Enquanto Câmara e STF buscam um acordo sobre a redução de penas, outro front de tensão política se abre em Brasília. O ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou a Polícia Federal a avançar em novas investigações relacionadas a contratos fraudulentos da pandemia. A decisão desafia diretamente a chamada PEC da Blindagem, aprovada na Câmara.

Segundo fontes, Dino atendeu a pedido antigo da PF para aprofundar apurações que haviam sido levantadas na CPI da Covid, em 2021. O movimento ocorre num momento em que operadores ligados a contratos suspeitos voltaram a ser alvos de operações policiais.

A iniciativa reacendeu o debate sobre os limites da atuação do Executivo diante das novas prerrogativas em discussão no Congresso. Parlamentares da oposição acusam Dino de “politizar” investigações, enquanto governistas defendem que o ministro apenas cumpre a lei.

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Paralelamente, o clima entre o PL e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ficou ainda mais tenso. O líder do partido, Valdemar Costa Neto, afirmou que Alcolumbre “vai pagar caro” caso não paute a anistia ou projetos favoráveis à legenda.

O ataque público expõe o desgaste da relação entre oposição e a cúpula do Senado. Aliados de Alcolumbre garantem que ameaças não vão alterar a condução das pautas, e que a postura do PL pode até dificultar a tramitação de propostas defendidas pelo partido.

A situação cria um ambiente de incerteza institucional, especialmente diante das votações que envolvem tanto a dosimetria quanto a PEC da Blindagem. Para analistas, o acirramento pode paralisar o Legislativo e afetar diretamente o andamento da agenda econômica.

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O governo Lula acompanha os desdobramentos com preocupação. A equipe econômica teme que a instabilidade política comprometa a aprovação da reforma do Imposto de Renda, que amplia a faixa de isenção para até R$ 5 mil.

Ao mesmo tempo, setores da oposição buscam usar a pressão sobre Alcolumbre como forma de travar projetos de interesse do Executivo, aumentando a barganha por emendas e cargos. O risco é que a paralisia legislativa prejudique a governabilidade.

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Para juristas, o embate reflete um problema estrutural: a dificuldade de se estabelecer regras claras de convivência entre Poderes. A escalada retórica pode fragilizar a democracia, ao mesmo tempo em que gera instabilidade nos mercados.

A postura de Dino e o conflito entre PL e Senado elevam a percepção de risco político no Brasil. Esse cenário pressiona o dólar, impacta os juros futuros e traz volatilidade para a bolsa de valores. Para acompanhar os movimentos em tempo real, utilize o Monitor ADVFN