Olha só a notícia :
O Santander mostra uma de suas estratégias de crescimento no mercado brasileiro e cria um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios,a exemplo da Merril-Lynch e JP Morgan -
Fonte : Jornal Valor Econômico 01/11/2007
Merrill Lynch quer precatórios para colocar em carteira própria
Vanessa Adachi
01/11/2007
Enquanto a maior parte dos bancos estrangeiros atua como intermediário na compra de precatórios para fundos internacionais, no Merrill Lynch a história é um pouco diferente. O banco de investimentos americano também tem buscado os créditos para coloca...
Olha só a notícia :
O Santander mostra uma de suas estratégias de crescimento no mercado brasileiro e cria um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios,a exemplo da Merril-Lynch e JP Morgan -
Fonte : Jornal Valor Econômico 01/11/2007
Merrill Lynch quer precatórios para colocar em carteira própria
Vanessa Adachi
01/11/2007
Enquanto a maior parte dos bancos estrangeiros atua como intermediário na compra de precatórios para fundos internacionais, no Merrill Lynch a história é um pouco diferente. O banco de investimentos americano também tem buscado os créditos para colocar em sua própria carteira e reservou algumas centenas de milhões para isso.
"Acreditamos que os precatórios estão se tornando cada vez mais populares entre os investidores internacionais, na medida em que eles são melhor compreendidos como uma forma de dívida soberana", diz Juan Villanueva, diretor da área de investimentos para a América Latina do Merrill Lynch.
O banco, que comprou 40% do precatório da construtora Tratex, negociado no mês passado, está prestes a fechar a compra de um novo crédito, desta vez municipal. "Queremos ser um dos líderes nesse produto", diz Villanueva.
Os grandes bancos nacionais ainda não foram vistos nesse mercado, talvez por nutrirem certa aversão após a CPI de 1997. Mas instituições nacionais menores, como gestores de recursos independentes, estão no rastro dos precatórios. É o caso da gestora carioca Polo, que lançou um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) de precatórios com patrimônio de R$ 100 milhões e estuda constituir um segundo.
Marcos Duarte, sócio da Polo, é um dos que elogiam a decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que permitiu que precatórios fossem incluídos nos FIDC. "Isso permitiu que algo que era ilíquido passasse a ser negociado, sob a forma de cotas de fundos." Ele lembra que fundos de investimento nacionais não podem investir diretamente em precatórios, mas podem adquirir cotas de FIDC. O Santander também criou um FIDC de precatórios.
Apesar de vislumbrar grande retorno, muita gente prefere nem se arriscar nessa seara. O negócio é complexo porque envolve riscos jurídicos e políticos difíceis de ser totalmente mapeados. Os precatórios são originados a partir de processos judiciais de cobrança contra o poder público, em geral por desapropriação de imóveis, terrenos ou por processos trabalhistas. Por essa razão, uma tropa de advogados de grandes escritórios são envolvidos no estudo de cada um dos processos, para avaliar a probabilidade de pagamento, as chances de revés e assim por diante.
Mas mesmo depois que o processo chega ao fim, sem risco de uma ação rescisória, e o que era um direito creditório torna-se de fato um precatório, ainda paira o risco político. Aí entra em jogo a capacidade de pagamento de cada governo ou município. Há estados em que um precatório não é pago há mais de dez anos. Os bancos analisam centenas de processos para fechar uma única operação.
A União e o Estado de São Paulo são considerados os melhores riscos nesse negócio. Mas por essa razão, os deságios dos papéis federais e paulistas são cada vez menores, levando os investidores a migrar para papéis de outros estados e até municipais.
Apesar desse cenário, o JP Morgan é um dos bancos de atuação conservadora. "Até agora temos comprado créditos federais e estaduais que já viraram precatórios e estão em fase de pagamento. Mas estamos dispostos a buscar outros papéis se houver demanda por coisas mais arriscadas", diz Giovani Silva.
O crescente interesse pelos precatórios explica-se não apenas pela queda dos juros, mas também por decisões judiciais recentes que podem dar mais liquidez a esses papéis. Começa a se formar jurisprudência para que os precatórios sejam usados no pagamento de dívidas de empresas com o governo, numa espécie de encontro de contas. Conforme esse quadro evolua e empresas de maior porte comecem a se interessar pela aquisição de precatórios com esse objetivo, a tendência é que o preço dos papéis suba. Ou seja, quem tiver comprado as dívidas antes desse movimento ampliará suas chances de lucro.
Uma ameaça aos gordos ganhos, lembram os bancos, é a Proposta de Emenda Constitucional 12, a PEC dos precatórios. Ela instituiria leilões para a recompra dos débitos. Com isso, boa parte do lucro que hoje vai para a mão dos investidores, seria transferida para os respectivos governos.
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