos EUA considerar a maioria das tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump ilegais.

Por 7 votos a 4, o colegiado decidiu que apenas o Congresso tem poder constitucional para aplicar tarifas generalizadas, decisão que deve ser levada à Suprema Corte.

Trump reagiu chamando a decisão de “altamente partidária” e garantiu que todas as tarifas seguem em vigor até novo julgamento. Analistas destacaram que, apesar de a medida reduzir o risco de escaladas comerciais no longo prazo, a incerteza de curto prazo pode pesar sobre os mercados.

Setembro, historicamente negativo para ações, já começa sob pressão. Nos últimos cinco anos, o S&P 500 acumulou queda média de 4,2% no mês. Agora, investidores aguardam ansiosamente o relatório de empregos de agosto, que será divulgado na sexta-feira, como guia para os próximos passos do Federal Reserve.

Em verificação feita às 09h56, as ações da Nvidia (NASDAQ:NVDA), que têm peso de cerca de 8% a 8,5% no S&P 500, caíam 2,9%. A Alibaba (NYSE:BABA), por sua vez, recuava 0,1% em Nova York, após alta de 12,9% na sexta-feira, impulsionada pelo lançamento de projetos de chips de IA.

Corning (NYSE:GLW) operava estável em US$ 67,00, perdendo os ganhos iniciais com recomendação de compra pelo UBS. O banco elevou o preço-alvo de US$ 65 para US$ 84. A Lam Research (NASDAQ:LRCX) caía 4,6% após rebaixamento do Morgan Stanley.

No setor de veículos elétricos, a fabricante chinesa Nio (NYSE:NIO) subia 1,9%, mesmo após prejuízo no segundo trimestre e receita abaixo das previsões. As entregas aumentaram 26% no período, mas a margem caiu de 12,2% para 10,3%. A empresa também atingiu um recorde de 31.305 entregas em agosto.

As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) tinham queda de 2,1% na última verificação, ampliando a baixa de 3,5% de sexta-feira, quando acumulava perda de 17% em 2025 e avanço de 8,3% em agosto. A Bloomberg relatou hoje que a Tesla recebeu apenas 600 pedidos na Índia desde a estreia em julho, abaixo das expectativas.

No setor de saúde, a Biogen (NASDAQ:BIIB) subia 1% após a FDA aprovar a versão injetável semanal do Leqembi, medicamento contra Alzheimer desenvolvido em parceria com a japonesa Eisai.

Cytokinetics (NASDAQ:CYTK) saltava 26% depois que testes clínicos mostraram que o aficamten, seu medicamento para doenças cardíacas, foi mais eficaz que o tratamento padrão em cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva sintomática.

No setor de consumo, as ações da PepsiCo (NASDAQ:PEP) disparavam 5,0% após reportagem do Wall Street Journal revelar que a Elliott Management adquiriu participação de cerca de US$ 4 bilhões, enquanto os papéis acumulavam queda antes da entrada do fundo ativista.

A Kraft Heinz (NASDAQ:KHC) confirmou planos de cisão em duas empresas de capital aberto, uma focada em produtos globais como Heinz e Kraft Mac & Cheese, e outra no portfólio norte-americano, incluindo Oscar Mayer e Lunchables. As ações recuavam 0,7% após a confirmação.

Entre as empresas que divulgaram balanço hoje mais cedo, a joalheria Signet (NYSE:SIG) ganhava 2,2% após superar estimativas do mercado no segundo trimestre, com lucro ajustado de US$ 1,61 por ação e receita de US$ 1,54 bilhão. A FactSet previa US$ 1,24 e US$ 1,5 bilhão, respectivamente. A empresa ainda revisou para cima suas projeções anuais de ganhos.

A mineradora de ouro Newmont (NYSE:NEM) subia 1,6% com o metal atingindo recorde histórico acima de US$ 3.500, sustentado pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve, o que aumenta a atratividade do ouro frente a ativos atrelados a rendimento, como os títulos do Tesouro americano.

Por fim, no setor de transporte, as ações da Aircraft Leasing (NYSE:AL) avançavam 6,4% após acordo de fusão avaliado em US$ 28,2 bilhões, incluindo dívidas, com Apollo, Brookfield, SMBC Aviation Capital e Sumitomo. A operação deve ser concluída no primeiro semestre de 2026.

Commodities

O contrato de minério de ferro mais negociado de janeiro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou o pregão diurno em alta de 0,06% a US$ 107,95 a tonelada métrica, após uma baixa de 2,67% na segunda-feira.

Às 10h14 (de Brasília), o ouro avançava 0,89% a US$ 3.547,30.

O petróleo bruto West Texas Intermediate para outubro operava em alta de 1,31%, para US$ 64,85 por barril, enquanto o Brent para novembro subia 0,34%, para US$ 68,38 por barril.

Mais cedo, o petróleo alcançou a maior cotação em quase um mês, sustentado por compras técnicas antes da reunião da OPEP+. O Brent brevemente superou US$ 69, acumulando quatro altas em cinco sessões. A expectativa é de oferta estável pela OPEP+, enquanto tensões geopolíticas e possíveis sanções à Rússia seguem influenciando preços.

Dados econômicos

Na agenda econômica de hoje, às 11h (horário de Brasília, saem o PMI de manufatura, esperado em 48,7 contra 48,0 anterior.

Também às 11h o Departamento do Comércio deve divulgar seu relatório sobre os gastos com construção no mês de julho. Os gastos com construção devem aumentar 0,2% em julho, após queda de 0,4% em junho.

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Balanços trimestrais

Entre as empresas que divulgaram os números antes da abertura do mercado estão NIO (NYSE:NIO), Signet Jewelers (NYSE:SIG), Academy Sports + Outdoors (NASDAQ:ASO) (BOV:A2SO34), entre outras.

Após o fechamento, são aguardados os números da Zscaler (NASDAQ:ZS) (BOV:Z2SC34), HealthEquity (NASDAQ:HQY), e mais.

Fechamento dos EUA de sexta-feira

As bolsas americanas fecharam em queda na sexta-feira, revertendo ganhos recentes. O Nasdaq liderou as perdas, caindo 249,61 pontos (1,2%) para 21.455,55. O S&P 500 recuou 41,60 pontos (0,6%) para 6.460,26, enquanto o Dow Jones perdeu 92,02 pontos (0,2%), fechando em 45.544,88. Na semana, as quedas foram moderadas.

O PCE avançou 0,2% em julho, mantendo a taxa anual em 2,6%. O núcleo subiu 0,3% no mês e 2,9% em 12 meses, dentro das estimativas. A expectativa do FedWatch do CME Group era de corte de 0,25 ponto percentual nos juros pelo Fed em setembro, com probabilidade de 87,1%.