Magalu realiza assembleia para deliberar sobre o grupamento de ações; compreenda a alteração
22 Abril 2024 - 1:48PM
ADVFN News
O Magazine Luiza realiza, na próxima quarta-feira (24),
assembleia ordinária e extraordinária para deliberar sobre o
grupamento das ações da companhia. No mês que vem, é a vez da
Americanas discutir o mesmo procedimento para os papéis da
empresa.
De forma geral, o grupamento de ações, ou inplit, representa a
junção de várias ações de uma determinada empresa em um único papel
e, desta forma, eleva o valor do ativo.
No caso da Magalu (BOV:MGLU3), o conselho de administração
propõe um grupamento na proporção de 10 para um. Na Americanas, o
fator de proporção é ainda maior: 100 para um.
O procedimento não altera o patrimônio do investidor alocado na
empresa e tem, entre outros objetivos, reduzir a volatilidade do
papel. Confira mais dúvidas sobre o grupamento de ações e o que se
pode esperar no caso do Magazine Luiza e Americanas.
Por que realizar o grupamento das ações?
“Ações com preços muito baixos estão mais expostas a ataques
especulativos”, explica Eurico Rodrigues, head de ações do
Desmistificando Research. “Por isso, a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) recomenda que a empresa não deixe que isso
permaneça por muito tempo”, completa.
Desde o início de sua crise, desencadeada no início do ano
passado, por conta de inconsistências no balanço, o preço de AMER3,
por exemplo, caiu de R$ 12 para R$ 0,50 e agora enquadram-se como
“penny stocks” – ou seja, ações que valem menos de 1 real.
É positivo para a empresa o grupamento de
ações?
O maior benefício direto do grupamento tanto para empresa como
para os acionistas é exatamente a diminuição da volatilidade nos
preços da ação, afirma Luís Nuin, analista de investimentos.
“Quando um papel tem um valor muito baixo, qualquer mínima
alteração terá um efeito bastante grande”, contextualiza. Em um
mundo ideal, o valor da ação não deve ser tão alto a ponto de
tornar o lote mínimo de negociação um valor muito elevado, nem tão
pequeno a ponto de fazer com que as menores oscilações de preço
representem variações percentuais relevantes”, resume.
O grupamento pode conter a tendência de queda da
ação?
“Não é incomum uma empresa continuar caindo após um grupamento”,
observa Rodrigues. “Mas isso não se deve ao grupamento em si, e sim
à manutenção da desconfiança do mercado”, pontua.
Nuin acrescenta que o procedimento não altera em nada os
fundamentos da empresa, tampouco suas demonstrações
financeiras.
Como fica o patrimônio do investidor após o grupamento
de ações?
O grupamento não reduz nem eleva o patrimônio do acionista da
empresa, explicam os especialistas, que citam o exemplo do
investidor que tinha mil ações – cujo valor unitário é de R$ 1 –
que foram agrupadas na razão de duas para uma.
Com o inplit, este investidor fictício passará a ter 500 ações e
o preço unitário dos papéis passará a ser de R$ 2 – ou seja, o
patrimônio investido ainda será de R$ 1 mil.
Bahia (BHIA3), Magalu e Americanas; o que acontece com
as varejistas
No ano passado, o grupo Casas Bahia já havia realizado
grupamento das ações na proporção de 25 para 1, seguindo um caminho
natural para as empresas do varejo, segundo Nuin.
“Essas empresas, outrora quase que coqueluches no mercado,
acabaram sofrendo bastante com as condições de mercado”, explica.
“Além da questão contábil da Americanas, essas empresas foram
diretamente atingidas por condições adversas de mercados e pelo
aumento da competição”, detalha.
Nuin acrescenta que os grupamentos podem dar um pouco de
estabilidade nos preços das ações, evitando que os papéis se tornem
alvo fácil para o mercado mais especulativo.
Informações Infomoney
MAGAZINE LUIZA ON (BOV:MGLU3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
MAGAZINE LUIZA ON (BOV:MGLU3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024