Panorama técnico global
17 Fevereiro 2017 - 10:05PM
ADVFN News
A semana marcada pela mudança de tom da presidente do FED (Federal
Reserve – Banco Central dos Estados Unidos), Janet Yellen,
sinalizando para um novo aumento da Fed Funds (taxa básica de
juros) no curto prazo, não foi capaz de provocar alterações
significativas no humor dos investidores.
Cerca de três anos atrás, quando o
então presidente do FED, Ben Bernanke, surpreendeu os mercados com
uma mudança inesperada na política monetária, os ativos de risco
negociados nas principais praças financeiras mundiais entraram em
choque.
Bastou Bernanke sinalizar que o
tapering (redução gradual dos estímulos monetários praticados pelo
Banco Central norte-americano) estava próximo para os investidores
entrarem em pânico.
A situação no mercado hoje é bem
diferente. Não há estímulos monetários, Yellen está subindo os
juros e surpreendeu (contrariando o último comunicado da
instituição) os investidores nesta semana ao mostrar que o ritmo de
aperto monetário deixará de ser muito gradual.
Nada disso tem sido capaz de abalar
o clima positivo presente nas principais praças financeiras
mundiais, característica marcante de mercados bullish, mas também
de possível sobreavaliação nos preços dos ativos.
O S&P500 fechou esta semana aos 2.351 pontos, em máxima
histórica. O mercado acionário norte-americano está quase 50% acima
dos preços praticados no recorde de 2007, que antecedeu a crise do
subprime.
![s&p500](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/sp500.png)
O grande retorno acumulado pelo
S&P500 nos últimos anos revela que os preços estão
possivelmente esticados demais, aumentando os riscos de uma
correção relevante no futuro. O processo de retomada da economia
norte-americana tem conseguido descontar parte do excesso de preços
na melhora do valuation dos ativos, o problema é que o ritmo de
intensidade continua desigual (preços subindo mais rápido do que os
valuations).
Cedo ou tarde (meses ou anos) o
mercado tende a corrigir essa distorção. Apesar de a bolsa de
valores seguir comprada e não ter nenhuma sinalização de reversão,
os riscos para abertura de posições de longo prazo são bem
maiores.
Na Alemana, o índice DAX segue
colado na máxima histórica, razoavelmente esticado, com seus quase
250% de ganho acumulado desde o crash do subprime.
![DAX](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/DAX1.png)
Na Inglaterra, o índice FTSE está
mais atrasado em relação aos seus pares e somente agora conseguiu
se distanciar acima da máxima do pré-subprime, que também marcou
ponto de resistência de uma congestão de quase duas décadas.
![FTSE](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/FTSE.png)
No Japão, o índice Nikkei sobe
impulsionado pelo forte programa de compras de ativos do BoJ (Bank
of Japan), voltando a se aproximar da última resistência abaixo da
máxima histórica, responsável por marcar o ápice da severa crise de
deflação no País.
![Nikk](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/Nikk.png)
A bolsa de Sidney, na Austrália,
segue com uma recuperação moderada, porém consistente, desde o
estouro da crise do subprime. Mercado bullish, mas ainda distante
da máxima histórica.
![Australia](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/Australia.png)
Na Índia, a bolsa de Bombay está
razoavelmente inflada, com cerca de 250% de retorno acumulado desde
a mínima do subprime. A correção de 2015 aliviou os indicadores e
permitiu redução da discrepância entre preços versus valuations,
diminuindo relativamente os riscos embutidos nos preços dos
ativos.
![Bombay](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/Bombay1.png)
Na China, a bolsa de Xangai segue
mostrando comportamentos anormais, influenciada pelo excesso de
regras e intervencionismo do governo, com dois grandes estouros em
menos de uma década, intercalados por períodos de baixa
volatilidade. Mercado segue inóspito para investidores estrangeiros
e até mesmo locais.
![Xangai](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/Xangai1.png)
A bolsa do México trabalha movimento
corretivo desde 2013, corrigindo o excesso de otimismo dos
investidores com um futuro que não se concretizou. Mercado vendido,
embora tentando confirmar nível de esgotamento na atual
tendência.
![Mexico](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/Mexico.png)
No Brasil, o índice Bovespa
(BOV:IBOV) segue bullish, muito próximo de voltar a testar sua
máxima histórica nos próximos meses. Apesar da boa expectativa com
aprovação de algumas reformas neste ano, os preços atuais não
justificam os fundamentos. Entretanto, a distorção no Brasil é
muito recente e está abaixo do nível registrado em várias outras
praças financeiras. Não há mercado descontado no mundo. As bolsas
que demoraram mais tempo para subir desde o crash do subprime são
justamente as que apresentam menor risco para os holders.
![Ibovespa](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/02/Ibovespa6.png)
Índice Bovespa (BOV:IBOV)
Gráfico Histórico do Índice
De Jun 2024 até Jul 2024
Índice Bovespa (BOV:IBOV)
Gráfico Histórico do Índice
De Jul 2023 até Jul 2024