Questão sobre o pagamento de dividendos da Petrobras não está na pauta do conselho
17 Abril 2024 - 10:45PM
ADVFN News
A questão sobre o pagamento de dividendos extraordinários da
Petrobras não está na pauta da reunião do conselho de administração
da petroleira marcada para sexta-feira (19), e serão os acionistas
da empresa que devem bater o martelo sobre o assunto em assembleia
na próxima semana, afirmaram à Reuters quatro fontes próximas às
discussões.
O conselho, formado por maioria do governo, propôs aos
acionistas em reunião em março reter 100% dos R$ 43,9 bilhões que
poderiam ser pagos em dividendos extraordinários referentes ao
exercício de 2023 em uma reserva estatutária. Dessa forma, os
valores ficam reservados para distribuições em momentos
futuros.
No entanto, houve especulações de que o colegiado poderia
retomar a discussão sobre o tema antes da assembleia de acionistas,
após sinalizações de que o governo – acionista majoritário – teria
passado a defender o pagamento de pelo menos 50% do montante.
As fontes afirmaram, no entanto, que o assunto sobre pagamento
de dividendos não está na pauta da reunião do conselho marcada para
o próximo dia 19, a última antes da Assembleia Geral Ordinária
(AGO) de acionistas, que ocorrerá em 25 de abril.
“A definição de dividendos será direto na AGO, não no CA”, disse
uma das fontes, sob condição de anonimato.
“Quem estiver dizendo que está na pauta (do CA) está mentindo.
Não existe esse item na pauta”, adicionou uma segunda fonte, também
sob sigilo.
Discussões sobre o pagamento de dividendos extraordinários foram
o estopim da última grande crise na Petrobras (BOV:PETR4)
(BOV:PETR4), que quase derrubou o CEO Jean Paul Prates, que era
favorável ao pagamento.
Antes da divulgação do desempenho financeiro de 2023, quando a
empresa obteve o segundo maior lucro líquido da história, Prates e
integrantes do governo tiveram intensos debates sobre o pagamento
de dividendos extraordinários, mas o CEO acabou sendo voto
vencido.
A decisão do conselho da Petrobras de reter os montantes causou
um enorme ruído no mercado e a empresa perdeu mais de 55 bilhões de
reais em valor de mercado no dia seguinte à divulgação do resultado
de 2023.
Posteriormente, indicações vindas de Brasília, após reuniões
entre integrantes do governo, apontaram que uma proposta de pagar
50% dos dividendos extras, conforme inicialmente defendido pela
diretoria da Petrobras, deverá ser aprovada na AGO.
A União, como principal acionista, ficaria com parte expressiva
desses dividendos extras, contribuindo com o equilíbrio das contas
públicas.
“Os dividendos já estão consignados para o pagamento. A questão
é quando pagar, nunca foi decidido não pagar”, destacou uma
terceira fonte, se referindo a regras que definem que esses
montantes apenas poderão ser usados para pagamento de
dividendos.
“O pagamento de metade dos 44 bilhões (de reais) faz todo
sentido. Essa foi a orientação proposta pela diretoria executiva da
companhia desde o início, respaldada pelos pareceres e cálculos das
equipes técnicas da empresa”, adicionou.
A Petrobras não respondeu de imediato a um pedido de
comentário.
A AGO da próxima semana deve definir também a nova composição do
conselho de administração da petroleira.
Nos últimos dias, dois representantes do governo, o presidente
do conselho, Pietro Mendes, e o membro Sérgio Rezende, chegaram a
ser afastados do colegiado por decisão da Justiça de São Paulo, mas
as liminares foram derrubadas pela Advocacia-Geral da União
(AGU).
informações Infomoney
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