Analisando os números da Bombril me vem à mente alguns comentários/questionamentos para reflexão:
1)O lucro líquido de R$301 milhões, nos primeiros nove meses de 2009, foi fortemente incluenciado por receitas não relacionadas com sua atividade operacional, bem como são não recorrentes, ou seja, ocorreram de forma extraordinária em 2009, não se repetindo para outros anos. Senão vejamos:
- R$44 milhões - receita financeira
- R$93 milhões - apesar de não evidenciado devidamente nas notas explicativas, não se refere, evidentemente, às atividades de comercialização de seus pro...
Analisando os números da Bombril me vem à mente alguns comentários/questionamentos para reflexão:
1)O lucro líquido de R$301 milhões, nos primeiros nove meses de 2009, foi fortemente incluenciado por receitas não relacionadas com sua atividade operacional, bem como são não recorrentes, ou seja, ocorreram de forma extraordinária em 2009, não se repetindo para outros anos. Senão vejamos:
- R$44 milhões - receita financeira
- R$93 milhões - apesar de não evidenciado devidamente nas notas explicativas, não se refere, evidentemente, às atividades de comercialização de seus produtos, motivo pelo qual está sob a rubrica "outras receitas operacionais".
- R$74 milhões - IR diferido, decorrente de vitória da empresa em questões tributárias.
Somando-se os valores acima, temos o montante de R$211 milhões, ou seja, apenas R$90 milhões do lucro são oriundos de suas atividades "normais" de industrialização e venda de sua linha de produtos.
2) Forte dependência da lã de aço, a qual corresponde a 1/3 do faturamento da bombril (dado não muito atualizado). Se a Hypermarcas quiser entrar em uma briga de preços com a Bombril através de seu produto concorrente, Assolan, a hypermarcas sofreria pouco, uma vez que é bem mais diversificada que a bombril, mas certamente causaria forte sangria nesta.
3) Histórico de má administração, com sérias dúvidas sobre a capacidade do controlador em fazer decolar a empresa. Muitos acham que o Sr. Ronaldo Sampaio, definitivamente, não herdou os talentos de seu pai.
4) Um monte de controladas não relacionadas como a atividade fim (construtora, administradora de imóveis, etc) que só geram prejuízos. Vejamos:
- Brilmaq Empreendimentos Imobiliários S.A. - Prejuízo R$600 mil
- Tevere Empreendimentos e Construções S.A. - Prejuízo R$ 5 milhões
5) Ótimo trabalho na redução de seu passivo, com R$362 milhões de dívida líquida.
Conclusão: Os números do balanço não indicam uma performance tão excepcional, que faça crer que o valor de maercado é excessivamente baixo: cerca de R$500 milhões. Entretanto, as perspectivas são boas, mas com riscos. Risco de má administração, venda do controle de forma escusa (como já feito no passado para a Cirio) em prejuízo de minoritários, acirramento da concorrência com a hypermarcas (quando esta diminuir o ritmo de aquisições) ou redução do movimento de diversificação de produtos, já iniciada pela Bombril. Vejo possibilidade de up side, mas com cautela, sem exageros. Se os riscos acima não se tornarem realidade, vejo como possível o retorno do preço da ação a R$14,00 ou pouco mais.
O que acham?
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