O Magazine Luiza informou que fará um aumento de capital no
valor de até R$ 1,25 bilhão. Será uma operação privada, na qual a
família Trajano se compromete a colocar até R$ 1 bilhão. Os outros
R$ 250 milhões virão do banco BTG Pactual.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:MGLU3) nesta
segunda-feira (29).
Segundo o fato relevante, o BTG se comprometeu a “exercer
integralmente os direitos de preferência para aquisição de ações
cabíveis aos controladores da Companhia, assim como participar da
rodada de sobras, e subscrever até R$1 bilhão de ações” do Magalu.
A instituição também entrará como financiador dos recursos que a
família vai aportar, em uma operação chamada de “Total Return
Swap”, que consiste na troca de resultados de fluxos financeiros
futuros.
O preço fixado para o aumento de capital é de R$ 1,95 por ação.
Na sexta-feira, o papel fechou em R$ 2,08 – valores bem abaixo do
preço de emissão das ações na oferta pública realizada em julho de
2021 fde R$ 22,75, lembra o fato relevante. Nesta operação, serão
emitidas entre 608.974.359 e 641.025.641 ações, o que fará o volume
da capitalização ficar entre R$ 1,19 bilhão e R$ 1,25 bilhão.
Haverá direito de preferência para os acionistas atuais.
O documento, divulgado neste domingo, diz que a varejista
destinará os recursos à aceleração dos investimentos em tecnologia,
incluindo a expansão do Luizalabs, a evolução do marketplace, a
experiência do usuário e serviços de nuvem, publicidade e fintech;
e à “otimização da estrutura de capital da companhia”.
VISÃO DO MERCADO
Analistas que cobrem as ações do Magazine Luiza viram como
positiva a notícia de aumento de capital privado de até R$ 1,25
bilhão da companhia, anunciado na noite do último domingo (28). Com
isso, às 10h11 (horário de Brasília), os ativos MGLU3 subiam 6,73%,
a R$ 2,22, nesta segunda-feira (29).
Bradesco BBI
O Bradesco BBI também apontou considerar justa uma reação
positiva a esta notícia, considerando não apenas o alívio do
balanço, mas também o compromisso firme da família controladora em
injetar dinheiro no negócio.
“A onerosa estrutura de capital do Magalu – e, portanto, as
despesas financeiras – tem sido um dos principais entraves aos
resultados financeiros e ao fluxo de caixa nos últimos anos. No
início de 2024, este aumento de capital surge num momento
favorável, já que as taxas de juro diminuíram e a originação de
crédito deve melhorar e, portanto, o consumo discricionário estará
sujeito a se beneficiar destas condições”, aponta. Assim, este
movimento, aliado à tendência contínua de expansão de margem,
poderá levar o Magalu a reverter suas perdas e finalmente
apresentar lucro novo líquido positivo em 2024.
“Esperamos ver como o perfil de geração de caixa evoluirá nos
próximos trimestres respaldado por uma estrutura de balanço
patrimonial melhorada/mais leve e flexibilização das condições
macroeconômicas”, complementa o banco.
Citi
O Citi destaca que a gestão da companhia reiterou que possui
posição de caixa, enquanto a mensagem é que o aumento de capital
deve ser um “combustível extra” do que uma urgência em si. “O
compromisso de um acionista majoritário de injetar capital é um
sinal positivo, na nossa visão, especialmente no contexto de taxas
de juros elevadas e competição acirrada”, avalia o banco. O Citi
estima uma queda da relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro
antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em
inglês) de 1,9 vez para 1,3 vez.
“Com o foco renovado na lucratividade, o Magalu deve expandir a
margem Ebitda (atualmente entre 6% e 7%) e uma posterior diluição
das despesas financeiras”, avalia.
O Citi tem recomendação de compra (mas com alto risco) para as
ações do Magalu, com preço-alvo de R$ 3,40, ou potencial de alta de
63% em relação ao fechamento de sexta-feira (26). O JPMorgan, por
sua vez, tem recomendação neutra para os ativos, mas sem preço-alvo
definido; o Goldman Sachs também tem recomendação neutra, com
preço-alvo de R$ 2,40, ou upside de 15% frente o fechamento de
sexta.
Goldman Sachs
Em relatório, o Goldman Sachs apontou ver mérito estratégico na
transação, uma vez que deverá proporcionar à empresa maior
flexibilidade financeira para investir em iniciativas-chave de
crescimento.
“Destacamos também que a transação proposta poderá reduzir a
preocupação dos investidores quanto à possibilidade de uma oferta
subsequente pesar no preço das ações. Além disso, vemos mérito no
fato dos acionistas controladores terem garantido grande parte do
aumento de capital (até 80% da colocação), pois demonstra sua
confiança na estratégia traçada”, avalia o banco.
A família da executiva Luiza Trajano entrará com R$ 1 bilhão na
operação. O BTG Pactual se comprometeu a ficar com R$ 250 milhões
em ações e também terá papel importante de financiador na parte dos
recursos que a família vai aportar.
O banco de André Esteves, segundo o fato relevante, se
comprometeu a “exercer integralmente os direitos de preferência
para aquisição de ações cabíveis aos controladores da Companhia,
assim como participar da rodada de sobras, e subscrever até R$1
bilhão de ações” do Magalu. Isso será feito por meio de uma
operação de troca de resultados de fluxos financeiros futuros – uma
operação chamada de “Total Return Swap”.
JPMorgan
O JPMorgan também destacou “saudar a transação”, que traz
algumas novidades para a estrutura de capital, reduzindo a
alavancagem ajustada, de 6,3 vezes (projetada pelo JPMorgan para
2024) para uma ainda alta alavancagem de 5,7 vezes, além do peso
das despesas financeiras no balanço. Isso ao mesmo tempo que mantém
um ritmo elevado de investimentos em pilares-chave de criação de
valor (marketplace, nuvem, anúncios, etc.).
“Em suma, esperaríamos uma reação positiva no preço das ações,
especialmente considerando que MGLU3 é uma ação altamente vendida
(com uma grande posição short) de cerca de 14% do free-float”,
aponta o JPMorgan.
Informações Infomoney
MAGAZINE LUIZA ON (BOV:MGLU3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
MAGAZINE LUIZA ON (BOV:MGLU3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024