Ainda pressionado pela possibilidade de aumento dos juros americanos em junho, como sinalizou ontem a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), às 12 horas, o Índice Bovespa marcava baixa de 1,64%, para 49.730 pontos.

Entre as companhias de maior destaque no indicador, as ações preferenciais (PN, sem voto) e ordinárias (ON, com voto) da Petrobras perdiam 6,33% e 6,12%, respectivamente, com o petróleo em queda no exterior e a indefinição do nome de seu novo presidente, no lugar de Aldemir Bendine. Além disso, a companhia teve seus papéis rebaixados pela consultoria financeira Raymond James, de ?market perform? ou em linha com o mercado, para ?underperform?, com desempenho abaixo da média. Para a consultoria, o afastamento da presidente Dilma Rousseff não resolverá os entraves da estatal.

Vale cai 3,8%

Vale ON (BOV:VALE3) também tinha recuo de 2,31%, como Vale PNA (BOV:VALE5), 3,76%, apesar dos comentários da norueguesa Yara International de que vê o negócio de fertilizantes da mineradora ?como uma entre várias oportunidade de investimentos no Brasil?. A Vale também informou mais cedo, em entrevista à agência Reuters, que a substituição de mineradoras de menor porte por empresas globais de mineração deverá desacelerar caso o preço do minério de ferro se mantenha próximo dos US$ 50 a tonelada. O diretor global de marketing e vendas da commodity da Vale, Cláudio Alves, disse que ?o problema não é a demanda, o problema está do lado da oferta, o excesso de capacidade é uma questão global?. Ele espera volatilidade nos preços futuros.

Entre as instituições financeiras, com maior peso no índice brasileiro, Itaú Unibanco PN tinha queda de 1,46%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 2,15%, Banco do Brasil ON (BOV:BBAS12), 1,05%, e as units (recibos de ações) do Santander, 1,51%. Os bancos consultados pelo Ministério da Fazenda esperam que o déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) termine este ano em R$ 104 bilhões, ante os R$ 100,450 bilhões previstos anteriormente.

No quadro econômico, a taxa de desemprego do primeiro trimestre do ano, que ficou em 10,9%, o equivalente a 11,1 milhões de pessoas, subiu em todas as grandes regiões do país na comparação com o mesmo período de 2015. A arrecadação de impostos e contribuições federais, por sua vez, registrou em abril o menor valor para abril em seis anos. 

Usiminas perde 7% e Marfrig sobe 2%

As piores quedas do Ibovespa estavam com Usiminas PNA (BOV:USIM5), que recuava 7,88%, Petrobras ON (BOV:PETR3), Petrobras PN (BOV:PETR4), e Gerdau Metalúrgica PN, 5,07%. Cinco escritórios americanos especializados em disputas de direito societário estudam abrir ação coletiva contra a Gerdau por perdas sofridas pelos investidores por conta do envolvimento da empresa nas investigações de corrupção da operação Zelotes, aponta relatório da XP Investimentos. Na ponta positiva, Marfrig ON (BOV:MRFG3) subia 1,90%, com Embraer ON (BOV:EMBR3), 1,84%, Natura ON (BOV:NATU3), 1,21%, e Multiplan ON (BOV:MULT3), 1,04%. As exportadoras Marfrig e Embraer ganhavam com o dólar em alta.

Exterior tem novas baixas; petróleo cai 2% 

A ata do Fed divulgada na noite de ontem, que apontou um reforço da chance de elevação dos juros americanos em junho, ainda derruba as bolsas nos Estados Unidos e na Europa. No primeiro mercado, o Dow Jones caía 0,88%, assim como o S&P 500, 0,83%, e o indicador da Nasdaq, 0,96%. Os investidores aguardam por lá a divulgação de dados de atividade e pedidos de auxílio desemprego.

Na zona do euro, a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE) mostrou uma instituição comprometida em reanimar a economia e evitar a deflação na região. Apesar disso, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, perdia 1,22%, o britânico Financial Times, 1,72%, o francês CAC, 0,92%, e o alemão DAX, 1,45%, sob impacto do receio com os juros americanos. As vendas no varejo britânico em abril cresceram 1,3% na margem, acima do esperado 0,6%. Refletindo um aumento inesperado dos estoques de petróleo nos EUA e os juros americanos, o barril do tipo WTI, negociado em Nova York, tinha desvalorização de 2,34%, para US$ 47,06, seguido pelo Brent, de Londres, que recuava 2,60%, para US$ 47,66.

Juros longos sobem e dólar avança para R$ 3,60

Pela manhã, os juros com vencimento em janeiro de 2017 ficavam estáveis em 13,47% ao ano. Para 2018, as projeções subiam de 12,87% para 12,89%, seguidas pelos contratos válidos até 2021 que tinham taxas de 12,72%, contra 12,66%. Após a alta de ontem, o Banco Central (BC) não anunciou para hoje novos leilões de swap cambial reverso, já que a moeda americana segue pressionada pelo cenário internacional. O dólar comercial avançava 1,06%, para R$ 3,60 na venda, acompanhado pelo dólar turismo, que subia 3,03%, sendo vendido por R$ 3,74.

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