Hoje não é dia nem de comprar, nem de vender, aconselha analista

O investidor deve manter o sangue frio e ficar longe do mercado hoje, até que a situação se acalme e seja possível analisar melhor os cenários local e internacional. O alerta é de Flávio Conde, sócio da empresa de consultoria WhatsCall Ressearch. Em relatório enviado aos clientes, ele destaca que hoje é um dia excepcional, com risco de impeachment do presidente americano Donald Trump e do brasileiro, Michel Temer, ao mesmo tempo.

Os mercados no Brasil devem atingir níveis inimagináveis até ontem, com o Índice Bovespa futuro já atingindo 10% de queda, no limite do dia, o que aciona o sistema de circuit breaker, que interrompe os negócios. O mesmo deve acontecer no mercado à vista. No dólar, a moeda americana no mercado futuro já bateu o limite de alta de 5%.

Para Conde, a melhor coisa neste momento é não fazer nada – nem vender, nem comprar – porque a chance de perder é enorme. “Vivi a crise cambial de janeiro de 1999 e o circuit brake foi acionado duas vezes no primeiro dia e uma vez no terceiro dia”, conta. “Quem vendeu Ibovespa perdeu muito porque no terceiro dia o índice subiu e no quarto dia estava mais alto do que antes da crise.”

Ele conta que viveu também o pânico da primeira eleição de Lula em 2002 e quem comprou dólar a R$ 4,00 se arrependeu porque, na semana seguinte, a moeda começou a cair e foi para R$ 3,00. Quem vendeu Ibovespa também se arrependeu porque um mês depois o índice já estava bem mais alto.

“Vivi também a crise de 2008 e aprendi que não se deve comprar ou vender porque não se sabe o momento certo e o índice demorou meses para atingir o mínimo”, afirma.

Uma vez entendido que não se deve comprar dólar e vender bolsa, afirma Conde, deve-se entender também que o contrário é muito arriscado porque não se sabe quando o dólar irá parar de subir e nem quando a bolsa irá parar de cair. “Portanto, hoje é dia de torcer para uma solução rápida e benéfica para o Brasil porque os políticos caem, mas o país fica.”