Kim recua após China ser pressionada nos bastidores
14 Agosto 2017 - 10:51PM
ADVFN News
Uma força tarefa realizada pelo
primeiro escalão do governo norte-americano neste último final de
semana obteve rápido sucesso com suas ações nos bastidores,
aliviando as tensões do mercado com a crise da Coreia
do Norte.
Inicialmente, o chefe do Estado
maior dos Estados Unidos, Joseph Dunford, se deslocou à Coreia do
Sul para renovar as garantias de proteção ao seu aliado. Nenhuma
declaração provocativa foi emitida por Dunford, que se reuniu com o
presidente sul-coreano, Moon Jae-in, para alinhar uma estratégia de
curto prazo com atuação mais diplomática.
Seul, capital da Coreia do Sul
(metrópole com mais de 10 milhões de habitantes), está a pouco mais
de 30 quilômetros do paralelo 38, onde as duas Coreias se dividem.
Seria, portanto, um alvo extremamente fácil não só para os mísseis
de Kim Jong-un, como da própria artilharia terrestre
norte-coreana.
Entretanto, o presidente da Coreia
do Sul não tem demonstrado tanta preocupação com a escalada de
tensão com seu vizinho do norte. Moon Jae-in disse que
independentemente dos altos e baixos, a situação nuclear
norte-coreana deve ser tratada de forma pacífica.
Também um alvo relativamente fácil
dos norte-coreanos, o Japão segue demonstrando uma postura mais
cautelosa, evitando enviar mensagens em tom provocativo à King
Jong-um. O premiê japonês, Shinzo Abe, ativou e posicionou
estrategicamente seu sistema de defesa antimísseis Patriot. Além
disso, Abe disse que vai tentar convencer os norte-coreanos a não
dispararem mísseis em direção a Guam.
Mas somente ações de Japão e Coreia
do Sul não seriam o suficiente para reduzir as tensões no curto
prazo. O xeque-mate diplomático partiu da China e teve efeito
imediato. Robert Lighthizer, conselheiro do comércio de Donald
Trump, disse que avalia a possibilidade de abrir uma investigação
contra as práticas comerciais de empresas chinesas que obrigam
firmas norte-americanas a abdicarem dos direitos de propriedade
intelectual, o que certamente causaria abalo nas relações
comerciais entre os dois países.
Em se tratando de comércio com os
Estados Unidos, os chineses continuam mostrando que estão jogando
na defensiva, evitando qualquer tipo de atrito. Os indicadores
econômicos do gigante asiático voltaram a mostrar sinais de cansaço
nos últimos meses, revelando possível desaceleração para o terceiro
trimestre. A China depende de sua balança comercial muito favorável
com os Estados Unidos para administrar seu processo de
transformação do modelo de crescimento.
A pressão funcionou. Nesta
segunda-feira, o Ministério do Comércio da China emitiu uma
proibição contra diversas importações da Coreia do Norte (incluindo
carvão, minério de ferro, chumbo e frutos do mar), que entra em
vigor a partir de amanhã. A ação da China está em linha com as
sanções da ONU anunciadas este mês, mas o timing de implementação
surpreendeu, já que os países tem um prazo de até 30 dias para
cumprirem à resolução.
Xi Jinping, presidente da China,
provavelmente foi mais além, aplicando uma espécie de
“sossega-leão” em Kim Jong-un. A Coreia do Norte recuou
inesperadamente nesta segunda-feira ao afirmar que vai observar as
ações dos Estados Unidos por mais um tempo antes de tomar uma
decisão sobre o plano de atacar a área em torno de Guam.
Wall Street reagiu positivamente. O
índice S&P500 subiu forte nesta segunda-feira, recuperando toda
a perda sofrida com o tombo da última quinta-feira, já realizando
teste sobre a linha central de bollinger.
A bolsa de Seul trabalhou formação
de fundo na região dos 2.310 pontos, abrindo espaço para
recuperação ascendente dos preços, contribuindo assim para o
fortalecimento da atual perna principal de alta.
![KOSPI](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/08/KOSPI.png)
No Japão, Nikkei fechou o pregão
desta segunda-feira com um doji totalmente fora da bollinger
inferior, retirando o peso da recente perda da linha de suporte de
uma zona de congestão de curto prazo.
No Brasil, o índice Bovespa
(BOV:IBOV) voltou a subir forte, já se aproximando novamente da
principal faixa de resistência localizada na região dos 69k. O
rápido retorno da força compradora compromete posições vendidas
ainda em aberto, fragilizando a referida zona de resistência.
Mercado segue impulsionado pelo cenário externo favorável,
desconectado do quadro macro local.
![BVSP](https://br.advfn.com/jornal/files/2017/08/BVSP3.png)
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