De acordo com a opinião dos analistas consultados pelo Banco Central para elaboração da vigésima segunda edição de 2016 do Boletim Focus, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) crescerá 7,12% em 2016. No relatório anterior, os maiores especialistas do mercado financeiro brasileiro previam que a inflação oficial do país cresceria 7,06% ao longo deste ano.
Se a projeção das instituições financeiras estiver correta, a inflação brasileira manter-se-á ainda bem acima da meta central de inflação, de 4,5%, fixada para o ano. Também permanecerá acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. Até o ano anterior, a inflação do país não oscilava oficialmente acima do teto da meta de inflação por dois anos seguidos desde 2002 e 2003.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central de inflação para 2016 e 2017 é de 4,5%. Porém, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já admitiu que não conseguirá trazer o IPCA para a meta central de 4,5% neste ano. Segundo a autoridade monetária, isso será possível somente em 2017.
Com relação a 2017, a expectativa dos economistas é de que o IPCA feche o ano em 5,50% – projeção semelhante àquela divulgada nas três últimas semanas (5,50%).
O Boletim Focus é um relatório divulgado semanalmente pelo BC. Esse relatório contem uma série de projeções sobre a economia brasileira coletadas junto a alguns dos principais economistas em atuação no país. Cerca de 100 (cem) analistas de mercado, representando as principais instituições financeiras do Brasil, opinam sobre a perspectiva futura de diversos indicadores de nossa economia. O relatório é confeccionado de segunda-feira a domingo, sendo divulgado sempre às segundas-feiras da semana seguinte à sua confecção.
Clique aqui e confira a íntegra do Boletim Focus divulgado no dia 03 de Junho de 2016.
O BC criou o Boletim Focus para poder acompanhar as impressões do mercado brasileiro sobre a inflação. Além do IPCA, a autoridade monetária também monitora a expectativa do mercado financeiro brasileiro quanto à oscilação de outros indicadores de inflação.
IGP-DI
A expectativa dos economistas é de que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encerre o ano de 2016 em 7,27% – previsão sete centavos superior àquela divulgada na semana anterior (7,20%).
Para 2017, a previsão dos analistas consultados pelo BC para o IGP-DI é de crescimento de 5,56% – a mesma projeção divulgada nos dois últimos relatórios anteriores (5,56%).
IGP-M
Para o acumulado de 2016, a expectativa dos analistas é de que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também divulgado pela FGV, cresça 7,74%. No relatório anterior, os especialistas consultados pelo BC estimavam um crescimento de 7,40% ao longo deste ano.
Para 2017, as instituições financeiras consultadas pelo BC estimam que o IGP-M crescerá 5,70%. Essa taxa é 0,07% maior que a projetada no último relatório (5,63%).
IPC-Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor aferido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) encerrará 2016 em 7,26%, segundo os analistas financeiros consultados pelo BC para elaboração do Boletim Focus. Essa previsão é a mesma daquela divulgada na última semana (7,19%).
Com relação a 2017, o Boletim Focus aponta para um crescimento de 5,25% do IPC-Fipe – taxa idêntica àquela divulgada nas duas últimas semanas (5,25%).
Preços Administrados
Com relação aos preços administrados pelo Governo Federal, ou seja, aqueles relacionados a insumos e serviços essenciais, os analistas consultados pelo BC estimam uma taxa de crescimento de 6,98% para 2016 – taxa de crescimento dois centavos inferior àquela projetada nos últimos quatro relatórios (7,00%).
Para 2017, o Boletim Focus prevê uma alta de 5,50% nos preços administrados – idêntica à taxa divulgada nas últimas quatro semanas (5,50%).