Natura volta a brilhar na Bolsa e dispara até 15%
16 Novembro 2017 - 7:11PM
ADVFN News
As ações da Natura (BOV:NATU3) disparam nesta
quinta-feira (16) após a empresa apresentar o resultado do
terceiro trimestre na última terça-feira (14). Na máxima do dia, os
papéis subiram 15,2%, a R$ 33,70. No ano, a valorização chega a
41%.
Nenhum dos quatro bancos consultados pelo Money
Times indica a compra dos ativos, mas o
balanço abre caminho para a fabricante de produtos de beleza
retornar de vez para a lista das preferidas, como ressalta o
banco Brasil Plural.
Veja Mais: Natura tem lucro de R$ 61 milhões no 3º
trimestre, queda de 16,6%
“Acreditamos que os resultados do terceiro trimestre devem
estimular as revisões de resultados, ajudando a facilitar as
preocupações do mercado sobre a habilidades da companhia para
reviver as operações no Brasil, enquanto ainda tentam entender o
valor potencial da The Body Shop”, avaliam os
analistas Guilherme Assis e Andres Estevez. A recomendação é
underweight (alocação abaixo da média), o mesmo que venda, com
preço-alvo de R$ 28,00.
A empresa anotou um lucro líquido de R$ 61 milhões, recuo de
16,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No
acumulado do ano até setembro, a companhia registrou lucro de R$
413,4 milhões, montante quatro vezes superior ao do mesmo período
do ano passado. Um dos pontos ressaltados foi o aumento da
produtividade em 15,4%.
Segundo a empresa, isso é resultado da “convergência dos nossos
modelos de negócio on e off-line, com a digitalização da Venda por
Relações alcançando centenas de milhares de usuárias ativas do
nosso aplicativo móvel exclusivo para Consultoras”.
“Os resultados destacam uma aceleração mais rápida do que o
esperado nas vendas no Brasil, com crescimento de 15% ano a ano dos
consultores, gerando um ritmo de ganhos de alta qualidade”, explica
o analista Alexander Robarts do Citi. A Natura no Brasil teve
crescimento de 10,4% da receita líquida no período. A recomendação
do banco é neutra com preço-alvo de R$ 33,00.
“O destaque principal foi a reversão das tendências negativas no
Brasil, com uma recuperação nas vendas e de margens. O desempenho
no Brasil contrasta com o da Avon, que viu as vendas caírem 5% no
mesmo período, juntamente com as pressões de margem, sugerindo que
a administração da Natura pode finalmente conseguir operações de
volta aos trilhos”, ressaltam Assis e Estevez do
Plural.
“Vemos progressos claros nas vendas nas principais operações
brasileiras da empresa, o que é bom; A The Body Shop é um trabalho
em andamento. Agora, com os detalhes financeiros completos
disponíveis, vamos revisar nosso modelo e esclarecer as questões
pendentes”, destacam os analistas do Credit Suisse Tobias Stingelin,
Pedro Pinto, Leandro Bastos e Antonio Gonzalez. A recomendação é
underperform (abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$
26,00.
Endividamento
O ponto de atenção comum nas análises colhidas
pelo Money Times é o alto crescimento do
endividamento após a compra da The Body Shop.
“Parabenizamos a melhoria operacional da Natura no Brasil e os
bons números da América Latina, mas ainda mantemos nossa visão
cautelosa (e o rating neutro) no caso de investimento, refletindo
os desafios na revitalização das vendas de seu canal brasileiro de
venda direta e a integração do The Body Shop (o que deve aumentar a
alavancagem nos próximos trimestres”, analisam Fabio Monteiro e
Luiz Guanais do BTG Pactual. O preço-alvo
estimado por eles é de R$ 29,00.
O Citi calcula que a dívida líquida saltou para R$5,5 bilhões,
ou aproximadamente 4,2 vezes a dívida líquida/EBITDA (excluindo
itens não recorrentes), bem acima da faixa de 1,0 vez a 1,5 vez nos
últimos três anos.
Fonte: Money Times
NATURA ON (BOV:NTCO3)
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