A Hypera registrou lucro líquido das operações continuadas de R$
391,5 milhões no primeiro trimestre, alta de 15,4% frente ao mesmo
período de 2023, informou a companhia.
O lucro líquido contábil da farmacêutica, por sua vez, subiu
14,6% ano a ano, para R$ 388,9 milhões, conforme relatório de
resultados.
Na mesma base comparativa, a receita líquida somou R$ 1,83
bilhão, avanço de 7,6%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda) das operações continuadas somou 647,8 milhões de reais no
trimestre, alta de 10,2% na comparação anual.
O sell-out registrou um crescimento de 7,1%, cerca de 2,2 pontos
percentuais (p.p.) menores que o crescimento observado no mercado.
Esse resultado veio com o ritmo mais desacelerado do avanço de
categorias associadas a Gripe, Respiratório, Dor e Febre, que são
mais “responsáveis” pela geração de receitas da empresa em
comparação com as demais.
Durante o 1T24, as vendas relacionadas às categorias Gripe,
Respiratório, Dor e Febre aumentaram cerca de 2%, enquanto no ano
de 2023 as vendas desses segmentos tiveram uma baixa de 3%. Nas
outras categorias, o crescimento aproximado foi de 10%, impactado
positivamente pelas vendas de itens de tratamentos crônicos e
preventivos.
O fluxo de caixa operacional somou R$ 479,2 milhões durante o
primeiro trimestre de 2023, com crescimento de 58,9% na comparação
anual e registrando o maior valor de um primeiro trimestre.
Os resultados do Hypera (BOV:HYPE3)
referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 26/04/2024.
Teleconferência
O fluxo de caixa teve crescimento de quase 60% em relação ao
primeiro trimestre de 2023, chegando ao maior patamar para um
primeiro trimestre da Hypera. Além disso, a companhia segue
apostando em pesquisas e inovação.
“O índice de inovação de fato está em 30% e a nossa tendência é
manter nesses patamares. Continuamos investindo em inovação, em
especial na parte que é capitalizada”, comenta Oliveira.
“Não temos planos de fazer nenhuma redução nas equipes nem fazer
nenhuma mudança nas amostrar grátis neste ano”, afirma o CEO,
comentando despesas extraordinárias apresentadas no balanço do
primeiro trimestre de 2024. A queda de dias a pagar vem da
estratégia da companhia de redução de estoques em especial de
matéria prima.
“O mercado tem crescido bem em linha com o que estávamos
imaginando”, comenta Breno. Sobre o mercado de tratamentos agudos
(sem uso contínuo), o CEO comentou que é difícil dar previsões sem
dados de como será a dinâmica de temperaturas. O executivo
comentou, no entanto, que a base de comparação é um pouco mais
fácil considerando as temperaturas elevadas do inverno do ano
passado (mais quente dos últimos 60 anos).
Em relação aos genéricos, o efeito de acumulação dos estoques
(pelas altas temperaturas) tornou a competição um pouco mais
agressiva, mas o CEO não acredita que essa dinâmica se manterá.
“Boa parte dos players que estão aumentando sua capacidade focam
muito no mercado de prescrição, a briga é mais no marketing, na
mídia, junto aos médicos do que em preços”, diz Oliveira.
O executivo ressaltou que preocupações com a Reforma Tributária
ainda são prematuras. Ainda que a administração esteja acompanhando
de perto os desdobramentos do anúncio realizado na semana passada,
há expectativa de que a proposta seja alterada, considera o
executivo.
“Temos conversado com entidades de classe para entender o
posicionamento dos demais players. Então, com isso, a gente não
espera nenhum grande impacto aqui, pelo menos, em princípio com as
análises feitas até agora mas não esperamos nenhum impacto material
aqui para a gente. Estamos conversando com nossos assessores
externos mas, em principio, não parece ter tido aumento da carga
para o setor farmacêutico”, considera o CEO.
A dengue, por sua vez, impactou ligeiramente os números do
primeiro trimestre de forma negativa. “Tivemos impacto na categoria
de AAS, ibuprofeno e corticoides”, diz Oliveira. O CEO comentou que
a busca por medicamentos equivalentes em caso de dúvida sobre
diagnóstico da doença fez com que as três categorias sofressem
impacto mas, com a redução dos casos, não há expectativa da mesma
repercussão no segundo trimestre.
VISÃO DO MERCADO
Os dados vieram acima das expectativas de analistas e foram bem
recebidos pelo mercado. Na tarde desta segunda, os papéis da
companhia disparavam, com valorização de 6,10%, a R$ 30,31, às
13h30 (horário de Brasília).
O JPMorgan entendeu os números como melhores que o esperado, com
lucro por ação em R$ 0,60, com crescimento de 14% na comparação
anual. O avanço foi impulsionado por eficiências de despesas,
especialmente relacionadas a despesas de marketing, folha de
pagamento e consultoria. As tendências de recuperação de vendas se
apresentam como um dos pontos positivos para o banco estrangeiro,
com aumento de 7% na comparação ano a ano.
Os segmentos de cuidados de pele e produtos de prescrição foram
diretamente responsáveis pelo avanço e compensaram os números
tímidos observados para produtos gripais e respiratórios. O fluxo
de caixa também apresentou avanço e, ao contrário da visão da XP, o
JPMorgan considera que a companhia apresenta melhor dinâmica no
capital de giro. O Bradesco BBI também viu os números como
ligeiramente acima das projeções, com crescimento de vendas ao
consumidor final acima do esperado.
Porém, há quem vejo os números com ressalvas. A XP considerou os
números como mistos, principalmente por entender que o capital de
giro segue pressionado. Os destaques positivos foram as melhorias
no lucro líquido e na geração de caixa.
Para o Itaú BBA, os dados apresentados podem ser considerados
como mistos. Dentre os pontos positivos, estão o crescimento
orgânico do sell-out de 7% (ainda que o mercado tenha apresentado
crescimento de 9% na linha). O detrator do número foi a categoria
de medicamentos contra gripe, respiratório, dor e febre, que teve
expansão de apenas 2%. Assim, a margem bruta seguiu pressionada,
ainda que compensada pelo rígido controle de despesas gerais e
administrativas. A recomendação do banco para o nome é de compra,
com preço alvo em R$ 42 para fim de 2024.
O Morgan Stanley leu os números como negativos, considerando o
desempenho inferior ao mercado farmacêutico. O banco atribui a
queda à dependência de produtos relacionados à gripe e destacou
também o aumento de recebíveis como eventual pressão para vendas
futuras.
“Dito isso, o desempenho dos produtos contra a gripe ainda pode
melhorar à medida que nos aproximamos do inverno, apoiando a Hypera
a reduzir a diferença nas vendas apesar da base de comparação anual
ser desafiadora. As margens brutas (-2,9 pontos percentuais na
comparação anual) foram afetadas pela pausa anual na maior planta
da empresa (Anápolis), com potencial de recuperação nos próximos
trimestres”, considera o Morgan.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Reuters
HYPERA ON (BOV:HYPE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
HYPERA ON (BOV:HYPE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024