A Cemig está em negociações para potenciais parcerias com bancos ou grupos de telefonia, mirando acelerar a expansão de seus negócios no mercado livre de energia, e com uma ambiciosa meta de alcançar 20% dos clientes de ‘varejo’ nesse segmento, disse à Mover o vice-presidente de Comercialização, Dimas Costa.

O chamado mercado livre elétrico é um como um atacado, no qual clientes com grande consumo como empresas podem negociar contratos e preços com geradores e ‘tradings’. Mas as exigências para operar nesse nicho foram diminuídas agora, a partir de janeiro, em um movimento visto como o primeiro passo para trazer clientes ‘varejistas’ para o segmento.

De olho nessa expansão, que tem potencial para atrair dezenas de milhares de empresas menores para o mercado, grupos do setor têm anunciado parcerias com bancos ou companhias de telecomunicações, por exemplo, para somar esforços comerciais. Recentemente, a Auren anunciou uma joint venture com a Vivo, enquanto a Comerc Energia, da Vibra, anunciou parceria com o Itaú Unibanco, e a 2W se juntou à Oi.

“Nós estamos em negociações com alguns bancos, inclusive conversamos com o Itaú. E com empresas de telefonia. Esse movimento vai abrir um potencial mercado de até 200 mil clientes. E acredito que até 2026 isso vai acontecer com uma velocidade muito grande”, disse Costa, em entrevista por telefone.

“A Cemig hoje é líder no mercado de comercialização para clientes finais, tem 15% do mercado. O desafio é manter essa liderança. Mas nossa meta no mercado varejista é ambiciosa, nós queremos 20% do mercado brasileiro. É um ‘market share’ que queremos buscar nos próximos três anos”, detalhou o VP.

Para isso, a Cemig (BOV:CMIG3) (BOV:CMIG4) lançou um e-commerce de eletricidade, e está apostando em campanhas de marketing específicas. “Estamos nos preparando, o mercado está muito competitivo. Você pode ver que toda hora se criam comercializadoras, há notícias de associações de comercializadoras com bancos, com empresas de telefonia. É um movimento muito grande”, disse Costa.

Para atrair os clientes, a Cemig oferece descontos de até 35% em relação à energia vendida por distribuidoras, e com certificação de origem renovável. Além disso, as condições estão atrativas devido à sobreoferta no mercado elétrico, depois de chuvas favoráveis nos lagos das hidrelétricas.

A abertura do mercado livre de energia para empresas menores, o chamado segmento “varejista”, foi aprovada pelo Ministério de Minas e Energia em 2022, no governo Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, em dezembro, o presidente Lula fez críticas ao mercado livre elétrico, e defendeu mudanças no segmento, dizendo que “o povo pobre está pagando mais” pela energia do que empresários.

Para Costa, da Cemig, no entanto, há uma tendência natural de que o segmento continue o movimento de abertura, como ocorreu em mercados mais maduros, como o europeu. “Sem entrar no mérito. Um governo pode até travar, mas esse é um movimento universal, inevitável. Pode demorar um pouco mais, um pouco menos, mas a sociedade vai cobrar”.

informações FLJournal
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