A Usiminas reportou lucro líquido de R$ 974,5 milhões no quarto
trimestre de 2023 (4T23), revertendo prejuízo líquido de R$ 838,8
milhões no mesmo intervalo de 2022, informou a siderúrgica.
O resultado foi impulsionado principalmente pela maior
recuperabilidade de prejuízos fiscais no valor de R$ 495 milhões,
além dos efeitos pontuais em custos e despesas operacionais.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado no 4T23 alcançou R$ 625
milhões, um aumento de 8% na comparação anual. A margem Ebitda
(Ebitda sobre receita líquida) ajustada foi de 9,2% no 4T23, uma
elevação de 1,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo
trimestre de 2022.
A receita líquida no 4T23 alcançou R$ 6,8 bilhões, 1,0% superior
ao 3T23, mas 11% abaixo do 4T22. A expectativa média de analistas
era de R$ 6,3 bilhões, segundo dados da LSEG.
O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 145,2 milhões no quarto
trimestre de 2023, um recuo de 81% na comparação com igual etapa de
2022. A margem bruta foi de 2,1% no 4T23, baixa de 8 p.p. frente a
margem do 4T22.
As despesas gerais e administrativas somaram R$ 180,1 milhões no
4T23, um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2022.
O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 65,3 milhões
no quarto trimestre de 2023, uma redução de 65% sobre os ganhos
financeiros da mesma etapa de 2022.
No 4T23, o capex totalizou R$ 654 milhões, 26,2% inferior ao
3T23 (R$ 886 milhões), sendo 80,0% na Unidade de Siderurgia, 20,0%
na Unidade de Mineração.
A Usiminas também informou que pretende investir de R$ 1,7 a R$
1,9 bilhão no ano de 2024.
Em 31 de dezembro de 2023, o caixa líquido da Usiminas era de R$
89 milhões, ante dívida líquida de R$1,1 bilhão no final de
2022.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida
líquida/Ebitda ajustado, ficou em -0,05 vez em dezembro/23, queda
de 0,28 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.
Os resultados do Usiminas (BOV:USIM3)
(BOV:USIM5)
(BOV:USIM6)
referentes às suas operações do quarto trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 09/02/2024.
Teleconferência
O balanço da Usiminas (USIM5) , divulgado nesta sexta-feira (9),
surpreendeu positivamente o mercado, com os principais números
vindo acima do consenso. Contudo, a reação do mercado foi morna,
com as ações oscilando entre leves ganhos e perdas: às 11h11
(horário de Brasília), os ativos tinham leve variação positiva de
0,32%, a R$ 9,43.
Como destaque, analistas mencionaram a performance do braço de
mineração da companhia e também uma melhora da margem do – ainda
combalido – braço de siderurgia.
A receita líquida da Usiminas ficou em R$ 6,8 bilhões, acima do
consenso de R$ 6,3 bilhões da LSEG. O Ebitda [Lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] ficou em
R$ 625 milhões, ante R$ 16,9 milhões projetados. O lucro líquido
foi de R$ 838,8 milhões, sendo que o consenso era de prejuízo de R$
121,7 milhões.
“A principal razão para a superação veio do negócio de
mineração, onde o Ebitda de R$327 milhões superou o nosso consenso
em 30,8%, impulsionado por volumes e preços maiores que o esperado,
mais do que compensando os custos caixa mais altos”, diz o time de
analistas do JP Morgan, liderados por Rodolfo Angele.
A superação, de acordo com eles, foi uma combinação de preços
mais altos que o esperado, com a Usiminas vendendo minério 1,84%
mais caro do que as projeções, e por volumes mais altos que o
esperado. Os volumes alcançaram 2,38 milhões de toneladas no
trimestre, ficando 13,5% acima da projeção do JP.
No entanto, o time também menciona que a divisão de aço
surpreendeu positivamente. As siderúrgicas brasileiras vêm
sofrendo, já há algum tempo, por conta do aumento da importação de
aço chinês, que tem preços mais baixos.
Durante a teleconferência de resultados, realizada também hoje,
os diretores da Usiminas voltaram a cobrar o governo, inclusive,
por maiores taxas sobre o aço importado. “Expectativa é que o
governo coloque taxas que ofereçam isonomia, porque, claramente, o
mercado está prejudicado. Estamos perdendo empregos industriais. Há
uma concorrência com produtos subsidiados”, disse Marcelo Chara,
diretor executivo (CEO).
Fora isso, eles mencionaram um ganho de rentabilidade após a
reforma do Alto Forno 3 – sendo que a Usiminas esperar ver mais
resultados da planta agora no primeiro trimestre de 2024.
“Alto Forno 3 continua em ramp up. Fora isso, anúncios recentes
de investimentos de montadoras, novo PAC e queda dos juros nos
mantém otimistas para a operação no Brasil. Temos expectativas
positivas para 2024″, disse o CEO.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O time do Bradesco BBI foi na mesma linha, destacando, além dos
dois segmentos, a orientação de capex da Usiminas, de R$ 1,9
bilhão, abaixo do projetado.
Itaú BBA
O Itaú BBA, que previa investimentos de R$ 2,1 bilhões para
2024, apontou que o número projetado melhora suas perspectivas de
geração de fluxo de caixa livre. No geral, o banco aponta que o
resultado foi melhor do que o esperado, ainda que mantendo
recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do
mercado, equivalente à neutra) para USIM5, com preço-alvo de R$
9,50. Já a equipe de análise do BBI tem recomendação outperform
(desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para
USIM5, com preço-alvo de R$ 11,50.
JPMorgan
“A principal razão para a superação veio do negócio de
mineração, onde o Ebitda de R$327 milhões superou o nosso consenso
em 30,8%, impulsionado por volumes e preços maiores que o esperado,
mais do que compensando os custos caixa mais altos”, diz o time de
analistas do JP Morgan, liderados por Rodolfo Angele.
A superação, de acordo com eles, foi uma combinação de preços
mais altos que o esperado, com a Usiminas vendendo minério 1,84%
mais caro do que as projeções, e por volumes mais altos que o
esperado. Os volumes alcançaram 2,38 milhões de toneladas no
trimestre, ficando 13,5% acima da projeção do JP.
No entanto, o time também menciona que a divisão de aço foi
melhor do que o esperado. As siderúrgicas brasileiras vêm sofrendo,
já há algum tempo, por conta do aumento da importação de aço
chinês, que tem preços mais baixos.
“Embora os números do aço tenham sido melhores do que
esperávamos, a divisão continua a enfrentar dificuldades e postou
novamente um Ebitda negativo de R$ 42 milhões”, comenta o JP, que,
no entanto, via um prejuízo operacional maior, de R$ 168 milhões.
Eles, porém, enxergam melhoras para a Usiminas nos próximos
trimestres nesta frente, com o fim da reforma do Alto Forno 3.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Reuters
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