Cemig negocia potenciais parcerias com bancos ou grupos de telefonia e mira expansão no mercado livre de energia
04 Janeiro 2024 - 2:30PM
ADVFN News
A Cemig está em negociações para potenciais parcerias com bancos
ou grupos de telefonia, mirando acelerar a expansão de seus
negócios no mercado livre de energia, e com uma ambiciosa meta de
alcançar 20% dos clientes de ‘varejo’ nesse segmento, disse à Mover
o vice-presidente de Comercialização, Dimas Costa.
O chamado mercado livre elétrico é um como um atacado, no qual
clientes com grande consumo como empresas podem negociar contratos
e preços com geradores e ‘tradings’. Mas as exigências para operar
nesse nicho foram diminuídas agora, a partir de janeiro, em um
movimento visto como o primeiro passo para trazer clientes
‘varejistas’ para o segmento.
De olho nessa expansão, que tem potencial para atrair dezenas de
milhares de empresas menores para o mercado, grupos do setor têm
anunciado parcerias com bancos ou companhias de telecomunicações,
por exemplo, para somar esforços comerciais. Recentemente, a Auren
anunciou uma joint venture com a Vivo, enquanto a Comerc Energia,
da Vibra, anunciou parceria com o Itaú Unibanco, e a 2W se juntou à
Oi.
“Nós estamos em negociações com alguns bancos, inclusive
conversamos com o Itaú. E com empresas de telefonia. Esse movimento
vai abrir um potencial mercado de até 200 mil clientes. E acredito
que até 2026 isso vai acontecer com uma velocidade muito grande”,
disse Costa, em entrevista por telefone.
“A Cemig hoje é líder no mercado de comercialização para
clientes finais, tem 15% do mercado. O desafio é manter essa
liderança. Mas nossa meta no mercado varejista é ambiciosa, nós
queremos 20% do mercado brasileiro. É um ‘market share’ que
queremos buscar nos próximos três anos”, detalhou o VP.
Para isso, a Cemig (BOV:CMIG3) (BOV:CMIG4) lançou um e-commerce
de eletricidade, e está apostando em campanhas de marketing
específicas. “Estamos nos preparando, o mercado está muito
competitivo. Você pode ver que toda hora se criam
comercializadoras, há notícias de associações de comercializadoras
com bancos, com empresas de telefonia. É um movimento muito
grande”, disse Costa.
Para atrair os clientes, a Cemig oferece descontos de até 35% em
relação à energia vendida por distribuidoras, e com certificação de
origem renovável. Além disso, as condições estão atrativas devido à
sobreoferta no mercado elétrico, depois de chuvas favoráveis nos
lagos das hidrelétricas.
A abertura do mercado livre de energia para empresas menores, o
chamado segmento “varejista”, foi aprovada pelo Ministério de Minas
e Energia em 2022, no governo Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, em
dezembro, o presidente Lula fez críticas ao mercado livre elétrico,
e defendeu mudanças no segmento, dizendo que “o povo pobre está
pagando mais” pela energia do que empresários.
Para Costa, da Cemig, no entanto, há uma tendência natural de
que o segmento continue o movimento de abertura, como ocorreu em
mercados mais maduros, como o europeu. “Sem entrar no mérito. Um
governo pode até travar, mas esse é um movimento universal,
inevitável. Pode demorar um pouco mais, um pouco menos, mas a
sociedade vai cobrar”.
informações FLJournal
CEMIG ON (BOV:CMIG3)
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