O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação este ano, repercutindo a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro divulgado na semana passada, e que veio abaixo do esperado. A projeção mediana do mercado passou de 4,36% para 4,19%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas, pelo Banco Central (BC), e divulgada às segundas-feiras.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta, que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a estimativa não foi alterada – segue em 4,5%. “Após a surpresa baixista com o resultado do IPCA de fevereiro, o mercado revisou para baixo sua expectativa para a inflação deste ano, de acordo com as estimativas coletadas até o dia 10 de março e divulgadas hoje”, diz o Departamento Econômico do Bradesco em relatório. “O resultado (de fevereiro) reforçou nossa expectativa de variação de 3,9% do IPCA no encerramento deste ano”, diz o banco. “A continuidade do processo de desinflação também fortalece nossa expectativa de continuidade de flexibilização da política monetária, que deverá levar a taxa Selic a 8,50% ao final deste ano, segundo nossas expectativas.”
O número do Focus confirma as expectativas de que o BC vai acelerar o corte dos juros básicos a partir de abril, de 0,75 ponto para 1 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Para as instituições financeiras, a taxa Selic encerrará 2017 em 9% ao ano. A expectativa anterior era 9,25% ao ano. Para o final de 2018, a expectativa passou de 9% para 8,75% ao ano.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano foi ajustada de 0,49% para 0,48%. Para o próximo ano, a estimativa passou de 2,39% para 2,40%.