Petrobras: analistas apontam que case de investimento continua centrado na remuneração dos acionistas
26 Agosto 2024 - 11:11AM
ADVFN News
O Morgan Stanley elevou a recomendação para os ADRs (recibo de
ações de empresas negociadas nos EUA) da Petrobras PBR
(equivalentes aos ordinários), que passou de equalweight (exposição
em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para
overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à
compra). O preço-alvo foi elevado de US$ 18 para US$ 20, ou
potencial de alta (upside) de 39% em relação ao fechamento de
sexta-feira (23).
Os analistas apontam que o case de investimento da estatal
continua centrado na remuneração dos acionistas, que — para o bem
ou para o mal — está diretamente ligada à alocação de capital.
“Nossa análise de cenário de múltiplos aponta para potenciais
distribuições extras de cerca de US$ 7 bilhões [R$ 38,3 bilhões]
até 2025”, aponta a equipe, ressaltando o potencial retorno total
atraente de 60%.
A perspectiva de retorno total atraente ainda está em vigor,
avalia a equipe de análise. A ação caiu 17% desde seu pico no
início de 2024 e ficou estável nos últimos cinco meses, embora com
alta volatilidade.
“Com as mudanças de gestão já passadas, acreditamos que o nível
de ruído diminuirá gradualmente, o que pode remover parte do
componente de volatilidade. A mensagem do novo CEO e CFO em
recentes teleconferências e reuniões nos leva a acreditar na
continuidade da estratégia, com a coexistência de um aumento
responsável nos investimentos e distribuição de dividendos, desde
que haja disponibilidade de caixa extra”, apontam os analistas.
O caso base do banco corresponde a essa narrativa e, com a
reintrodução de dividendos extraordinários, o Morgan vê um
potencial de retorno total de 60%, composto por 37% de valorização
do preço das ações, 16% de dividendos regulares e 7% de
distribuições extraordinárias.
O forte perfil de geração de caixa é a principal diferença da
Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) em relação aos pares em escala
global, fornecendo financiamento mais do que suficiente para
dividendos nos próximos anos, avalia o banco americano.
“Acreditamos firmemente que a Petrobras tem os melhores ativos
de petróleo offshore [poço perfurado abaixo do fundo do mar] do
setor, com produtividade de poço incomparável e baixos custos de
capex [investimentos em capital] e produção”, avalia o banco, que
projeta um rendimento de FCF (fluxo de caixa livre) de 22% em 2024
e 23% em 2025, excedendo em muito o das principais ações de
petróleo, com média de 7% em 2024 e 11% em 2025. E, embora possa
haver riscos para uma geração de caixa tão alta (como fusões e
aquisições e contingências fiscais, entre outros), não espera que
isso comprometa materialmente o FCF ou os dividendos de uma forma
que afete a atratividade dos rendimentos.
O Morgan também cita onde poderia estar errado. “A governança
deve permanecer nos altos padrões atuais. Desde que emergiu da
investigação Lava Jato, trabalhando em uma grande estratégia e
recuperação do balanço, o nível de governança corporativa da
Petrobras foi levado aos mais altos padrões globalmente. Embora
mudanças recentes e posteriores nas equipes de alta e média
gerência possam eventualmente provar ter sido bandeiras amarelas,
não vimos nenhuma ruptura material nos padrões de governança. Se
tais mudanças materiais começarem a aparecer, os riscos para a
disciplina de capital e a criação de valor para os acionistas podem
aumentar e nos levar a rever nossa postura otimista sobre os
retornos totais”, aponta.
Informações Infomoney
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024