A Cielo divulgou lucro líquido recorrente de R$ 503,1 milhões no 1º trimestre de 2024 (1T24), montante 14% superior ao registrado no mesmo intervalo de 2023 (1T23).

Segundo o relatório, o desempenho foi impulsionado pela melhora do resultado financeiro, custos normalizados e maior eficiência tributária.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente totalizou R$ 746,7 milhões no 1T24, uma redução de 24,9% em relação ao 1T23, relacionada principalmente aos gastos com o avanço do programa de transformação da companhia e a expansão da força comercial.

A margem Ebitda ajustada, por sua vez, atingiu 29,1% no 1T24, baixa anual de 9,6 p.p..

Já receita líquida somou R$ 2,563 bilhões no 1º trimestre deste ano, uma diminuição de 0,3% na comparação com igual etapa de 2023.

O resultado financeiro foi positivo em R$ 37,5 milhões, revertendo as perdas financeiras de R$ 70,6 milhões de um ano antes.

Os gastos totais apresentaram alta de 11,4% na base anual, refletindo investimentos na expansão comercial e no programa de transformação #PraCimaCielo.

Já os custos normalizados da Cielo Brasil reduziram em 15,1% na comparação ano a ano, refletindo eficiências operacionais que levaram a menores custos vinculados aos terminais de captura e de tecnologia.

No último dia 31 de março, a Cielo registrou um saldo de caixa e equivalentes de caixa de R$ 1,260 bilhão, queda de R$ 1,090 bilhão frente a 31 de março de 2023 e decréscimo de R$ 173,9 milhões frente a 31 de dezembro de 2023.

Os resultados da Cielo (BOV:CIEL3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 25/04/2024.

Teleconferência

“O principal aprendizado que tivemos é que temos espaços importantes para melhorar no que diz respeito aos processos”, comenta Filipe Oliveira, CFO e DRI da Cielo. Sobre a pressão de custos em Cateno, a companhia está em ciclo de investimento importante sem tempo estabelecido para terminar, segundo CFO da companhia.

A maior provisão para perdas operacionais foi considerada uma despesa pontual e sem repercussão para próximos trimestres, de acordo com o CFO. O evento operacional não teve consequência no churn (cancelamentos), segundo o executivo.

Em termos de preços, o CFO destacou que o mercado em vários segmentos tem sido mais racional do que tem sido um ano atrás. “O mercado tem sido racional, não tem sido muito agressivo em termos de preço e segue sendo saudável”, aponta o executivo, comentando que vê pouco espaço para desvios dessa tendência. “Essa visão parece bem madura entre todos os players e é estrutural da indústria”, reforça.

VISÃO DO MERCADO

Apesar de ter superado as expectativas de analistas no lucro apresentado no primeiro trimestre de 2024, as tendências não seriam positivas para Cielo (CIEL3), de acordo com analistas. A companhia apresentou seu maior lucro desde o 1T19, chegando a R$ 503 milhões, com alta anual de 14%.

Apesar da primeira impressão ser positiva, parte significativa do lucro é correspondente a benefícios fiscais decorrentes do pagamento extraordinário de Juros sobre Capital Próprio (JCP). “Não fossem os benefícios de JCP, o lucro teria sido substancialmente menor, totalizando apenas R$ 363 milhões, cerca de R$ 140 milhões a menos”, explica a Genial, que classifica a companhia como “neutra”

Além disso, o principal ponto destacado por analistas foi a queda de participação no mercado aliado ao volume total de pagamentos (TPV), a queda no lucro da Cateno pelas despesas crescentes. Os números foram vistos como negativos também devido à provisões para perdas operacionais e perda contínuas de clientes.

JPMorgan

O JPMorgan analisou o trimestre como fraco, com lucro por ação apoiado por reversões fiscais. A expectativa de repercussão nos papéis foi afastada porque o banco estrangeiro considera que a Cielo atualmente negocia com base na oferta pública em vez dos fundamentos em si. Analistas do Goldman Sachs têm a mesma visão sobre as tendências operacionais mais fracas e lucro apoiado pelo fiscal. A pressão de custos em Cateno foi outro ponto destacado na análise.

Itaú BBA

De acordo com o Itaú BBA, o fato de o lucro líquido da Cielo ter sido beneficiado por um considerável benefício fiscal único deixa claro que não reflete o atual momento da adquirente. A análise destaca que, apesar de bons, os rendimentos apresentaram queda, impactados pela maior penetração de pré-pagamento. Além disso, os gastos da companhia seguem aumentando por investimentos contínuos em forças comerciais e os custos e despesas totais subiram 12% na comparação anual.

O banco recomenda a Cielo como market perform (performance de mercado, equivalente à neutro), com preço alvo estabelecido em R$ 5,60.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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