lbelecan
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- 10/08/2007
SÃO PAULO - Na última sexta-feira (10), os analistas da Merrill Lynch estiveram reunidos com executivos do Bradesco (BBDC4), ABC Brasil (ABCB4) e Paraná Banco (PRBC4) para discutirem as atuais condições do sistema financeiro nacional e os prováveis impactos que a crise global de crédito pode provocar às instituições domésticas.
Embora a impressão geral do encontro tenha sido positiva, a equipe do banco de investimentos afirmou que segue cautelosa com o setor financeiro do Brasil, pois acredita que os riscos só deverão ser atenuados quando os mercados externos se acalmarem.
Na reunião, os representantes das instituições elogiaram os recentes esforços do Banco Central a fim de combater as restrições de liquidez derivadas das tensões externas, a exemplo do FMI (Fundo Monetário Internacional), que também parabenizou o empenho da autoridade monetária.
Segundo os analistas, um dos executivos ainda destacou o comprometimento do governo brasileiro para minimizar os impactos da crise, como a liberação de linhas de crédito ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ao Bacen.
Prováveis impactos para os bancos
Quanto às possíveis seqüelas da crise, a Merrill Lynch afirmou que, a despeito das previsões de redução no ritmo de crescimento do crédito em 2009, neste ano as carteiras dos grandes bancos brasileiros não devem sofrer grandes alterações, conforme ressaltou o executivo do Bradesco, Milton Vargas.
O diretor de Relações com Investidores reforçou o guidance de crescimento de crédito do banco para 2008, que varia entre 24% e 29% em comparação com o ano passado, mas indicou que a instituição já prevê uma desaceleração de 15% a 16% para o intervalo no próximo ano.
Entre os bancos de menor porte, o ABC manteve sua expectativa de sólido crescimento da carteira de crédito para o mercado de atacado & large middle, mas reduziu as estimativas de expansão para o middle market.
Já o Paraná Banco reduziu suas contas referentes às folhas de pagamento, mas não alterou sua carteira de crédito, o que, na opinião dos analistas, sinaliza que a instituição não enfrenta problemas de liquidez até o momento.
Por sua vez, os executivos das três instituições concordaram que o nível de inadimplência deve aumentar no próximo ano, em linha com a perspectiva de desaceleração da economia doméstica em função da crise.
Setor mais forte ao final da crise
Por fim, quando perguntados sobre a possibilidade de o movimento verificado em alguns dos principais bancos norte-americanos e europeus - que contou com pedidos de concordatas e intervenções governamentais - se repetir nas instituições brasileiras, os executivos foram unânimes em afirmar que a probabilidade é muito pequena.
Além do já citado comprometimento das autoridades com o bom andamento das operações, eles acreditam que o processo de consolidação do setor deve se intensificar nos próximos meses, fortalecendo ainda mais o sistema financeiro nacional ao final da crise.
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13/10/2008