GPA aprova pré-acordo com Grupo Calleja para venda de fatia remanescente no Éxito
16 Outubro 2023 - 7:47AM
ADVFN News
O Grupo Pão de Açúcar assinou um pré-acordo de venda da rede de
supermercados Éxito com o Grupo Calleja, que opera a rede de
supermercados Super Selectos em El Salvador. A transação pode fazer
a companhia brasileira levantar R$ 790 milhões, mostra fato
relevante.
Se o acordo for assinado, a rede Éxito, listada na Colômbia e
nos Estados Unidos, deve ser vendida por US$ 1,18 bilhão, ou US$
0,9053 por ação. A aquisição deve acontecer por meio de uma Oferta
Pública de Aquisição (OPA) até o fim do ano.
No entanto, a parte do GPA (BOV:PCAR3), que é de 13,31% do
capital da colombiana, corresponde a apenas US$ 156 milhões, que na
conversão para a moeda brasileira fica em R$ 790 milhões.
“A realização da OPA está sujeita à aprovação da SFC e aos
arquivamentos necessários perante a U.S. Securities and Exchange
Commission. O GPA estima que a liquidação da OPA deve ocorrer por
volta do fim do ano”, disse a empresa.
Segundo o GPA, essa já é a quarta venda de ativos feita pela
empresa nos últimos meses. A companhia já vendeu 11 lojas por R$
330 milhões, um terreno situado
na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, no valor de R$ 247 milhões e
outros ativos menores estimados em R$ 52 milhões. Somando todos os
valores, inclusive o anunciado hoje, a companhia pode levantar R$
1,42 bilhão.
VISÃO DO MERCADO
As ações ON do Grupo Pão de Açúcar (GPA) disparavam 14% nesta
segunda-feira, com o mercado recebendo bem a transação envolvendo a
rede colombiana Éxito, já que a iniciativa deve trazer um alívio
para as finanças da companhia.
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Por volta de 11h44, o papel ON disparava 15,6% na B3, cotado a
R$ 34,00. A maior alta intradiária desde setembro de 2020. O Pão de
Açúcar anunciou a venda da Éxito por US$1,18 bilhões. Deste total,
a varejista de alimentos pode levar US$ 156 milhões, equivalente a
R$ 790 milhões, já tem 13,31% de participação na rede colombiana,
enquanto a rede francesa Casino tem 34,05%.
Para analistas ouvidos pela Mover, a transação deve trazer um
alívio para o caixa e para o endividamento da companhia, que
atualmente beira os R$3 bilhões.
Para Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, a
transação deve deixar a empresa em uma melhor situação financeira.
“O Pão de Açúcar vai conseguir assegurar a continuidade de suas
operações em condições financeiras sustentáveis, com um cap rate
(taxa de capitalização) inferior a 9%”.
Além disso, a venda é muito positiva, já que o valor pago é
superior ao da proposta inicial do colombiano Jaime Gilinski. “O
magnata ofereceu US$1,15 bilhão em sua última oferta feita em julho
deste ano. Por isso, a nova proposta é muito positiva, pois injeta
uma quantia maior que a esperada pelo mercado”, explica Lucas
Rietjens, analista da Guide Investimentos.
Médio prazo
Mesmo com a entrada do dinheiro, nenhum dos analistas
consultados acredita que o GPA deve conseguir voltar ao lucro no
médio prazo. De acordo com Carlos Soares, analista da Mirae Asset,
o cenário macroeconômico deve continuar desafiador para a
companhia.
“A grande maioria dos clientes prefere fazer compras na rede de
atacarejo ou nos minimercados. O Pão de Açúcar está indo bem nos
minimercados, mas as lojas de hipermercados e supermercados não
estão indo mal e devem continuar pressionadas”, diz Soares.
Diante disso, o consenso dos três analistas é de que o
investidor deve evitar investir no papel, justamente pelo alto
endividamento e prejuízos que devem ser registrados nos próximos
trimestres.
Informações TCMover
PÃO DE AÇUCAR ON (BOV:PCAR3)
Gráfico Histórico do Ativo
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Gráfico Histórico do Ativo
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