Amazon frustra com “mais do mesmo”; ações de rivais disparam
18 Outubro 2017 - 5:29PM
ADVFN News
A entrada da Amazon
(BOV:AMZO34) trouxe calafrios para as principais
empresas brasileiras do varejo online que têm nos últimos anos
avançado no segmento marketplace. Um exemplo desse impacto pode ser avaliado na bolsa nesta
terça-feira (17).
As ações do Magazine Luiz (MGLU3) teve
queda de 7,94%, enquanto as da B2W (BTOW3), dona
da Americanas.com, caiu 5,6%. Na semana,
ambas tiveram baixas da ordem de 20%. Hoje, contudo, os papéis se
recuperam fortemente, com altas de 8%, com o mercado avaliando a
estreia como “tímida”.
Em um levantamento feito pelo BTG
Pactual, os analistas
identificaram que o ambiente de venda de eletrônicos da empresa
possui em torno de 150 vendedores. O número é tímido perto dos
números dos concorrentes – B2W tem
mais de 6 mil e o Magazine Luiza mais de 250, segundo os dados do
segundo trimestre.
Os analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais encontraram uma boa
variedade de produtos, mas promoções agressivas em apenas 34 deles
e com validade de apenas uma semana. Para alguns equipamentos
eletrônicos, como TVs e câmeras, os parceiros estão oferecendo a
venda em até 10 parcelas sem juros. Nenhum produto, exceto livros,
é enviado sem a cobrança do frete.
“Até agora, nada para se ficar preocupado, em nossa visão”,
explicam Monteiro e Guanais. Eles mantiveram conversas com
parceiros da Amazon nos últimos dias e descobriram que o valor
cobrado por ela é o mesmo dos outros: 10%. Até o final do mês, a
expectativa é de que os vendedores cheguem a 200.
“O principal diferencial até agora é que a Amazon
está fornecendo aos vendedores uma integração muito simples
ferramenta e uma ferramenta de inteligência de negócios superior
(principalmente relacionadas ao monitoramento de preços e de
concorrentes)”, indica o BTG Pactual.
Longo prazo
Enquanto a Amazon ainda está tímida no mercado, o mesmo não se
pode dizer quando o horizonte analisado é um pouco maior, como
ressalta o Citi em
uma análise enviada a clientes hoje. “No segundo trimestre de 2017,
apenas dois anos após a sua entrada no México, a margem de
contribuição do Mercado Livre, o maior competidor
na região, se tornou negativa. Também, em experiências anteriores a
Amazon foi capaz de se adaptar a diferentes realidades, com a
Índia, um país com questões mais complexas que a do Brasil, um bom
exemplo para isto”, avalia a analista Paola Mello.
Para ela, a B2W será a companhia mais afetada, por conta de suas
margens mais apertadas. Já a Via Varejo
(VVAR11), dona do Ponto Frio, tem a vantagem
de ser a maior em eletrônicos no Brasil (duas vezes maior do que o
Magazine Luiza), o que lhe confere maior poder de negociação, e
produtos financeiros nas lojas físicas que ajudam aos clientes
comprarem produtos, tendo em vista o baixo poder aquisitivo do
brasileiro.
Fonte: Money Times
Amazon com (BOV:AMZO34)
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