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Focus: Previsões sobre crescimento da inflação em 2016 voltam a cair

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A última edição do Boletim Focus demonstra que o mercado financeiro brasileiro ficou um pouco mais otimista quanto ao fechamento de todos os indicadores inflacionários do país em 2016. A melhora decorre, principalmente, da forte possibilidade de mudança no cenário político brasileiro no curto prazo.

De acordo com a opinião dos analistas consultados pelo Banco Central para elaboração da décima edição de 2016 do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21 de Março de 2016), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) crescerá 7,43% em 2016. No relatório divulgado na semana anterior, os maiores especialistas do mercado financeiro brasileiro previam que a inflação oficial do país cresceria 7,46% ao longo deste ano.

Se a projeção das instituições financeiras estiver correta, a inflação brasileira manter-se-á ainda bem acima da meta central de inflação, de 4,5%, fixada para o ano. Também permanecerá acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. Até o ano anterior, a inflação do país não oscilava oficialmente acima do teto da meta de inflação por dois anos seguidos desde 2002 e 2003.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central de inflação para 2016 e 2017 é de 4,5%. Porém, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já admitiu que não conseguirá trazer o IPCA para a meta central de 4,5% neste ano. Segundo a autoridade monetária, isso será possível somente em 2017.

Com relação a 2017, a expectativa dos economistas é de que o IPCA feche o ano em 6,00% – a mesma projeção divulgada nas seis últimas semanas.

Em 2015, a inflação oficial já confirmada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 10,67%. Essa foi a maior variação anual do IPCA dos últimos 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando apresentou um aumento médio de preços na ordem de 12,53%. Para os analistas consultados pelo BC, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressionaram os preços no último ano.

Já no primeiro mês de 2016, mais alta. O IPCA subiu 1,27% entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, 0,31 ponto percentual acima da taxa de 0,96% registrada no mês anterior. Trata-se da taxa mensal mais alta para o mês desde 2003, quando atingiu 2,25%. Com isto, a taxa dos últimos 12 meses ficou em 10,71%, acima dos 10,67% dos 12 meses imediatamente anteriores, constituindo-se no resultado mais elevado desde novembro de 2003, com registro de 11,02%. Em janeiro de 2015 a taxa tinha sido de 1,24%.

Em fevereiro, a inflação medida pelo indicador fechou fevereiro com alta de 0,90%, resultado 0,37 ponto percentual abaixo da taxa de janeiro. Com o resultado, o IPCA passou a acumular alta de 2,18% nos dois primeiros meses do ano, resultado que chega a ser 0,3 ponto percentual inferior aos 2,48% acumulados em igual período de 2015. Já a alta acumulada nos últimos doze meses ficou em 10,36%, também abaixo dos 10,71% dos doze meses imediatamente anteriores: -0,35 ponto percentual. Em fevereiro de 2015, o IPCA foi de 1,22%.

O Boletim Focus é um relatório divulgado semanalmente pelo BC. Esse relatório contem uma série de projeções sobre a economia brasileira coletadas junto a alguns dos principais economistas em atuação no país. Cerca de 100 (cem) analistas de mercado, representando as principais instituições financeiras do Brasil, opinam sobre a perspectiva futura de diversos indicadores de nossa economia. O relatório é confeccionado de segunda-feira a domingo, sendo divulgado sempre às segundas-feiras da semana seguinte à sua confecção.

Clique aqui e confira a íntegra do Boletim Focus divulgado no dia 21 de Março de 2016.

O BC criou o Boletim Focus para poder acompanhar as impressões do mercado brasileiro sobre a inflação. Além do IPCA, a autoridade monetária também monitora a expectativa do mercado financeiro brasileiro quanto à oscilação de outros indicadores de inflação.

IGP-DI

A expectativa dos economistas é de que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encerre o ano de 2016 em 7,49% – previsão menor que aquela divulgada na semana anterior (7,60%).

Para 2017, a previsão dos analistas consultados pelo BC para o IGP-DI é de crescimento de 5,50% – a mesma projeção divulgada nas oito últimas semanas.

De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados na primeira semana do ano, a inflação medida pelo IGP-DI em 2015 cresceu 10,70%, representando a maior variação deste indicador nos últimos 11 anos, ou seja, desde 2004 – quando o IGP-DI encerrou o ano em 12,13%.

Já com relação a janeiro de 2016, a inflação medida pelo IGP-DI subiu 1,53%, depois de registrar alta de 0,38% no mês anterior. Em janeiro de 2015, a taxa de variação registrada tinha sido de 0,67%. Nos últimos doze meses, o indicador acumula valorização de 4,06%.

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna cedeu para 0,79% em fevereiro. Em fevereiro de 2015, a alta tinha sido de 0,53%. No ano, o IGP-DI acumula avanço de 2,33% e, em 12 meses, de 11,93%.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também divulgado pela FGV, encerrou 2015 em 10,54%. Essa taxa anual ficou bem acima dos 3,67% aferidos pelo IGP-M no ano anterior. No penúltimo Boletim Focus de 2015, os analistas consultados pelo BC haviam previsto um crescimento anual de 10,72% deste indicador ao longo de 2015.

No primeiro mês de 2016, a inflação medida pelo indicador continuou subindo. Janeiro registrou crescimento de 1,14% na cesta de produtos e serviços medida pelo IGP-M. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 10,95%.

Já no mês anterior, o IGP-M registrou alta de 1,45%. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador aponto um crescimento nos preços na ordem de 12,08%.

Para o acumulado de 2016, a expectativa dos analistas é de que o IGP-M cresça 7,73%. No relatório anterior, os especialistas consultados pelo BC estimavam um crescimento de 7,77% ao longo deste ano.

Para 2017, as instituições financeiras consultadas pelo BC estimam que o IGP-M crescerá 5,50%. Esse é o mesmo valor projetado nas seis últimas semanas.

IPC-Fipe

O Índice de Preços ao Consumidor aferido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) encerrará 2016 em 7,00%, segundo os analistas financeiros consultados pelo BC para elaboração do Boletim Focus. Essa previsão é 0,01% menor que aquela divulgada nas últimas duas semanas.

Com relação a 2017, o Boletim Focus aponta para um crescimento de 5,50% do IPC-Fipe – a mesma taxa de crescimento divulgada na semana anterior.

Preços Administrados

Com relação aos preços administrados pelo Governo Federal, ou seja, aqueles relacionados a insumos e serviços essenciais, os analistas consultados pelo BC estimam uma taxa de crescimento de 7,20% para 2016 – taxa de crescimento 0,20% menor que a projetada no último relatório.

Para 2017, o Boletim Focus prevê uma alta de 5,58% nos preços administrados – taxa 0,08% superior àquela divulgada nas últimas catorze semanas.

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