A Grendene apresentou lucro líquido recorrentes de R$ 164 milhões, com queda de 17,4% na comparação com o mesmo período de 2022. A margem líquida recorrente ficou em 23,8%, com perda de 4 pontos percentuais na comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente teve alta de 29,9% em relação ao terceiro trimestre de 2022, em R$ 146 milhões. A margem Ebitda recorrente apresentou elevação de 4,4 pontos percentuais (p.p.), em 16,7%.

“Não vimos muita diferença em condições macroeconômicas do terceiro trimestre contra o segundo, a inflação tem recuado mas continua alta e o consumidor não tem sentido a queda da inflação ainda”, pondera Alceu Demartini de Albuquerque, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Grendene. O executivo comenta que o público alvo principal, composto por consumidores da classe C e D, tem sentido maior pressão sobre a renda.

Assim, os hábitos de consumo são mais impactados, de acordo com o CFO. O cenário tanto doméstico quanto externo se mantém desaquecido, conforme entende o executivo. “Uma continuidade do ambiente vivido no segundo trimestre, uma incerteza muito grande”.

A ausência de clareza sobre a economia tem gerado menos vendas (chamada sell-in) para outras empresas (B2B), ainda que os estoques estejam reduzidos por um aumento nas vendas para o cliente final (denominado sell-out). A variação foi aumento de 3,7% positivo de sell-out contra queda de 8,4% no sell-in.

“Nosso produto é um produto de moda, de design, se fica em estoque, vai ficando desatualizado e, em função disso, o vendedor tem trabalhado por estoques menores”, ressalta Albuquerque, destacando também o custo de manter estoque com os patamares atuais de juros.

A receita bruta recuou 7,4%, passando de R$ 909 milhões para R$ 842,3 milhões no terceiro trimestre de 2023. Por consequência, a margem bruta apresentada ficou em 45,5%, com aumento de 5,7 p.p. em relação à 2022.

O resultado financeiro líquido apresentado ficou 58,9% abaixo do observado no mesmo período do ano anterior, em R$ 50,5 milhões.

A receita líquida caiu 3,5%, para R$ 689,1 milhões. Foram vendidos 41,1 milhões pares de calçados, retração de 7,2%. Os números por par apresentaram estabilidade, com discreto recuo de 0,2%, em R$ 20,50 dos R$ 20,54 anteriores.

O executivo comentou as exportações de calçados brasileiros, que recuaram no trimestre no geral, e que a Grendene acompanhou. “É um fenômeno que abrange todo o setor”, explica. Em relação às dificuldades enfrentadas por varejistas de vestuário sobre a Remessa Conforme, a companhia não tem sentido os efeitos de forma importante.

“Nós estamos começando a fazer o plano de 2024 agora, não temos fechado, mas não vemos muita mudança na economia para os próximos meses, nem para o próximo ano, pois ainda não se sabe quais serão os planos do Governo para a economia”, compreende o CFO. Ainda assim, Albuquerque ressalta que o consumidor tem escolhido os produtos da companhia e as iniciativas para incentivas o sell-out são parte do cotidiano da Grendene.

“É um conjunto de ações para tornar o produto mais competitivo, que a gente desenvolve para tentar incrementar o sell-out”, explica.

Os resultados da Grendene (BOV:GRND3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 09/11/2023.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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