O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de março de 2016 apresentou oscilação mensal de 0,43%. Essa taxa de variação é 0,47% menor que a valorização registrada no mês anterior (0,90%) e 0,89% menor que a aferida em março de 2015 (1,32%). A inflação do terceiro mês de 2016 foi a menor variação mensal registrada em meses de março desde 2012, quando o indicador subiu 0,21%. Com o resultado apurado em março, o IPCA acumulado nos doze meses de 2016 passou para 9,39% e o acumulado do ano ficou em 2,62%.
Dos nove grupos que compõem o índice do IPCA, dois aceleraram: Alimentação e Bebidas (de 1,06% em fevereiro para 1,24% em março) e Vestuário (de 0,24% em fevereiro para 0,69% em março).
Alimentação e Bebidas
No grupo Alimentação e Bebidas (1,24%), a maior variação ficou com a região metropolitana de Porto Alegre, onde a alta chegou a 2,15%. Em relação aos itens pesquisados, os alimentos comprados para serem consumidos em casa aumentaram 1,61%, enquanto a alimentação fora de casa ficou em 0,55%. Isoladamente, o item “frutas”, com alta de 8,91%, deteve o principal impacto do mês. Além disso, foram registrados aumentos expressivos na cenoura (14,52%), no açaí (13,64%), no alho (5,70%), no leite (4,57%), no feijão-carioca (4,10%) e em outros.
As taxas dos grupos que desaceleraram foram estas: Habitação (de -0,15% para -0,64%); Artigos de Residência (de 1,01% para 0,70%); Transportes (de 0,62% para 0,16%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,94% para 0,78%); Despesas Pessoais (de 0,77% para 0,60%); Educação (de 5,90% para 0,63%); e Comunicação (de 0,66% para -1,65%).
Habitação
O principal foi o item energia elétrica, cuja queda de 3,41% gerou o mais expressivo impacto para baixo, -0,13 p.p.. Isto se deve à redução na cobrança extra da bandeira tarifária que, a partir de primeiro de março, passou dos R$ 3,00, da bandeira vermelha, para R$1,50, da bandeira amarela, por cada 100 kilowatts-hora consumidos. As contas ficaram mais baratas em todas as regiões pesquisadas em razão, também, da redução no valor das alíquotas do PIS/COFINS ocorrida na maioria delas. Com as contas mais baratas em 8,55%, a região metropolitana de Salvador se destaca. A respeito da taxa de água e esgoto, a variação de -0,43% foi influenciada pela região metropolitana de São Paulo, com -2,99% no item, diante da aplicação do fator de 0,78 à média de consumo para fins do cálculo do bônus tarifário concedido através do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água. A aplicação do fator de 0,78% foi autorizada pela deliberação ARSEP nº 615, de 23 de dezembro de 2015.
Educação
O grupo Educação passou de 5,90% para 0,63% de fevereiro para março, deixando para trás a concentração de reajustes ocorridos nas mensalidades escolares deste ano letivo.
Regiões
Dentre as treze regiões metropolitanas pesquisadas para elaboração do indicador, todas registraram desaceleração da variação mensal. O índice regional mais elevado foi o da região metropolitana de Fortaleza (0,72%) e o menor índice foi o da região metropolitana de Salvador (-0,14%).
O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário mensal de 01 (um) a 40 (quarenta) salários mínimos.
A coleta de preços é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos, abrangendo as 13 (treze) principais regiões metropolitanas do país: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília, Goiânia e Campo Grande.
Para cálculo do IPCA em março de 2016 foram comparados os preços coletados no período de 30 de fevereiro a 27 de março de 2016.