AES Tietê espera que Senado vote PL sobre risco hidrológico em semanas Por Camila Maia
SÃO PAULO - A AES Tietê espera que o Senado vote nas próximas semanas o projeto de lei que resolve a judicialização relacionada ao risco hidrológico (medido pelo pelo fator
GSF, na sigla em inglês), disse Ítalo Freitas, presidente da companhia, em teleconferência com analistas. Segundo ele, a tendência é que o Senado aprecie logo o tema para liberar a
pauta para “temas mais importantes”.
No segundo trimestre de 2019, a AES Tietê teve os resultados pressionados por conta do cenário hidroló...
AES Tietê espera que Senado vote PL sobre risco hidrológico em semanas Por Camila Maia
SÃO PAULO - A AES Tietê espera que o Senado vote nas próximas semanas o projeto de lei que resolve a judicialização relacionada ao risco hidrológico (medido pelo pelo fator
GSF, na sigla em inglês), disse Ítalo Freitas, presidente da companhia, em teleconferência com analistas. Segundo ele, a tendência é que o Senado aprecie logo o tema para liberar a
pauta para “temas mais importantes”.
No segundo trimestre de 2019, a AES Tietê teve os resultados pressionados por conta do cenário hidrológico “atípico”, que manteve os preços no curto prazo mais baixos que o
esperado.
“A AES Tietê segue trabalhando para minimizar os efeitos disso. Se os cenários atípicos persistirem, estamos focando na estratégia de diversificação do portfólio, visando diminuir
a volatilidade dos resultados”, disse.
A companhia terminou o segundo trimestre com lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 35,4 milhões, queda de 61,9% em relação ao resultado do mesmo intervalo de 2018.
O resultado refletiu, entre outros fatores, a redução de R$ 40 milhões na margem do período, em função, principalmente, do efeito da estratégia de sazonalização de energia da
companhia.
A geradora incrementou as compras de energia em 41,4% no trimestre para cumprir contratos e mitigar o risco hidrológico, apostando na alta dos preços de energia. No entanto,
como o preço de energia ficou mais baixo, houve impacto negativo nos resultados.
A geração eólica também prejudicou os resultados da AES Tietê. Com ventos mais fracos, a geração eólica bruta do complexo eólico Alto Sertão II foi 15% inferior ao apurado um
ano antes.
A receita líquida subiu 7,3% no trimestre, para R$ 495,7 milhões. A margem operacional líquida (receita líquida livre de compra de energia para revenda, taxas e encargos
setoriais), porém, caiu 11,4%, para R$ 311,1 milhões, também por causa da sazonalização de energia hídrica e da redução da geração eólica.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 16,6%, para R$ 225,5 milhões, refletindo os mesmos fatoresA dívida líquida ao fim do trimestre estava em R$ 2,865 bilhões, acima da posição registrada um ano antes, de R$ 2,059 bilhões. Isso aconteceu por conta das menores
disponibilidades no caixa da companhia no período, que caíram de R$ 2,048 bilhões para R$ 1,4 bilhão, devido aos investimentos feitos em projetos de geração solar.
A relação entre dívida líquida e Ebitda ao fim de junho chegou a 2,93 vezes, acima da alavancagem de junho do ano passado, de 2,1 vezes. Segundo a AES Tietê, o limite mais
restritivo estabelecido pelas dívidas da companhia é de 3,85 vezes. Aquisição Segundo Freitas, a AES Tietê está focada em resolver “condições precedentes” relacionadas à aquisição do complexo eólico Alto Sertão III, da Renova Energia. O executivo não entrou em detalhes sobre a transação, e disse apenas que a companhia ainda avalia quais os impactos da extinção do contrato da fase B do projeto, que foi
aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em junho.
A agência ainda não deu o aval para a transferência do contrato da fase A do projeto para a AES Tietê. O empreendimento está com mais de 80% de conclusão nessa etapa, mas as
obras estão paradas desde 2016, por falta de recursos da Renova.
O problema, para a Aneel, é que a energia da fase A de Alto Sertão III foi contratada a preços significativamente mais altos do que os praticados nos leilões mais recentes, e as obras
estão com grande atraso por conta disso. O processo chegou a ser colocado em pauta em uma reunião ordinária da Aneel em junho, mas a discussão foi adiada, depois que grandes credores da Renova foram à agência
apelar por uma solução favorável. O principal credor é o BNDES, com cerca de R$ 1 bilhão em dívidas, mas grandes bancos deram avais e garantias para esse empréstimo. Além disso, a revogação dos contratos da fase A pode significar problemas para Cemig e Light, controladoras da Renova, já que ambas as empresas compraram energia futura da
companhia e anteciparam os pagamentos, como uma forma de aportar caixa na geradora renovável."
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