Santander aumenta lucro em 23,7% no 4º tri e retorno sobe para 13,9%; no ano, lucro cresce 10,8%

O Santander Brasil (BOV:SANB11) anunciou hoje um lucro líquido de R$ 1,989 bilhão no quarto trimestre, com crescimento de 23,7% sobre o mesmo período do ano passado e 5,6% sobre o terceiro trimestre. O retorno sobre o patrimônio líquido, principal medida de rentabilidade dos bancos, cresceu de 12,4% para 13,9%, puxado pelo aumento dos ganhos com comissões, de 20,3% em 12 meses, com destaque para seguros, com 11,3% de aumento, e cartões, com 16,9%. Também ajudou o resultado uma queda de 5,5% nas despesas com provisões para devedores duvidosos e um crescimento de 3,9% na carteira de crédito em relação ao trimestre anterior.

Lucro no ano cresceu 10,8%

Com esse resultado, o Santander fechou o ano com um lucro de R$ 7,339 bilhões, 10,8% superior ao de 2015 e com um retorno sobre o patrimônio de 13,3%, ante 12,8% no ano anterior. É o primeiro retorno acima da taxa Selic obtido pelo banco desde o segundo trimestre de 2013, aponta o BB Investimentos em relatório.

A carteira de crédito recuou 1,6% no ano e a despesa com provisões subiu 8,23%. A inadimplência cresceu de 3,2% em dezembro de 2015 para 3,4% da carteira em dezembro de 2016, sendo que houve queda para pessoas físicas, de 4,7% para 4,1%, e aumento para empresas, de 2,1% para 2,7%.

Resultado “belíssimo”

O resultado foi considerado “belíssimo” pelo presidente do banco, Sérgio Rial. “Nosso retorno sobre o patrimônio de 13,9% no quarto trimestre já aponta para  14% e ruma para a meta de 15,6% de 2018”, afirma, destacando o crescimento de 27% no lucro no último trimestre sobre o mesmo período de 2015, para quase R$ 2 bilhões.

Ele chama a atenção para o crescimento da carteira de crédito do terceiro para o quarto trimestre, especialmente o de 1,9% para pequenas e médias empresas, reduzindo a queda no ano para 7,6%, e o aumento na carteira de crédito para pessoas físicas, de 3,4%, e de bens de consumo, de 2,7% no último trimestre.

Financeira cresce com veículos e sistema digital

Parte desse crescimento veio do financiamento de veículos, estimulado pelas parcerias do banco com montadoras francesas, coreanas e japonesas, e pelo lançamento de um sistema digital que permite fechar o crédito sem o envio de documentos físicos. A financeira apresentou um crescimento de 20% em sua fatia de mercado. “Fizemos parcerias com montadoras que estão ganhando mercado no Brasil, como a Hyundai, e não com Ford, GM, Volkswagen, o que também ajudou no crescimento”, disse. “Tivemos também uma grande performance em comissões, com ganho de mais de R$ 2,2 bilhões em seguros, mesmo sem termos seguradora”, destacou.

Cartões digitais e American Airlines

Na parte de cartões, Rial cita o crescimento de 16,9% em 12 meses e de 15,5% no trimestre último trimestre sobre o anterior, impulsionado pela criação do cartão digital Santander Way, que teve 556 mil downloads, e pelo acordo para ficar com os cartões da American Airlines, que antes estavam com o Citibank, cuja operação de varejo foi adquirida no Brasil pelo concorrente Itaú Unibanco.

A empresa de administração de cartões GetNet também contribuiu para o bom desempenho, com crescimento de 30% no faturamento e 52% em transações de 2015 para 2016. “Crescemos cinco vezes mais que o mercado e aumentando nossa fatia de mercado de 8% para 10%”, diz.

O banco ganhou também com comissões e corretagem, intermediando a venda da CPFL para a chinesa Estate Grid, e dos gasodutos da Petrobras.

Com esses números, segundo Rial, o Santander Brasil continuou na liderança do banco em termos globais. “Representamos 21% do lucro global do Santander, 45% do seu valor em bolsa e 10% da carteira de crédito”, diz. O Grupo Santander fechou o ano passado com lucro de € 6,204 bilhões, 4% mais que os € 5,966 bilhões de 2015.

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