Mantega: Krugman tem conflito de interesses no Brasil
Plantão | Publicada em 04/12/2009 às 18h47m
Fernando Duarte - Correspondent4e
HAMBURGO, Alemanha - Se na quinta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fora diplomático ao comentar as declarações do economista americano Paul Krugman sobre riscos de bolhas no Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, adotou um tom para lá de diferente ao acusar o prêmio Nobel de ter interesses pessoais na estabilidade da economia brasileira: durante uma palestra para investidores em Hamburgo, como parte da visita do presidente ...
Mantega: Krugman tem conflito de interesses no Brasil
Plantão | Publicada em 04/12/2009 às 18h47m
Fernando Duarte - Correspondent4e
HAMBURGO, Alemanha - Se na quinta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fora diplomático ao comentar as declarações do economista americano Paul Krugman sobre riscos de bolhas no Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, adotou um tom para lá de diferente ao acusar o prêmio Nobel de ter interesses pessoais na estabilidade da economia brasileira: durante uma palestra para investidores em Hamburgo, como parte da visita do presidente Lula à Alemanha, Mantega afirmou que Krugman estava pensando no dinheiro que teria investido no Brasil.
- Paul Krugman não estava só preocupado com a economia brasileira. Ele tinha feito aplicações no Brasil. Mas digo ao economista Krugman: não vamos permitir bolhas na economia brasileira. Estamos atentos - afirmou Mantega.
Porém, o ministro, que fez uma apresentação sobre a saúde da economia brasileira como parte de um seminário sobre oportunidades de negócios no Brasil, fez coro com Meirelles no que diz respeito à capacidade da economia nacional de resistir a excessos de entusiasmo despertados pela maior atratividade no cenário internacional. Ainda que não tenha descartado adotar novas medidas corretivas, Mantega afirmou à platéia de empresários alemães e brasileiros que a recente decisão de cobrar IOF sobre a entrada de capital estrangeiro no Brasil tem sido suficiente até agora.
- Se for necessário, tomaremos mais medidas para garantir a estabilidade da moeda.
Mantega afirmou ainda que garante o cumprimento da meta superávit primário de 2,5% em 2009 e de 3,3% em 2010, além de mais uma vez prever não apenas um crescimento de 5% do PIB brasileiro em 2010, mas também que o país será uma das únicas economias a registrar mais de 2% de crescimento no ano que vem. Ele também citou a expansão do mercado interno como um dos fatores que contribuíram para a recuperação do Brasil diante da crise financeira mundial, por também reduzir a influência das exportações no PIB brasileiro.
- Foi também importante que o Brasil tenha gastado pouco em termos de estímulos fiscais em comparação com os outros países para recolocar a economia nos trilhos - acrescentou o ministro, exibindo um gráfico mostrando que o país investiu 1,2% do PIB, três vezes menos que economias maiores, como a própria Alemanha.
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